quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Pesquisa mostra que universitários preferem livro físico a e-book

2 de fevereiro de 2015 por Carolina Meroni
Segundo estudo de professora americana, 92% dos alunos se concentram mais no texto impresso.
 Contato físico foi um dos aspectos mais destacados por quem prefere o papel (Foto: André Coelho / Agência O Globo).

Uma pesquisa com mais de 300 estudantes universitários nos EUA, no Japão, na Alemanha e na Eslováquia constatou que a maioria prefere os livros físicos aos e-books. Especialmente para leituras mais “sérias”. Consultados sobre o suporte em que preferem ler, incluindo livro impresso, celular, tablet, e-reader e computador, 92% elegeram o papel por conseguirem se concentrar mais no texto impresso do que nas versões digitais.
O estudo é apresentado no livro “Words onscreen: The fate of reading in a digital world” (em tradução literal, “Palavras na tela: O destino da leitura num mundo digital”), da professora de Linguística da American University Naomi Baron. Em entrevista à revista americana “The New Republic”, a pesquisadora destacou duas questões por trás do resultado, que chama a atenção pelo fato de os jovens, acostumados a fazer tantas coisas nas telas, mostrarem-se resistentes aos e-books: primeiro, os estudantes disseram que se dispersam, são atraídos por outros estímulos; depois, eles relataram que sentem os olhos cansados, dor de cabeça e outros desconfortos físicos ao ler por mais tempo num tablet ou computador.
Quando os pesquisadores perguntaram aos estudantes sobre suas restrições à leitura na tela, ouviram, por exemplo, que eles gostam de saber o quanto já avançaram no livro. Para isso, porém, bastaria olhar no topo da tela o percentual concluído do e-book. Ainda assim, os leitores destacaram que a experiência é totalmente diferente da que se tem ao sentir nas mãos quantas páginas já passaram e quantas ainda faltam. Os alunos também citaram que no e-book perde-se a memória visual de onde está determinada passagem da história. Houve ainda quem sentisse saudade da sensação de dever cumprido ao olhar o livro na estante depois de lido. E, claro, os mais nostálgicos lamentaram a falta do cheiro do livro de papel.
“Há realmente um componente físico, tátil, cinestésico na leitura”, disse Naomi. “De modo geral, se você faz testes-padrão de compreensão do texto, os resultados são quase os mesmos entre a tela e a cópia física. Mas é isso que queremos saber? Minha pesquisa mostra que fazemos conexões para além da decodificação de palavras”.
Fonte: Blog da UCS via  O Globo  acesso em http://oglobo.globo.com/cultura/livros/pesquisa-mostra-que-universitarios-preferem-livro-fisico-e-book-15057302#ixzz3PY48Jzc2

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