terça-feira, 25 de julho de 2017

Mexico protege seus corais: país lança seguro contra danos

Mexico protege seus corais. Esta é apenas mais uma prova da importância dos corais, e das ameaças que eles sofrem com o turismo desordenado, aquecimento dos Oceanos, a acidificação, que matou um terço dos corais da Grande Barreira; tempestades e furacões.
Para amenizar novos acidentes o México mostra pioneirismo ao segurar seus corais. Quem trouxe a notícia foi o the guardian.com.

Entenda como funciona o seguro

 

“Um trecho de recifes de corais ao largo da Cidade do México é o campo de testes para uma nova idéia que poderia proteger os ambientes sensíveis ao redor do mundo: o seguro”.

Foto: The Guardian


“Os recifes, ao largo da costa de Cancun, serão os primeiros a serem protegidos sob um regime de seguro pelos quais o prêmio será pago pelos hotéis locais e o governo. Dinheiro será liberado para pagar danos aos recifes caso sejam atingidos por furacões ou tempestades”.

 

A proteção à costa oferecida pelos recifes

 

Os benefícios dos recifes de coral não se restringem à vida marinha. Eles formam uma barreira protetora à costa em caso de tempestades com ondas grandes. Nestes casos, as ondas perdem impacto ao atingirem as barreiras de corais. Mas, se protegem a costa, perdem simultaneamente parte de sua estrutura nos casos de tempestades severas.

The Guardian explica que ” segundo a apólice de seguro de Cancun, feita pela companhia Swiss Re e a ONG The Nature Conservancy, as organizações de turismo locais serão as empresas que pagarão o prêmio. A área protegida pelo seguro tem 40 milhas de extensão, a um custo que vai de US$ 1 milhões de dólares, até US$ 7.5  milhões”.

“Se quaisquer tempestades destrutivas danificarem o sistema de recifes, a seguradora irá pagar um prêmio que pode oscilar entre   US $ 25 milhões, a US$ 70 milhões num dado ano”.

 

Como ‘curar’ os recifes em caso de tempestades

 

Sempre é bom lembrar que recifes de corais são animais. Por isso o termo ‘cura-los’ em caso de danos. The Guardian: “Quaisquer pagamentos serão usados para a restauração do recife, por exemplo através da construção de estruturas artificiais que podem aumentar a altura do recife em caso de danos causados por tempestades”.

E como fazer isso? The Guardian explica: “pedaços de corais danificados  podem ser removidos.  Eles descansam numa espécie de ‘UTI’ por um período de semanas ou meses, o que contribui para que os danos  regridam  até o ponto em que possam ser  recolocados no seu habitat natural”.

 

E quais as vantagens?

 

“As vantagens de tal restauração vão muito além de contribuir com a economia gerada pelo turismo. Os recifes proporcionam um bom freio natural  contra tempestades destrutivas. Eles são viveiros para peixes quando estão crescendo, e formam uma parte vital do ecossistema marinho. Sua saúde ou declínio  é vista como uma dos principais indicadoras do estado do meio ambiente global”.

 

O pioneirismo de Cancun pode ser um exemplo para o mundo

 

“O esquema de Cancun,  a ser executado pela Swiss Re e a Nature Conservancy, com o apoio do governo mexicano, é pensado para ser um dos primeiros no mundo a amarrar os benefícios ambientais e os “serviços ecossistémicos” fornecidos pelo  conjunto de características físicas, químicas e biológicas que influenciam a existência de uma espécie animal ou vegetal, firmando custos monetários e recompensas. Se der certo pode se tornar um modelo para projetos semelhantes no futuro, ligando a proteção e preservação do meio ambiente a pagamentos em caso de desastres”.

 

Parcerias Público Privadas

 

“As parcerias público-privadas são a chave”, disse Mark Tercek, executivo-chefe da Nature Conservancy, em uma entrevista com ao Guardian. “Tercek disse que o esquema Cancun vai dar um exemplo de parceria entre as empresas privadas, governos e empresas de seguros. E seria possível repicar o modelo mundo afora”.

Como se vê, não são apenas os ambientalistas brasileiros que pedem urgência às Parcerias Público Privadas para áreas protegidas. Enquanto no Brasil a ideia causa repulsa aos atrasados mentais (veja as mensagens recebidas pelo Mar Sem Fim ao post acima grifado), o Mexico sai na frente e põe em prática a ideia.

 

Manguezais, os próximos a receberem seguros

 

The Guardian diz que “a meta futura pelos produtos de seguro  poderiam ser manguezais, que também  protegem a costa contra  danos causados por tempestades, e estão sob ameaça idêntica aos corais. São destruídos para abrir caminho  ao crescimento de cidades costeiras, ou para agricultura. Para não citar as ameaças em razão das mudanças climáticas”.

FONTE: Mar Sem Fim


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