A publicação dos resultados de estudos acadêmicos em acesso aberto é cada vez mais frequente e estima-se que atualmente estão disponíveis milhões de documentos online. Por esta razão, é importante ter ferramentas eficientes para encontrar as versões livres dos artigos que precisamos. Como a necessidade vai criando a oferta, nos dois ou três últimos anos vem surgindo aplicativos gratuitos para atender aos requerimentos dos acadêmicos, bibliotecários, pesquisadores, e estudantes em geral.
A tabela a seguir apresenta os diferentes serviços analisados por Aaron Tay em vários posts (os links estão relacionados no final do post) com alguns comentários e avaliações minhas (que me considero um pouco velho para ser um nerd!). Mais abaixo neste post mostraremos exemplos dos dois plugins que nos parecem mais eficientes – ou seja: são os que eu uso – porém seria um bom exercício que você mesmo faça seus testes.
BASE: Este serviço criado pela Bielefeld University Library na Alemanha é, provavelmente, um dos maiores e mais avançados agregadores do mundo, superando em novembro de 2016 os 100 milhões de documentos . O serviço BASE assegura que pelo menos 40% dos textos identificados estão em acesso aberto, não sendo possível assegurá-lo ao restante por falta de metadados nos repositórios. Através do serviço de
oadoi.org, tem acesso a mais de 5.000 repositórios.
CORE: O CORE afirma ter cerca de 70 milhões de documentos que, assim como o BASE, são recuperados através do protocolo OAI-PMH. Por esta razão, também têm o mesmo problema de vincular com certeza os textos completos devido ala falta de normalização dos metadados nos repositórios institucionais, em particular os “Green OA” (ver nota no final da tabela). Em contrapartida, o CORE indexa o conteúdo destes textos completos.
Dissemin: Está em versão beta, têm indexados cerca de 100 milhões de documentos. É uma versão simples, por enquanto limitada a buscar apenas pelo nome do autor. Entrega os resultados rapidamente indicando quais deles estão disponíveis em acesso aberto.
Lazy Scholar Buton: Lançado em 2014, é um
plugin que, até o momento, funciona apenas no navegador Google Chrome. É a extensão mais complexa (algo complicado também) e, entre vários serviços, pode verificar se sua instituição possui assinaturas ao texto completo, apresentar varias métricas de citação, obter comentários de sistemas como
PubMed Commons, oferece funções que lhe permite criar citações, e recuperar documentos relacionados com sua consulta que podem ser de interesse, também em acesso aberto.
OAlters: Propriedade de OCLC, esse é um catálogo coletivo que declara possuir mais de 50 milhões de registros de recursos em acesso aberto, provenientes da coleta por OAI-PMH de mais de 2.000 fontes que contribuem ao catálogo. Os registros também estão disponíveis na interface do WorldCat. Tem as mesmas limitações que foram indicadas para o BASE, CORE e coleções baseadas no protocolo OAI-PMH, limitações que são explicadas ao final desta tabela.
Open Acess Button: É um
plugin criado em 2013 por dois estudantes e deve ser instalado em um navegador que não seja Internet Explorer, mas é instalado facilmente no Google Chrome. Têm alguns milhares de usuários registrados. Em meus experimentos, no entanto, não tive muito êxito.
Google Scholar Button: É um
plugin lançado em 2015 que pode ser instalado de forma simples e direta. Como funciona? Suponhamos que você está em uma página a qual não teve acesso através do Google Scholar e queira saber se existe uma versão de acesso livre deste documento. O que deve fazer, então, é marcar o título do artigo com o mouse e clicar no ícone na barra de ferramentas (o de número 2 na figura de nossa barra de ferramentas). O Google Scholar buscará em
background e abrirá em uma janela secundária à direita apresentando todas as versões de acesso livre que têm indexadas.
Unpaywall Button: Uma vez que a extensão é instalada, quando chega a uma página de um documento qualquer, aparecerá na margem direita de sua tela o ícone de um cadeado, que pode estar em diferentes cores, eles têm os seguintes significados:
- Verde: o texto completo está em um repositório institucional ou servidor de preprints
- Dourado: trata-se de um artigo de um periódico que tem licença de acesso aberto
- Azul: está em um periódico que não tem licença de acesso aberto
- Negro: não encontrou outras versões em seu índice.
São de fato efetivas estas ferramentas para encontrar textos livres?
Em termos de eficiência, podemos dividir estas ferramentas em dois níveis:
- No primeiro nível estão aquelas que se baseiam na busca direta pelo Google Scholar, comoLazy Scholar button, também o Google Scholar button e Unpaywallbutton.
- Em segundo nível estariam todas as outras ferramentas analisadas neste post.
O motivo é que o Google Scholar é o maior índice de material académico disponível, apesar de ter limitações ao indexar os repositórios. Todas as outras iniciativas, no momento, são muito menores em termos de cobertura, incluindo os agregadores como o BASE e o CORE pelos motivos explicados acima. Por outro lado, o Google Scholar desenvolveu algoritmos muito eficientes que permitem distinguir as diferentes manifestações de um mesmo artigo (preprints, versões, postprints, etc.).
Além disso, o Google Scholar não apenas indexa repositórios, com também toda classe de sites, incluindo as páginas web das universidades. Estes documentos são invisíveis à maioria dos pluginsanalisados, que se restringem principalmente a repositórios, ao passo que o Google Scholar indexa todos os documentos que parecem ser acadêmicos, incluídos em sites com extensão: .edu.
Também é necessário ressaltar que os serviços do tipo Open Access button e aqueles que usamOadoi.org e similares, não indexam artigos disponíveis no ResearchGate ou Academia.edu, devido às fortes suspeitas de que muitos destes documentos depositados pelos autores violam os acordos de direitos com os periódicos, porém são indexados pelo Google Scholar. Segundo um recente artigo4 do Scientometrics, estima-se que cerca de 40% dos PDF depositados no ResearchGateviolam os acordos de copyright.
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