Antártica, poluída por plástico. Até lá…(Foto: CLAIRE WALUDA/BRITISH ANTARCTIC SURVEY) |
“Antártida considerada um deserto isolado e intocado?”
Foi o que disse Catherine Waller,
principal autora do estudo e bióloga marinha na Universidade de Hull,
em comunicado.E acrescentou: “O ecossistema é muito frágil.” O estudo,
publicado em 2017 no Science of the Total Environment, sugere que grande parte dos detritos plásticos vem de fora da Antártida. No entorno do Oceano Austral, por exemplo, atividades de turismo, pesca e pesquisa científica contribuem para a poluição plástica.
É impressionante a capacidade destrutiva deste ‘novo’ material
que ajuda a humanidade desde que foi inventado mas, ao mesmo tempo,
destrói o meio ambiente chegando nos locais mais ermos do planeta.
O Mar Sem Fim na Antártica, poluída por plástico
Em nossa segunda viagem à Antártica,
lembro-me de imagens chocantes. Um belo dia chegamos a uma base
argentina desocupada naquele ano. Descemos para investigar. A praia
estava tão repleta de detritos de plástico que não resistimos. Voltei a
bordo, peguei um saco de lixo (de plástico…) que, em meia hora, estava
repleto de embalagens do material. Elas vinham da Europa, Ásia, América
do Sul…O problema é seríssimo e hoje envolve esforços até da ONU. É preciso que o mundo acorde para que este absurdo tenha fim. Não é tarefa fácil mas, com
ajuda de governos e suas políticas públicas, da indústria do plástico,
que tem que ser cobrada; e dos cidadãos, quem sabe um dia consigamos.
O microplástico na Antártica
Os pesquisadores disseram que “pode ser
que partículas desses plásticos estejam surgindo no deserto polar
através da Corrente Circumpolar Antártica, que flui no sentido horário
ao redor do continente e foi historicamente considerada impenetrável.”
Foi…Chamamos a atenção para os tempos dos verbos, todos no passado…
Os cientistas estimam que até 1.100 libras de microplásticos de produtos de cuidados pessoais e até 25,5 bilhões de fibras sintéticas de roupas entram
no Oceano Antártico por década. Embora isso seja “insignificante”
quando se espalha pelos 8,5 milhões de milhas quadradas do oceano – ou
5,4% dos oceanos do mundo – representa uma ameaça crescente aos
ecossistemas locais.
Focas, pingüins e outros animais selvagens
Focas, pingüins e outros animais selvagens podem comer detritos plásticos e sufocar-se, ou ficar emaranhados. O minúsculo krill
e outros zooplânctons também engolem os microplásticos, introduzindo
substâncias químicas nocivas na cadeia alimentar. No entanto, ainda não
está claro como essa dieta de plástico afeta animais marinhos no Oceano
Antártico, disse Claire Waluda, co-autora do estudo e bióloga da British
Antarctic Survey.
Os pesquisadores disseram que
continuarão monitorando a poluição por plásticos na região, junto com
outras ameaças crescentes ao ecossistema, incluindo os efeitos do aquecimento global causado por humanos e um influxo de espécies não-nativas.
E nós, cidadãos, vamos continuar a permitir que nossa ação destrua o que resta de importante no planeta? Até quando?Fonte: Mar Sem Fim de 24/04/2018
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