Boom de visitantes à Biblioteca
Nacional do Reino Unido sugere que a ascensão da era digital fez as
pessoas almejarem “encontros humanos reais e artefatos físicos”
O crescimento da era digital aumentou a
quantidade de visitantes da Biblioteca Nacional do Reino Unido em 10%,
conforme apontado por um recente estudo, assim como sugere que, quanto
mais “conectadas” as pessoas são, mais elas valorizam artefatos físicos.
O diretor executivo da Biblioteca disse
que o mundo dos computadores, smartphones e redes sociais não ameaçava
as bibliotecas tradicionais, pelo contrário: encoraja as pessoas a
cruzarem as suas portas.
Um estudo divulgando os planos da
entidade para até 2023 identificou um aumento de 10% no número de
visitantes nos últimos 12 meses. De 1.465.318 em 2012 para mais e 1,6
milhão no último ano.
Percebe-se que o mundo de “ascensão
digital e baseado na tecnologia” não diminuiu o interesse pelas
bibliotecas, mas renovou o interesse em seu estoque.
“Parece que, quanto mais conectados
estamos, maior a percepção de que encontros reais e artefatos físicos
são valiosos: procuramos então atividades que nos proporcionem contato
com essas coisas.” Roly Keating, diretor executivo da Biblioteca, disse
numa palestra que não é “contraditório” haver um aumento em iPhones,
tablets, redes sociais e livros físicos, além de acrescentar que, com o
passar do tempo, as bibliotecas adquirirão “novos valores”.
Ele recentemente revelou um plano de
ações para a biblioteca nos próximos anos, definindo metas até o
aniversário dela em 2023, os quais incluem a digitalização de arquivos
de som, o compartilhamento de suas coleções com “mais pessoas do que
nunca” e construir o Instituto Alan Turing, um novo centro de pesquisas
científicas com 42 milhões de libras esterlinas, providas pelo governo.
Falando na biblioteca sobre “Conhecimento
vivo”, Keating disse: “Pessoas me perguntam talvez mais até do que eu
esperaria, na era do Google, buscadores virtuais e tudo o mais:
bibliotecas ainda fazem sentido? É uma questão séria num momento em que
gastos públicos estão tão restritos. Acreditamos que o propósito das
bibliotecas, bem como o que elas são, é que determinarão sua
sobrevivência no futuro.”.
Ao dizer que nos próximos anos os
escritórios do Google poderiam abrir na recém-divulgada “Knowledge
quarter*”, próxima à Estação St Pancras, perto da Biblioteca Nacional,
Keating afirma que muitos membros do público acreditam que terão de
fazer uma difícil escolha entre livros e internet.
“As pessoas farão escolhas e isso é
inevitável: elas podem ficar em frente à estação St. Pancras, virar para
a esquerda ou direita, procurando diferentes caminhos para se adquirir
conhecimento e cultura na era digital.”, ele afirma. “Elas se sentem num
dilema, dilema esse com o qual todos nós que trabalhamos no ramo
teremos que nos preocupar.”
“Uma série de valores que foram incutidos
nas bibliotecas por décadas ou séculos talvez estejam entrando em
conflito com os novos valores que temos hoje enquanto vivemos nossa vida
nos computadores, celulares e redes sociais.
“Obviamente, estou aqui essa noite para
dizer que eu não acredito que haja contradição alguma nisso. O papel da
biblioteca é orgulhosamente fazer parte de tudo isso, é nosso papel unir
essas coisas, ainda que seja algo difícil, mas é o que mostra a
durabilidade das bibliotecas.”
O relatório da biblioteca também diz: Num
tempo em que a provisão de conhecimento e cultura está aumentando em
meio à internet, o valor e a importância de espaços físicos de alta
qualidade está aumentando, não diminuindo.
Knowledge quater: parceria recentemente
lançada de 35 organizações acadêmicas, culturais, de pesquisa,
científicas e/ou midiáticas instaladas em King Cross, Euston e
Bloomsbury com o intuito de partilhar seu conhecimento e pesquisas. (N
do T)
Traduzido de: telegraph
PS: O presente texto é a tradução de uma
notícia publicada no site “Telegraph”, não correspondendo
necessariamente com a opinião da equipe do Literatortura.
Fonte: Blog da UCS via Literatortura acesso em
http://literatortura.com/2015/02/mais-tecnologia-mais-pessoas-nas-bibliotecas-estudo-aponta-que-sim-ou-pelo-menos-talvez/
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