quarta-feira, 14 de março de 2018

Exploração marinha, difícil e cara, ganha novo aliado: a tecnologia dos drones

Os drones, ou veículos de superfície não tripulados, são equipados com 42 sensores de pesquisa meteorológica e oceanográfica. Eles são guiados pelo GPS e controlados por leme remoto. Como não há tripulação, podem ir a ambientes difíceis  para coletar dados e ajudar os cientistas a obter uma visão melhor do estado da saúde oceânica e do clima em mudança. Começa uma nova era na exploração marinha.
 Nova era da exploração marinha. Um dos tipos de drones da empresa saildrone (Foto: saildrone)

As brutais dificuldades na exploração submarina

Um dos motivos pelos quais os cientistas conhecem menos de 5% dos oceanos profundos, é sua enorme dificuldade de exploração. É um problema logístico, e caríssimo. Os poucos submarinos remotos precisam ser levados em enormes navios. O custo operacional é proibitivo. O próprio custo dos robôs já é muito alto. Ele deve ser construído com tecnologia de ponta, usando materiais exóticos como fibra de carbono, e alta tecnologia em equipamentos embarcados. Imagine a força da pressão abaixo de 4 mil metros, profundidade média dos oceanos que têm com picos que chegam até 11 mil metros! E acredite, até nestes locais a poluição humana já chegou.
Estes equipamentos são usados com muito mais frequência na exploração de petróleo, por exemplo. É que a venda do terrível combustível fóssil  paga todas as contas e ainda sobram bilhões. O mesmo não acontece na oceanografia. Por isso, hoje os drones são essenciais, assim como outras tecnologias avançadas. Sem elas não avançaríamos.

Bóias estacionadas para pesquisar

Matéria do site www.inc.com diz que “os dados oceânicos são valiosos, mas, durante décadas, a única maneira de estudar as águas hostis do mundo era implantar uma bóia estacionária, lançar um satélite no espaço ou enviar um navio de pesquisa  que funcione a um custo de centenas de milhares de dólares por dia para operar. A Saildrone oferece aos pesquisadores governamentais, e empresas privadas, dados mais facilmente acessíveis sobre populações de peixes e vida selvagem, saúde ambiental, temperatura do oceano, clima e mudanças climáticas.

Hoje, mais drones que satélites, uma nova era na exploração marinha

“Em um ano, a Saildrone espera implantar mais de 100 drones para dar a primeira visão abrangente dos oceanos e como e por que o clima está mudando, diz o fundador Richard Jenkins. Em alguns anos, o Saildrone planeja implantar mais drones no oceano do que há satélites orbitando a Terra.”

A NOAA usa drones

Até a agência norte americana, a NOAA, utiliza os serviços do drones. Segundo a matéria, “o programa de dados serviço prestado pela Saildrone custa US $ 2.500 por dia, e os clientes atualmente incluem a pesca comercial, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, a Guarda Costeira dos EUA, e o Departamento de Segurança Interna.”
John Dabiri, professor de engenharia civil e ambiental e mecânica em Stanford, diz que a superfície do oceano é relativamente mal amostrada e há uma necessidade de formas de baixo custo para coletar dados.”

Drones no Alasca

“Jessica Cross, uma oceanógrafa da NOAA, é uma dos três principais pesquisadoras que utilizam o Saildrone (e outras tecnologias) para estudar como o Oceano Ártico absorve o dióxido de carbono, e como isso afeta as populações de peixes, a cadeia alimentar e a pesca de subsistência e comercial. Ela diz que cerca de 60% da pesca comercial mundial é feita no Alasca, o que significa que os peixes nessas águas contribuem para a segurança alimentar em todos os lugares.”
                             Exploração marinha, e drone em alto- mar (foto: saildrone)
A Saildrone não visa substituir outros sistemas de pesquisa oceânica, diz Cross. Navios, bóias e satélites ainda são necessários, mas Saildrone oferece aos pesquisadores uma visão ampliada dos cantos remotos dos oceanos do mundo.”

Uma rede de drones nos oceanos

“Agora, o Saildrone tem 20 barcos drone que realizam tarefas específicas, como medir dióxido de carbono e contar peixes. Os dados são transmitidos para um satélite e compartilhados com pesquisadores em tempo real. Uma vez que uma rede de centenas ou milhares está em vigor, diz Jenkins, o potencial de Saildrone se reunirá, pois forma uma constelação de pontos de dados interconectados no oceano que rastreia o clima da Terra de pólo a pólo.”

Fonte: Mar Sem Fim via https://www.inc.com/will-yakowicz/disruptor-25-2017-saildrone.html?cid=sf01001&sr_share=twitter.


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