segunda-feira, 25 de março de 2019

Mineração submarina será testada por cientistas

Para muitos a mineração submarina é um  pesadelo. Certo,  mineração é algo necessário em todo o mundo, mas a atividade é extremamente impactante ao meio ambiente. Não tem como não ser. É preciso cavar e revolver milhões de toneladas de terra para chegar aos minerais procurados. Máquinas imensas, construídas especialmente, fazem o trabalho. Agora, se aproxima o momento em que os minerais em terra começam a escassear, enquanto aqueles submersos ainda não foram explorados de modo intensivo. Há uma guerra no ar entre os que propõem a mineração, e os que temem pelo ecossistema marinho. A exploração de petróleo e gás submarinos já demonstrou que os acidentes, quando acontecem, são terríveis em suas consequências, daí o medo de muitos cientistas. Para resolver a questão, um tira-teima foi programado.
Assista ao vídeo/animação e entenda:

Alguns problemas da mineração

Mesmo em se tratando de mineração continental, as consequências já são extremamente danosas também aos oceanos. Alguns países chegaram a banir a exploração de petróleo no mar pelos riscos que traz. Enquanto isso, outros, como o Brasil, se preparam para iniciar a  exploraçao˜. Daí surgiu a ideia do teste que acontecerá este ano. De acordo com o último número da revista Nature, “o teste é o primeiro de uma técnica para aspirar metais como cobre ou ferro em larga escala, processo que será acompanhado por uma equipe independente de cientistas europeus, que vão estudar os efeitos nos ecossistemas marinhos dos sedimentos levantados pela mineração.”

29 licenças já foram dadas para a mineração marinha

A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, criada no âmbito da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar e que junta 168 países, debateu a questão do código de conduta no mês passado. Ela espera ter normas prontas no próximo ano. A entidade admite emitir licenças de exploração de 30 anos. Já concedeu 29 licenças para explorar minerais no fundo do mar, mais de metade para a chamada “Clarion Clipperton Zone“, no Oceano Pacífico, onde existem muitos milhões de nódulos polimetálicos, aglomerados de metais diversos, como manganês, cobre e ferro, do tamanho de uma batata.

Como e onde será feito o teste

Em abril a empresa Global Sea Mineral Resources vai usar uma máquina batizada Patania II para sugar esses depósitos, durante uma semana, numa área de 300 por 300 metros.
A imensa patania II. Foto: www.deme-group.com.

A empresa quer lançar a mineração em larga escala até 2026. A bordo da embarcação ‘RV Sonne’ os cientistas vão ao mesmo tempo colocar câmeras e sensores no mar para monitorar como é que a dragagem vai agitar os sedimentos do fundo do mar. Os investigadores temem que esses sedimentos possam enterrar, sufocar e intoxicar a vida do fundo do mar.

Mais alertas sobre os perigos da mineração submarina

Um estudo divulgado em janeiro indicava que os sedimentos podem levar até dez vezes mais tempo a reassentar do que se julgava. Kristina Gjerde, especialista em políticas de alto mar da União Internacional para a Conservação da Natureza, advertiu que a experiência não mediu os efeitos a longo prazo de uma mineração feita durante 30 anos, 24 horas por dia e sete dias por semana.

Fonte: Mar Sem Fim

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