Segundo estudo de professora americana, 92% dos alunos se concentram mais no texto impresso.
Contato físico foi um dos aspectos mais destacados por quem prefere o papel (Foto: André Coelho / Agência O Globo).
Uma pesquisa com mais de 300 estudantes
universitários nos EUA, no Japão, na Alemanha e na Eslováquia constatou
que a maioria prefere os livros físicos aos e-books. Especialmente para
leituras mais “sérias”. Consultados sobre o suporte em que preferem ler,
incluindo livro impresso, celular, tablet, e-reader e computador, 92%
elegeram o papel por conseguirem se concentrar mais no texto impresso do
que nas versões digitais.
O estudo é apresentado no livro “Words
onscreen: The fate of reading in a digital world” (em tradução literal,
“Palavras na tela: O destino da leitura num mundo digital”), da
professora de Linguística da American University Naomi Baron. Em
entrevista à revista americana “The New Republic”, a pesquisadora
destacou duas questões por trás do resultado, que chama a atenção pelo
fato de os jovens, acostumados a fazer tantas coisas nas telas,
mostrarem-se resistentes aos e-books: primeiro, os estudantes disseram
que se dispersam, são atraídos por outros estímulos; depois, eles
relataram que sentem os olhos cansados, dor de cabeça e outros
desconfortos físicos ao ler por mais tempo num tablet ou computador.
Quando os pesquisadores perguntaram aos
estudantes sobre suas restrições à leitura na tela, ouviram, por
exemplo, que eles gostam de saber o quanto já avançaram no livro. Para
isso, porém, bastaria olhar no topo da tela o percentual concluído do
e-book. Ainda assim, os leitores destacaram que a experiência é
totalmente diferente da que se tem ao sentir nas mãos quantas páginas já passaram e
quantas ainda faltam. Os alunos também citaram que no e-book perde-se a
memória visual de onde está determinada passagem da história. Houve
ainda quem sentisse saudade da sensação de dever cumprido ao olhar o
livro na estante depois de lido. E, claro, os mais nostálgicos
lamentaram a falta do cheiro do livro de papel.
“Há realmente um componente físico,
tátil, cinestésico na leitura”, disse Naomi. “De modo geral, se você faz
testes-padrão de compreensão do texto, os resultados são quase os
mesmos entre a tela e a cópia física. Mas é isso que queremos saber?
Minha pesquisa mostra que fazemos conexões para além da decodificação de
palavras”.
Fonte: Blog da UCS via O Globo acesso em http://oglobo.globo.com/cultura/livros/pesquisa-mostra-que-universitarios-preferem-livro-fisico-e-book-15057302#ixzz3PY48Jzc2
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