Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos, finalmente o mundo dá as mãos
O problema é seríssimo, e mundial. Jamais será resolvido se não houver
participação global. Parece que 2019 chega trazendo notícias auspiciosas
para o drama do plástico. O material, inventado nos anos 50 do século 20,
trouxe enormes benefícios, por um lado; mas terríveis prejuízos, de
outro. De todo o plástico produzido no mundo, em 65 anos desde a sua
invenção, apenas 9% foi reciclado. Onde está o resto? Nos oceanos, e em
aterros mundo afora. O plástico não se desfaz, foi o grande aprendizado
de 2018, depois de inúmeros alertas da comunidade científica mundial.
Para combater esta ‘chaga’ da nossa era, este ano trouxe a novidade, a Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos (AEPW, na sigla em inglês).
O que é a Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos
É a união de cerca de 30 empresas tidas como ‘gigantes’ globais (setores plástico e bens de consumo), de quase todos os continentes, Américas, Europa, Ásia, África e Oriente Médio, e
investimentos previstos de US$ 1,5 bilhão de dólares nos próximos cinco
anos visando livrar o descarte incorreto do plástico, principalmente,
mas não apenas, nos oceanos. Na palavra da AEPW,
“somos uma organização sem fins lucrativos, em parceria com a
comunidade financeira, governo e sociedade civil, incluindo ONGs de
desenvolvimento ambiental e econômico. Estamos trabalhando para tornar
realidade o sonho de um mundo sem lixo plástico.” David Taylor,
o chefão do grupo (e presidente da P&G), declarou: ““Todos
concordam que os resíduos de plástico não pertencem aos nossos oceanos
ou qualquer outra parte do meio ambiente. Este é um desafio global,
complexo e sério que exige uma ação rápida e uma liderança forte. Essa
nova aliança é o esforço mais abrangente até o momento para acabar com o
lixo plástico no ambiente. Peço a todas as empresas, grandes e pequenas
e de todas as regiões e setores, que se juntem a nós.”
As cinco ‘verdades’ da Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos
No site da milionária nova ONG há uma página dedicada às verdades por eles elencadas, que são:
Fato Nº 1: Apenas dez rios transportam mais de 90% dos plásticos do rio para o oceano.
Fato Nº 2: 80% do plástico oceânico vem de fontes terrestres.
Fato Nº 3: Mais
de metade do vazamento de resíduos de plástico em terra vem de apenas
cinco países, China, Indonésia, Vietnam, Filipinas, Tailândia.
Fato Nº 4: A pesquisa identificou as mais significativas fontes de resíduos plásticos não gerenciados e aspectos-chave da solução.
Fato Nº5: Substituir
plásticos em embalagens e produtos de consumo com materiais
alternativos pode elevar os custos ambientais quase quatro vezes.
A divisão do descarte de plástico por países, segundo a AEPW
Para a Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos, a divisão do plástico por países é a que segue abaixo.Origem por país de resíduos plásticos não gerenciados em 2010 (toneladas métricas). As fontes são, Universidade da Geórgia; Universidade da Califórnia; Associação de Educação Marinha. Abaixo, a parte que compete ao Brasil e aos Estados Unidos.
Finalmente, os maiores vilões, China e Indonésia.
Elencados os problemas, a AEPW propões soluções
Algumas das estratégias: fazer parcerias
com prefeituras, de modo a criar sistemas integrados de gestão de
resíduos; desenvolver um banco de dados global; colaborar com
organizações internacionais como a ONU; e o mais difícil, custear redes
de incubadoras para desenvolver tecnologias e modelos de negócios que trabalhem com reciclagem (ao nosso ver o grande drama é a reciclagem) ou impedindo o descarte nos oceanos. E ainda, dar apoio à iniciativa Renew Oceans, para incentivar investimentos e engajamento regional. O programa tem o objetivo de capturar os resíduos plásticos antes que cheguem ao oceano,
nos 10 rios que transportam a maior parte destes resíduos. Faz parte da
estratégia, ainda, a educação e engajamento de governos, empresas e
comunidades para incentivar ações.
Os fundadores da Aliança para o Fim dos Resíduos Plásticos
A lista é de fazer brilhar os olhos de qualquer um: a brasileira Braskem,
BASF, Berry Global, Chevron Phillips Chemical Company LLC, Clariant,
Covestro, CP Group, Dow, DSM, ExxonMobil, Formosa Plastics Corporation
USA, Henkel, LyondellBasell, Mitsubishi Chemical Holdings, Mitsui
Chemicals, Nova Chemicals, OxyChem, PolyOne, Procter & Gamble,
Reliance Industries, SABIC, Sasol, Suez, Shell Chemical, SCG Chemicals,
Sumitomo Chemical, Total, Veolia e Versalis (Eni).
Fonte: Mar Sem Fim
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