quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Mancha de lixo do Pacífico e portas de saída?

Mancha de lixo do Pacífico: primeiro teste com barreira, inventada por garoto, não foi sucesso

Quase todos os oceanos têm manchas estáticas de plástico. O Atlântico Norte, e o Sul; o Índico, e o Pacífico Sul. Entretanto, a mancha de lixo do Pacífico é considerada a pior de todas em volume e tamanho.
Foto: share in america org

A Mancha de lixo do Pacífico

Conduzido pelas correntes marinhas em interação com o movimento de rotação da Terra, qualquer tipo de lixo plástico, dos países banhados pelo Pacífico Sul, acabam se juntando a outros num ponto remoto do Pacífico onde, de acordo com cientistas, a massa de lixo “tem o tamanho de 680 mil quilômetros quadrados, o que equivale aos territórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados”.

Oceanos: ainda tratados como lata de lixo da humanidade

Ilustração: operamundi

 

A mancha do Pacífico, por seu gigantismo, é uma prova cabal que os oceanos continuam a ser tratados como “lata de lixo da humanidade”. Seja por gravidade, “tudo que é produzido pela humanidade acaba parando no mar”, ou por descuido. O problema é gravíssimo, a ponto de haver hoje uma convergência mundial para tentar diminuir os impactos negativos. Tudo começou quando cientistas descobriram que desde a sua invenção, nos anos 50 do século passado, apenas 9% de todo o plástico produzido foi reciclado. Esta triste realidade espantou até mesmo os grandes produtores mundiais, que se juntaram para criar uma aliança para o fim dos resíduos plásticos.

Todos os anos oito milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos

Recente pesquisa da Ellen MacArthur Foundation estima que haja mais de 150 milhões de toneladas de material plástico nos oceanos. A Pesquisa indica que, se as condições forem mantidas, haverá mais plástico que peixes em 2050.
Foto: ambro2003 blogspot.com
Mas, pior que apenas o lixo marinho, é o microplástico, tão pequeno, como indica o nome, que sequer é visível a olho nu. É preciso coletar água do mar e examiná-la em laboratórios para a comprovação. Pesquisas indicam que 85% do lixo marinho provém de microfibras e microplástico. E para este problema ainda não há solução no horizonte.

Mancha de lixo do Pacífico: hecatombe produzida pela nossa geração

O plástico, e materiais assemelhados, se tornam partículas que vão parar no estômago de animais e aves marinhas
Pela crença que a mancha de lixo seria estática, cientistas já estudavam maneiras de diminuir seu tamanho e impacto. Até a ONU entrou na briga e lançou uma campanha. Enquanto isso, vários países adotaram severas medidas contra o material, exceção até agora, ao Brasil, infelizmente.
Peixes e aves acabam ‘se alimentando’ com pedaços de plástico. Foto: jorgetioosala worldpress.com

Guerra contra o plástico

Mas não são apenas as organizações mundiais, ou os produtores, que se preocupam e propõem soluções. Quase toda semana surge alguma nova ideia para remediar a situação. Por exemplo, cientistas estudam produzir bactérias que comam o plástico; cientistas de Harvard estudam produzir bioplástico a partir da casca de camarões; e até um milionário, que deve muito de sua fortuna aos oceanos, lançará em breve um barco para estudar os oceanos, e recolher plástico.
Foto: Fortmyersbeachfi.gov
Uma destas ‘soluções’ vem do holandês Boyan Slat, 24 anos, um garoto que se impressionou ao mergulhar e ver a brutal quantidade de plástico em seu périplo submarino.
Ilha de plástico em Cabo Verde

Visualização da NASA sobre as correntes marinhas e respectivas manchas de lixo dos oceanos

Invenção promete limpar a mancha de lixo do Pacífico

Boyan Slat inventou um sistema de coleta quilométrico que visa limpar o Oceano Pacífico. O dispositivo com cordões extremamente longos e âncoras flutuantes almeja eliminar a chamada “Grande Mancha de Lixo do Pacífico“.
Veja como funciona:

Primeiro teste aconteceu no final de 2018 e não foi um sucesso

O primeiro sistema flutuante de limpeza oceânica, implantado para coletar a poluição por plásticos da grande mancha do Pacífico, foi retirado do serviço logo depois de ter se separado durante a operação entre o Havaí e a Califórnia. Ele foi lançado pela ONG  The Ocean Cleanup, trata-se de uma barreira com 600 metros e 80 mil toneladas que pretende recolher os plásticos dos oceanos, trazê-los para terra e reciclá-los. A organização garante que os peixes não vão ser aprisionados pela barreira, como acontecerá com o lixo, eles conseguem escapar pela rede ou desviarem-se do caminho. Novas testes serão feitos em 2019. Estamos na torcida!
Assista ao vídeo e saiba como funciona

Fonte: Mar Sem Fim

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