A pororoca no Araguari. Bons tempos…
Pororoca : fenômeno natural
A pororoca era um fenômeno natural
produzido pelo encontro das correntes fluviais com a maré do Oceano
Atlântico. Rio e mar se confrontavam, criando uma onda que percorria
mais de dez quilômetros. Gente de todo o mundo desembarcava no Amapá em
busca da onda perfeita.
ICMBio e a atividade pecuária
De acordo com o ICMBio a atividade
pecuária, principalmente a criação de búfalos, criou valas e canais que
drenaram o curso d’água. A Federação de Pecuária do Amapá alega que
outros fatores devem ser considerados pra explicar o fim da
pororoca. Iraçu Colares, presidente da federação questiona:
"Por causa da pecuária? E por que nós não incluímos também aí a questão, por exemplo, das hidrelétricas"
O vaqueiro Edgar Souza diz que
"O fim da pororoca dificultou o acesso para os ribeirinhosNegócio de escola não tem condição. A escola foi fechada porque não deu mais pra estudar os moleques, aí tem que ir pra cidade. A água pra gente se alimentar ficou difícil. Ficou muito barrenta. Ficou fraco de peixe, muito fraco"
Profundidade do rio Araguari diminuiu muito
A partir de um determinado ponto, nenhum
tipo de embarcação passa mais, por menor que seja. A profundidade do
rio, que era de cinco, seis metros, diminuiu muito. A foz do rio, onde
ele desagua e se encontra com o Oceano Atlântico, formando a pororoca,
fica a 20 quilômetros de lá. Todo esse percurso era navegável. Agora, a
vegetação está começando a cercar a área. O rio fechou de vez. O mato
está tomando conta do lugar onde antes era só água.
A chefe da Reserva do Lago Piratuba, Patricia Pinha, afirma que
"É um processo difícil de reverter. Teria que ser investido muita pesquisa e recurso financeiro pra poder fechar esses canais e o rio voltar a ter força de novo. Todos os danos ambientais apurados devem ser imputados a esses criadores e, eventualmente, até mesmo ao estado, que colaborou para o dano ambiental sendo omisso”, diz o procurador do MPF Thiago Cunha."O governo do Amapá anunciou que um grupo vai estudar as causas do fim do fenômeno.
Fonte: Mar Sem Fim por João Lara Mesquita
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