O grupo de
pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande - FURG vinculados ao
Instituto de Oceanografia e composto pelos professores doutores Eduardo R.
Secchi, Rodrigo Kerr e Luciano Dalla Rosa, pelos pós-doutorandos Carlos Rafael
B. Mendes, Márcio S. de Souza e Amabile Ferreira, pelos alunos de pós-graduação
Arnaldo Russo, Carlos Fujita, Gabriela S. Pilo, Tiago S. Dotto, Marina Azaneu,
Jeane P. Rodrigues e Ella S. Pereira, pelos oceanólogos Lorena L. Collares e
Luciano Azevedo, e pelo aluno de graduação em Oceanologia Tiago Maximiano,
estarão embarcando no navio polar da Marinha do Brasil "Almirante
Maximiano" no próximo dia 04 de Fevereiro. O grupo executará suas
atividades no entorno da Península Antártica, permanecendo a bordo por aproximadamente
um mês.
Os
pesquisadores da FURG e os demais que irão integrar a equipe embarcada fazem
parte do Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes (GOAL; www.goal.furg.br)
e atuarão nas atividades dos projetos PRO-OASIS (Processos de enriquecimento de
águas superficiais do oceano Austral e influências sobre o ecossistema marinho:
dos produtores primários aos predadores de topo), POLARCANION (Circulação
oceânica e Interações criosfera-oceano no entorno da Península Antártica: uma
investigação das ligações entre processos costeiros e o oceano profundo) e
BALEIAS (Diversidade e conservação de cetáceos antárticos: uso do habitat,
variabilidade genética e monitoramento de poluentes) durante esta fase da XXXI
Operação Antártica Brasileira (OPERANTAR).
O
projeto de pesquisa PRO-OASIS, busca desenvolver durante a XXXI OPERANTAR a
interligação de informações científicas compreendidas na relação dos produtores
primários até os predadores de topo. A compreensão do paradoxo antártico
(região de grande quantidade de nutrientes e baixas concentrações de
clorofila-a), em específico nas imediações da Península Antártica, é ainda uma
forçante nas pesquisas do GOAL, onde permanece a lacuna de conhecimento sobre o
micronutriente ferro na região de estudo. Através de um experimento com três
tratamentos diferentes, o grupo testará a influência do ferro em três regiões
distintas (Estreito de Gerlache, Estreito de Bransfield e mar de Weddell) no
que concerne à ecologia e fisiologia microbiana/fitoplanctônica durante a
duração do experimento. Em breve, o endereço eletrônico www.prooasis.blogspot.com,
manterá atualizado ao longo do desenvolvimento do cruzeiro, as etapas de
realização dos experimentos e outras informações sobre o cruzeiro.
Em
conjunto às atividades do PRO-OASIS, o projeto POLARCANION estará realizando
estações oceanográficas para medições de parâmetros físicos e químicos, visando
seus objetivos de monitoramento de longo prazo do escoamento de águas densas
através dos cânions submarinos da região do Estreito de Bransfield e entorno da
Península Antártica, e auxiliando na aquisição de amostras para os objetivos do
projeto PRO-OASIS. Adicionalmente, com apoio conjunto do INCT da Criosfera,
dois fundeios oceanográficos acoplados com equipamentos para medição da
temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido e correntes oceânicas serão
lançados nas águas profundas do Estreito de Bransfield. Estes instrumentos
realizarão medidas contínuas ao longo do ano, com recolhimento previsto para a
XXXII OPERANTAR em 2014.
O projeto BALEIAS, por sua vez, tem
como objetivo principal determinar a diversidade taxonômica e genética de
cetáceos nas proximidades da Península Antártica. Especificamente, pretende-se
estimar a variabilidade genética de cetáceos do presente e do passado;
estabelecer conexões entre as baleias-jubarte que se alimentam nas proximidades
da Península Antártica, nos Canais Foguinos e Estreito de Magalhães (Chile) e
aquelas que se reproduzem nas costas Atlântica e Pacífica da América do Sul,
por meio de abordagens múltiplas. Visa-se também compreender os padrões de uso
do habitat pelas baleias, o qual será caracterizado com base nos dados
oceanográficos, provenientes do PRO-OASIS e POLARCANION, bem como estimar e
monitorar a concentração de poluentes, identificando as possíveis fontes."