sexta-feira, 4 de maio de 2018

Antártica, poluída por plástico assusta cientistas

A Antártica é considerada uma região selvagem, ainda prístina (!?), um continente que até recentemente  não tinha as pegadas do homem. Não tinha… Nova pesquisa assustou a comunidade acadêmica, e prova: a Antártica, poluída por plástico. Os detritos de plástico foram muito piores  do que o esperado, disseram pesquisadores da Universidade de Hull, na Inglaterra, e da British Antarctic Survey. Os níveis de microplásticos na região eram cinco vezes mais altos do que você normalmente esperaria encontrar em fontes locais, como estações de pesquisa e navios. A matéria é do mashable.com.
Antártica, poluída por plástico. Até lá…(Foto: CLAIRE WALUDA/BRITISH ANTARCTIC SURVEY)

“Antártida considerada um deserto isolado e intocado?”

Foi o que disse Catherine Waller, principal autora do estudo e bióloga marinha na Universidade de Hull, em comunicado.E acrescentou:  “O ecossistema é muito frágil.” O estudo, publicado em 2017 no Science of the Total Environment, sugere que grande parte dos detritos plásticos vem de fora da Antártida. No entorno do Oceano Austral, por exemplo, atividades de turismo, pesca e pesquisa científica contribuem para a poluição plástica.
É impressionante a capacidade destrutiva deste ‘novo’ material que ajuda a humanidade desde que foi inventado mas, ao mesmo tempo, destrói o meio ambiente chegando nos locais mais ermos do planeta.

O Mar Sem Fim na Antártica, poluída por plástico

Em nossa segunda viagem à Antártica, lembro-me de imagens chocantes. Um belo dia chegamos a uma base argentina desocupada naquele ano. Descemos  para investigar. A praia estava tão repleta de detritos de plástico que não resistimos. Voltei a bordo, peguei um saco de lixo (de plástico…) que, em meia hora, estava repleto de embalagens do material. Elas vinham da Europa, Ásia, América do Sul…O problema é seríssimo e hoje envolve esforços até da ONU. É preciso que o mundo acorde para que este absurdo tenha fim. Não é tarefa fácil mas, com ajuda de governos e suas políticas públicas, da indústria do plástico, que tem que ser cobrada; e dos cidadãos, quem sabe um dia consigamos.

O microplástico na Antártica

Os pesquisadores disseram que “pode ser que partículas desses plásticos estejam surgindo no deserto polar  através da Corrente Circumpolar Antártica, que flui no sentido horário ao redor do continente e foi historicamente considerada impenetrável.” Foi…Chamamos a atenção para os tempos dos verbos, todos no passado…
Os cientistas estimam que até 1.100 libras de microplásticos de produtos de cuidados pessoais e até 25,5 bilhões de fibras sintéticas de roupas entram no Oceano Antártico por década. Embora isso seja “insignificante” quando se espalha pelos 8,5 milhões de milhas quadradas do oceano – ou 5,4% dos oceanos do mundo – representa uma ameaça crescente aos ecossistemas locais.

Focas, pingüins e outros animais selvagens

Focas, pingüins e outros animais selvagens podem comer detritos plásticos e sufocar-se, ou ficar emaranhados. O minúsculo krill e outros zooplânctons também engolem os microplásticos, introduzindo substâncias químicas nocivas na cadeia alimentar. No entanto, ainda não está claro como essa dieta de plástico afeta animais marinhos no Oceano Antártico, disse Claire Waluda, co-autora do estudo e bióloga da British Antarctic Survey.
Os pesquisadores disseram que continuarão monitorando a poluição por plásticos na região, junto com outras ameaças crescentes ao ecossistema, incluindo os efeitos do aquecimento global causado por humanos e um influxo de espécies não-nativas.
E nós, cidadãos, vamos continuar a permitir que nossa ação destrua o que resta de importante no planeta? Até quando?

Fonte: Mar Sem Fim de 24/04/2018

 

 

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