Fossa das Marianas, apesar da vida marinha, local foi proposto para ser depósito de resíduos nucleares
Ela é o local mais profundo dos Oceanos.
Situa- se no Pacífico, a leste das Ilhas Marianas, na fronteira entre
as placas tectônicas do Pacífico e das Filipinas. Nossa ignorância sobre
os oceanos é tão abissal quanto ela. No passado recente, a Fossa das
Marianas foi proposta para ser local de depósito de resíduos nucleares! E
esta não foi a única vez que o oceano foi considerado como depósito de
lixo radioativo. O mesmo absurdo aconteceu no Ano Geofísico internacional 57- 58.
A descoberta da Fossa das Marianas
A descoberta foi produto da viagem do
Challenger, exploração britânica de volta ao mundo entre 1872 e 1876,
percorrendo 127 mil quilômetros. A influência da exploração do Challenger
foi tamanha que o estudo do mar, a partir daí, foi encarado como uma
disciplina legítima a que foi dada o nome de Oceanografia.
A formação da Fossa das Marianas
De acordo com a National Geographic, “as
zonas de subdução ocorrem onde uma parte do fundo do mar – neste caso, a
placa do Pacífico – mergulha abaixo de outra, a placa das Filipinas. Embora
as forças tectônicas acabem por deformar a placa do Pacífico para que
ela faça um mergulho quase vertical no interior da Terra, no fundo do
mar a placa mergulha em um ângulo menos abrupto.” Uma das razões pelas
quais a Fossa das Mariana seja tão profunda, é porque o Pacífico Ocidental abriga alguns dos mais antigos fundos marinhos do mundo – cerca de 180 milhões de anos. Outro fator, é que a Fossa das Marianas está longe da foz de qualquer rio que, normalmente, despeja lama no mar.
Fundo submarino formado por lavas
fundo dos oceanos é formado por lava em cumes. Quando é fresca, a lava é comparativamente quente e flutuante, subindo alto no manto de água subjacente. Mas, à medida que envelhece e afasta-se da sua fonte, a lava esfria lentamente e torna-se cada vez mais densa, fazendo com que se assente sempre mais baixo. Esse é o caso da Fossa das Marianas.
Os primeiros a chegarem ao fundo da Fossa das Marianas
Aconteceu muito recentemente, em 1960,
quando o batiscafo Trieste, da marinha dos Estados Unidos, tripulado
pelo tente Don Walsh e o cientista Jacques Piccard participaram da
expedição.
O batiscafo Trieste, o primeiro a descer. (Foto:http://zinkabaut.com/) |
A descida e subida demorou 9 horas. Os dois exploradores ficaram por 20
minutos no ponto mais profundo dos oceanos. A profundidade é tal que
dentro caberia o Everest e ainda sobraria espaço.
Segundo o escritor Bill Bryson, em seu livro Breve História de Quase Tudo (Ed. Cia das Letras), a aventura nunca mais foi repetida em parte porque a Marinha dos Estados Unidos se negou a financiar novas missões
porque “a nação estava prestes a se voltar para as viagens espaciais e
a missão de enviar um homem à Lua. Isso fez com que as investigações do
mar profundo parecessem sem importância e um tanto antiquadas. Mas o
fator decisivo foi a escassez de resultados do mergulho do Trieste”.
Escassez de resultados do Trieste: entenda por quê
A pressão nestas profundidades, mil
vezes maior que a nível do mar, é tão violenta que as janelas do
Trieste, uma esfera de aço de 2 metros de diâmetro, eram do tamanho de
moedas para não explodirem.
1985, ano de grandes descobertas
“Em 1985 o oceanógrafo Robert Ballard, que tornou-se famoso pela descoberta do Titanic,
utilizou um ROV (Remotely operated underwater vehicle) e seu
minisubmarino Alvin para fazer mais uma descoberta histórica em conjunto
com o pesquisador Dedley Foster. Eles comprovaram que, ao contrário do
que se supunha, abaixo da camada batipelágico situada entre 1000 e 4000
metros, volta a existir vida.”
Vida marinha a mais de 10 mil metros de profundidade
“Pelas imagens de Ballard e Foster,
comprovou-se que graças aos componentes químicos e ao calor exalado
pelos vulcões por delicadas “chaminés”
encontrados nas Fossas Marianas há vida exuberante nas profundezas.
Ali há um incalculável número de espécimes vivos altamente
desenvolvidos e adaptados à colossal pressão encontrada. As filmagens do
ROV de Ballard e Foster mudaram para sempre parte da história da
evolução da vida no planeta. E abriram um campo imenso para novas
pesquisas.”
Março de 2012: o terceiro ser humano desce na Fossa das Marianas
Neste ano o cineasta James Cameron foi o terceiro ser humano a conseguir a façanha. Ele desceu no submersível Deepesea Challenger até a parte mais profunda da Fossa das Marianas.
Assista o vídeo do mergulho de James Cameron em:
Poluição na Fossa das Marianas
Apesar da dificuldade de acesso, estudos mostram que a poluição provocada pelo ser humano já chegou até no fundo da Fossa das Marianas.
Uso da Fossa das Marianas como depósito de lixo radioativo
Matéria do www.sciencedirect.com/
informa que “os japoneses fizeram uma proposta para despejar resíduos
em uma planície abissal a meio caminho entre Tóquio e as Marianas do
Norte. A possibilidade foi discutida desde meados da década de 1970. A
implementação da proposta foi adiada por causa dos protestos de Ilhéus
do Pacífico. No início de 1985, o primeiro-ministro Nakasone disse que a
proposta não estava mais em consideração.”
Países europeus liderados pela Inglaterra despejaram resíduos nucleares nos oceanos
O mesmo texto diz que “quatro países
europeus – liderados em volume pelo Reino Unido – despejaram resíduos
nucleares de baixo nível anualmente em um local no Atlântico Nordeste
até Fevereiro de 1983. Nesta ano uma proposta de moratória dos membros
da 1972 London Dumping Convention interrompeu as operações.”
Fontes: Mar Sem Fim via https://pt.wikipedia.org/wiki/Fossa_das_Marianas; https://news.nationalgeographic.com/news/2012/04/120405-james-cameron-mariana-trench-deepsea-challenger-oceans-science/;http://www.bbc.com/portuguese/ciencia/2009/06/090603_submarinoroboml.shtml; https://www.sciencedirect.com/sdfe/pdf/download/eid/1-s2.0-0308597X8890036X/first-page-pdf.
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