segunda-feira, 29 de julho de 2013

Terremoto pode ter liberado gás que contribui para aquecimento global

Tremor de magnitude 8,1, de 1945, liberou grande quantidade de metano.
Descoberta revela nova fonte natural de emissão de gases do efeito estufa.

Bolhas de hidrato de metano deixam o fundo do mar. A profundidade da água é 2.861 metros. (Foto: MARUM-Center for Marine Environmental Sciences, University of Bremen/Divulgação)

Os terremotos podem estar contribuindo para o aquecimento do planeta através da liberação de gases do efeito estufa provenientes do subsolo dos oceanos, diz um estudo publicado neste domingo (28) na revista

Os autores desse estudo, da universidade de Brêmen na Alemanha, comprovaram que um grande terremoto ocorrido em 1945 liberou mais de 7 milhões de metros cúbicos de metano no mar de Arábia.

Essa descoberta revela uma fonte natural de emissão de gases do efeito estufa que até o momento não era considerada, disse a revista britânica.

O efeito do metano no meio ambiente é 20 vezes mais potente que o do dióxido de carbono, apesar de o primeiro gás ser menos abundante na atmosfera. Segundo os cientistas, há enormes quantidades de metano armazenadas em estruturas chamadas de hidratos congelados no subsolo das plataformas continentais que circundam as massas de terra do planeta.

Calcula-se que os hidratos de metano contêm entre mil e 5 mil gigatoneladas de carbono, mais que a quantidade total emitida todos os anos pela combustão de combustíveis fósseis.

Testes em sedimentos

Testes realizados com sedimentos recolhidos da parte norte do mar arábico em 2007 revelaram indícios químicos de emissões de metano em grande escala, afirmaram os especialistas. Uma análise dos registros históricos permitiu confirmar que em 1945 aconteceu nessa região um terremoto de magnitude de 8,1 pontos.

"De acordo com vários indicadores, acreditamos que o terremoto levou a um rompimento dos sedimentos, o que permitiu a liberação do gás que estava retido sob a plataforma", disse o diretor do estudo, David Fischer. Ele afirmou que 'provavelmente existem mais regiões na área que foram afetadas pelo terremoto', o que poderia permitir um aprofundamento da pesquisa.

Os hidratos de metano são vistos como uma fonte de energia promissora, mas sua extração é cara e arriscada. Além disso, segundo os especialistas, eles ajudam a estabilizar o solo do oceano, por isso existe a possibilidade que terremotos e tsunamis possam ser gerados, caso aconteçam intervenções e alterações na estrutura desses hidratos.

Fonte: G1 Natureza

Desaceleração nas mudanças clima é devido ao aquecimento dos oceanos profundos

A recente desaceleração da marcha ascendente das temperaturas globais provavelmente se deve ao lento aquecimento dos oceanos profundos, disseram cientistas britânicos nesta segunda-feira. 

Os oceanos são um dos maiores absorvedores de calor da Terra, que tem reflexos em efeitos como o aumento do nível do mar, causado pela expansão de grandes massas de água à medida que aquecem. A absorção continua durante longos períodos, a medida que o calor da superfície é gradualmente distribuído às partes mais baixas dos mares. Por ser lenta, esta transferência de calor pode estar influenciando o aquecimento global. 


Fonte: IO/FURG

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Professor do IO/FURG representa o Brasil em encontro internacional sobre Acidificação dos Oceanos



O segundo Workshop Internacional para a rede de monitoramento global em Acidificação dos Oceanos (2nd International Workshop Global Ocean Acidification-Observing Network; GOA-ON; http://www.pmel.noaa.gov/co2/GOA_ON/2013/) está ocorrendo na cidade escocesa de St. Andrews (Reino Unido) e se encerra hoje (26/07).

O evento tem por objetivo delinear uma visão mais abrangente sobre os componentes de uma rede de cooperação global em acidificação dos oceanos e a sua resposta ecossistêmica, integrando observações em águas costeiras, mares regionais e oceano aberto.

O Brasil está presente na conferência, através da participação do professor do Instituto de Oceanografia da FURG, Dr. Rodrigo Kerr. Além de auxiliar na coordenação das atividades do grupo de discussão sobre variáveis biológicas, químicas e biogeoquímicas essenciais para a melhor compreensão das questões em acidificação dos oceanos nos Mares Regionais Tropicais, junto ao Dr. Eric de Carlo da Universidade do Havaí, o Prof. Rodrigo apresentou à comunidade internacional alguns dos principais projetos do recém-criado Grupo de Pesquisa Brasileiro em Acidificação dos Oceanos (Brazilian Ocean Acidification Group; BROA). O grupo BROA é atualmente formado por pesquisadores da FURG, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,  da Universidade Estadual de Santa Cruz e da Universidade de São Paulo.

Fonte: IO/FURG

HOJE - Debate na FURG com analistas do IBAMA


Projeto de Extensão do IO-FURG é apresentado em Audiência Pública

Estudo da Furg aponta que boa parte dos moradores da Ilha dos Marinheiros não tem água potável

O Projeto de extensão "A água do seu poço é ferruginosa? o conhecimento acadêmico a serviço da comunidade" de autoria das Oceanólogas  Profa. Maria da Graça Zepka Baumgarten e Mariele Lopes de Paiva , que findou agora, foi apresentado na Audiência Pública sobre saneamento básico da Ilha dos Marinheiros, onde estavam as autoridades municipais. Os resultados do mesmo serviram de subsídios para o Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme reportagem abaixo indicada do Jornal Agora:


Fonte: IO/FURG

Servidores do Intituto de Oceanografia homenageados por dedicação a FURG

Os servidores Manoel Afonso Goncalves, Manuel Haimovici, Luis Felipe Hax Niencheski, Milton Lafourcade Asmus, Joao Paes Vieira Sobrinho, Paulo Roberto Votto e Carlos Hartmann serão homenageados em 2013, por terem completado 35 anos de efetivo exercício na Universidade.

O IO parabeniza os servidores e agradece sua dedicação à construção de nossa instituição.

Fonte: IO/FURG

Posicione-se e desplastifique a sua vida


O advento do plástico na década de 1950 foi celebrado como um grande avanço. Desde então, nós plastificamos a nossa vida e a produção de plástico aumentou de 1,5 milhão de toneladas em meados dos anos 50 para 265 milhões em 2010 (De Oliveira, 2012). A Academia de Ciências dos EUA estima que o total anual de lixo plástico que jogamos nos oceanos é de aproximadamente 6,4 milhões de toneladas, cerca de 5% do total de plástico produzido anualmente. No Brasil, o consumo de plástico (produção + importação – exportação) é de 6 milhões de toneladas, dos quais menos de 20% é reciclado (De Oliveira, 2012). 

Leia mais sobre o efeito do plástico nos oceanos no artigo dos Oceanólogos Fernando Hirata, Julia Reiser e de Alejandro Falabrino: 


Fonte: IO/FURG

sexta-feira, 12 de julho de 2013

MEPS on-line


A revista líder em seu campo, Marine Ecology Progress Series - MEPS, cobre todos os aspectos da ecologia marinha, fundamental e aplicada. Os tópicos abordados incluem microbiologia, botânica, zoologia, a pesquisa do ecossistema, oceanografia biológica, aspectos ecológicos da pesca e aquicultura, a poluição, proteção ambiental, conservação e gestão de recursos. MEPS aponta para a melhor qualidade de contribuições científicas, publicação rápida, e um alto padrão técnico de apresentação.

Todos os artigos publicados há 5 anos ou mais, podem ser acessados livremente.

12 dicas de escrita que qualquer pessoa deve saber



Quer se tornar um escritor mais eficiente e articular suas ideias com mais facilidade? Confira a seguir uma lista com 12 dicas simples que qualquer pessoa deve saber: 

1. Revise a escrita

Certifique-se de que você não cometeu nenhum erro de ortografia, concordância ou gramática. Em geral esses erros acontecem por falta de atenção, mas deixam uma imagem muito negativa sobre o autor.


2. Conheça seu público

Embora pareça uma informação desnecessária, conhecer sua audiência vai mudar a linguagem como você escreve.


3. Evite aliterações

Utilizar aliterações em excesso pode deixar teu texto chato. Evite termos com sons semelhantes muito próximos um do outro.


4. Cuidado com as preposições

Embora as preposições sejam necessárias para dar coerência ao seu texto, evite terminar as frases com elas.


5. Fuja dos clichês

Por mais verdadeiros que eles possam ser, os clichês vão tornar seu texto previsível e entediante. Fuja do lugar comum, encontre novas maneiras de dizer o que precisa.


6. Elimine as comparações

Assim como os clichês, as comparações deixam seu texto sem graça. Elas são previsíveis e podem criar certa antipatia do público com você, uma vez que você pode criticar algo que seus leitores admiram.

7. Seja específico

Você precisa ser claro sobre o assunto discutido. Isso não significa assumir uma posição (em certos textos você pode ser prejudicado ao escolher um lado), mas você precisa deixar claro para os seus leitores o que quis dizer com aquele texto.


8. Não generalize

Por mais comum que uma situação possa ser, sempre haverá uma exceção. Esse já é um bom motivo para você não generalizar o tema.


9. Seja consistente

Pense sobre o que você quer dizer, encontre uma maneira de fazer isso e mantenha-se fiel a ela. Não seja vago. Pesquise para oferecer argumentos válidos sobre o tema.


10. Não seja redundante

Evite, a qualquer custo, dizer a mesma coisa de diversas formas. Isso mostra aos leitores que você não sabe o que falar sobre o assunto. Antes de iniciar o texto, monte um roteiro na sua cabeça. Isso ajuda a eliminar o risco de redundância.


11. Esqueça as perguntas retóricas

Elas podem ter muito efeito durante um discurso falado, mas no papel sua única função é tornar o texto chato. Em vez de perder tempo com perguntas retóricas, preocupe-se em responder os questionamentos acerca do tema.


12. Não exagere

Elimine os superlativos da sua rotina de escrita. Exagerar não vai ajudar em nada, a não ser que seu objetivo seja deixar claro para o leitor que seus argumentos são tão vagos que você precisa aumentá-los.


Austrália reconhece oficialmente declínio da Grande Barreira de Corais

Com degradação, estado da barreira é considerado 'medíocre'.
Unesco estuda incluí-la na lista de áreas em perigo.

Foto sem data recebida pelo Instituto Australiano de Ciência Marinha em outubro de 2012 mostra corais sem cor na Grande Barreira de Corais australiana (Foto: Ray Berkelmans / AIMS / AFP)

A Austrália reconheceu oficialmente nesta quarta-feira (10) a degradação da Grande Barreira de Corais, que tem estado classificado atualmente como "medíocre" e que a Unesco ameaça incluir na lista de áreas em perigo.

O ministro do Meio Ambiente, Mark Butler, divulgou um relatório que reconhece a alteração regular do recife de corais desde 2009 em consequência dos ciclones e inundações, apesar da redução da poluição agrícola.

"Os episódios climáticos extremos têm impacto significativo sobre o estado geral do meio ambiente marinho, que declinou de mediano a medíocre", afirma o documento.

Os ecossistemas de recife apresentam "uma tendência à degradação de seu estado pela qualidade da água, que continua sendo ruim, e ao aumento, em frequência e intensidade, dos acontecimentos (meteorológicos) extremos", completa.

Os resíduos de nitratos (-7%), de pesticidas (-15%), de sedimentos (-6%) e de outros fatores que contaminam a área registraram queda, o que também reduziu a presença de uma estrela-do-mar que devora o coral.

A Grande Barreira de Corais, que está lista de patrimônio mundial da Unesco desde 1981, perdeu mais da metade dos corais nos últimos 27 anos.

A barreira tem 345.000 km2 ao longo da costa australiana.

Fonte: G1 Natureza

Universia Brasil divulga 5 bolsas de estudos para mestrado nos Estados Unidos


A Universia Brasil (www.universia.com.br), maior rede ibero-americana de colaboração universitária, reuniu um pacote com 5 bolsas de estudos para quem pretende estudar mestrado nos Estados Unidos. Todas as oportunidades são para o Rochester Institute of Technology (RIT), localizado na região metropolitana de Nova York.

A primeira delas é para Mestrado em Estatística Aplicada. As aulas são disponíveis tanto no campus quanto online e o estudante pode optar por cursar outras matérias eletivas.  Outra oportunidade é para Mestrado em Tecnologia e Engenharia de Telecomunicações. O programa exige 36 horas de crédito de estudo e inclui cursos básicos que introduzem conceitos e habilidades fundamentais. Cada estudante deve completar um projeto ou tese.

A terceira opção de mestrado nos Estados Unidos divulgado pela Universia Brasil é o Mestrado em Interação Humano-Computador. O curso aborda o design, a avaliação e a implantação de sistemas de computação baseados em computação interativa para o benefício do uso humano.

Há também o Mestrado em Desenvolvimento de Recursos Humanos. O programa exige do estudante o desenvolvimento de competências relacionadas aos funcionários efetivos de uma companhia, bem como práticas de desenvolvimento de talentos. O currículo combina o programa de competências sólidas com escrita e habilidades analíticas.

Por último, a rede divulga o Mestrado em Redes e Administração de Sistemas. O curso é focado em problemas de escala empresarial e suas soluções, atendendo as necessidades de companhias de médio e grande porte.

As inscrições para as cinco modalidades vão até o dia 1 de agosto. Mais informações podem ser encontradas no portal da Universia Brasil, no link: http://noticias.universia.com.br/mobilidade-academica/noticia/2013/07/02/1034144/5-bolsas-estudos-mestrado-voce-precisa-ver.html.

Além dessas cinco opções de mestrado nos Estados Unidos, o portal da Universia Brasil reúne uma série de bolsas de estudos, para diversos seguimentos e países. Para conhecer mais sobre cada oportunidade, basta acessar:


Fonte: Universia Brasil

terça-feira, 9 de julho de 2013

EDITAL CIÊNCIAS DO MAR 2 nº 43/2013

A CAPES lançou hoje o EDITAL CIÊNCIAS DO MAR 2 nº 43/2013, que tem por objetivos estimular e apoiar a realização de projetos conjuntos de pesquisa no País entre equipes de diferentes instituições de ensino superior - IES, institutos de pesquisa e demais instituições associadas enquadráveis nos termos deste Edital, possibilitando o desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica, contemplando a formação de recursos humanos em nível de pós-graduação stricto sensu e, de forma complementar, em nível de graduação.


Fonte: PROPESP FURG

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Embrapa abre acesso à biblioteca de dados geoespaciais

Sistema de armazenamento e de consulta de dados geoespaciais é disponibilizado ao público geral


Agência FAPESP – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) acaba de abrir ao público geral o acesso à Biblioteca Geoespacial, sistema de armazenamento e de consulta de conteúdo geoespacial produzido e administrado pela Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP).

O modelo conceitual foi desenvolvido pela pesquisadora Margareth Meirelles, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro).

“Trata-se de um instrumento de apoio à execução de projetos que envolvem dados geoespaciais para troca e disposição dessas informações, que são armazenadas e distribuídas na forma de arquivo de documentos, vetorial, raster, SigWeb ou mapa digital”, disse Sandro Pereira, analista em geoprocessamento da Embrapa Meio Ambiente e administrador da Biblioteca.

A Biblioteca Geoespacial conta com um servidor de dados onde são registrados os metadados de cada informação armazenada e tem interfaces gráficas para consulta ao conteúdo e para armazenar novas informações.

O acesso para consulta e download na área pública é livre para qualquer usuário, cadastrado ou não. Já na área privada o usuário, de acordo com os privilégios recebidos dos administradores, pode cadastrar dados, incluir notícias e atalhos para outros endereços.

Também são disponibilizados outros endereços da internet, de outros repositórios de dados e de informações geoespaciais. Além disso, é possível acessar outros projetos da Embrapa Meio Ambiente ou de parceiros.

O sistema pode ser acessado em português, inglês ou espanhol. A consulta ao conteúdo cadastrado pode ser por atributos de identificação do arquivo ou por projeto, sendo necessário somente se cadastrar.

A adaptação do programa da biblioteca para o ambiente institucional da Embrapa Meio Ambiente foi consolidada em parceria com o Programa Marco de Gestão Sustentável dos Recursos Hídricos da Bacia do Prata.

Mais informações: http://geo.cnpma.embrapa.br

Fonte: Agência FAPESP

Palestra dia 10/07/2013

Título da Palestra: Energética, Instabilidade Baroclínica e Modos de Estrutura Vertical da Corrente do Brasil ao largo do Sudeste Brasileiro (22-28S)" 
Por: César Barbedo Rocha, M.Sc. IO-USP 
Em: 10/07/2013 às 10:00Hs na sala 3102.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Alunas da FURG são destaque no programa Ciência sem Fronteiras



Como resultado na participação do Programa Ciências Sem Fronteiras, as alunas do curso de Oceanologia da FURG, Priscila Orozco e Bárbara Jung, foram convidadas para apresentar seus trabalhos durante o 2º Workshop Brasil-Canadá em C&T para os Oceanos, realizado em Victoria, no Canadá, em junho deste ano. O workshop envolveu líderes de pesquisa e da indústria no Canadá e no Brasil, engajados nos principais temas da área de Ciências do Mar. Veja os detalhes da noticia no link indicado abaixo:


Fotógrafo brasileiro faz expedição ao Polo Norte e clica 'baleia-unicórnio'

Animal possui dente de marfim que se projeta para fora da cabeça.
Baleia narval habita o Ártico e é rara de ser fotografada, diz Daniel Botelho.

Macho de baleia narval fotografado por Daniel Botelho (Foto: Divulgação/Daniel Botelho)

Fotógrafo brasileiro com experiência em clicar imagens subaquáticas e animais marinhos, Daniel Botelho participou de uma expedição de dez dias ao Polo Norte, no início do mês de junho, e retornou ao brasil há cerca de uma semana. Ele fotografou icebergs, paisagens de gelo e grupos de baleias narval - animais naturais do Ártico, conhecidos pelo macho possuir uma presa parecida com um "chifre", que é, na verdade, um dente de marfim que se projeta por até três metros da cabeça. O cetáceo, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), também é conhecido como "baleia-unicórnio".

"É um animal raro de ser fotografado", disse Botelho. A viagem começou em Ottawa, no Canadá, e seguiu para um povoado remoto no norte do país chamado Arctic Bay. De lá, o fotógrafo seguiu de trenó por dois dias até chegar ao acampamento do grupo da expedição, que foi montado em uma região congelada do oceano.

O grupo explorou regiões de neve próximas à beira do mar, onde o gelo é fino e rachaduras formam-se com facilidade. As temperaturas fora da água chegavam a 30 ºC negativos, conta Botelho. "Nosso acampamento-base ficava recuado desse limite. Às vezes eram centenas de metros de gelo partido a partir de um certo ponto, que nos impediam de prosseguir. Isso foi uma das maiores dificuldades", relata.

Roupas especiais, máscaras, luvas e equipamento de mergulho foram usados por Botelho, além de aparelhagem de fotografia preparada para imagens dentro do mar. "Eu pensava: 'vou ficar com dor, vou queimar o rosto, mas eu sei que a vantagem de estar ali é interagir o máximo de tempo com o animal [baleia narval], para ele se acostumar à minha presença'", afirma o fotógrafo.

Tanto esforço foi recompensado: Botelho chegou a nadar cerca de um quilômetro para longe do grupo, de expedição em um dos dias em que entrou na água, próximo ao local onde imaginava que as "baleias-unicórnio" estariam. O dia estava escuro, o clima era terrível, conta ele. Mesmo assim, uma baleia macho passou pelo explorador e se deixou fotografar.

Depois de algumas imagens, o fotógrafo decidiu nadar de volta para próximo de onde estava o grupo da expedição. "Aconteceu uma das coisas mais incríveis. Eu olho para o lado, sinto um cutucão na perta esquerda, é uma narval fêmea me cutucando, perto", conta. Ele disse ter ficado chocado com o contato tão próximo do animal, que o seguiu. "Foi um momento muito especial", relata.

"[O Ártico] É um ambiente lindo, singular, mas ao mesmo tempo um lugar onde é possível morrer facilmente" devido ao frio e às condições adversas, explica o fotógrafo. Ele ressalta que é a primeira vez que viaja à região do Polo Norte. Botelho chegou a ficar quatro horas dentro da água para fazer imagens de icebergs. O território, diz ele, é "maravilhosamente mortal".

Baleia narval fêmea se aproxima de fotógrafo enquanto ele nada  (Foto: Divulgação/Daniel Botelho)

Iceberg fotografado em mergulho subaquático no Ártico (Foto: Divulgação/Daniel Botelho)

Tendas de acampamento de expedição ao Polo Norte (Foto: Divulgação/Daniel Botelho)




Fonte: G1 Natureza



Equívocos de redação prejudicam trabalhos científicos brasileiros

Avaliação é de Gilson Volpato, professor da Unesp de Botucatu e especialista em redação científica, que lança o Dicionário crítico para redação científica

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – Os pesquisadores brasileiros têm se esforçado para melhorar suas habilidades em redação, mas ainda cometem erros ao escrever uma tese ou artigo, segundo Gilson Volpato, especialista em redação e publicação científica.

Para Volpato, professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), isso ocorre porque muitos pesquisadores não dominam ainda conceitos básicos da redação científica.

“Temos boas pesquisas no Brasil que, muitas vezes, são poucos citadas porque os resultados são mal apresentados. Isso se deve a uma série de equívocos sobre conceitos fundamentais na redação de um texto científico, que precisam ser corrigidos”, disse Volpato, à Agência FAPESP.

De acordo com o autor – que dá cursos sobre o tema e já auxiliou pesquisadores a reescreverem mais de 250 artigos em humanas, exatas e biológicas –, um dos conceitos relacionados à estrutura e apresentação dos textos utilizado de maneira equivocada está na introdução.

É comum, segundo ele, alguns pesquisadores erroneamente apenas discorrerem nessa parte fundamental de um texto científico sobre a literatura científica que leram, sem fundamentarem as bases e os objetivos da pesquisa.

“Esse é um vício observado nas introduções de algumas teses e dissertações, onde se inclui a chamada ‘revisão da literatura’, por exemplo, e tenta-se replicar essa mesma estrutura de texto nos artigos submetidos às revistas científicas. Porém, essa estrutura acaba não sendo publicada porque os artigos científicos internacionais seguem a lógica científica que é adotada por todas as boas revistas científicas no mundo e não se pode querer fazer algo diferente”, disse Volpato.

Outro conceito errado é sobre artigo de revisão científica. A ideia é que tal trabalho contribua para o avanço do conhecimento, mas, de acordo com Volpato, muitos artigos do tipo costumam apenas resumir as pesquisas em suas respectivas áreas.

“Há pesquisadores que coletam uma série de dados da literatura recente em suas áreas, fazem um resumo de todo o material coletado e acham que fizeram um artigo de revisão. Mas o artigo de revisão tem que avançar, tem que trazer novas conclusões”, afirmou.

Reavaliação de conceitos

Volpato, em parceria com mais cinco pesquisadores, acaba de lançar o Dicionário crítico para redação científica, com o intuito de contribuir para corrigir e balizar conceitos utilizados erroneamente por pesquisadores brasileiros.

O livro reúne definições de 750 termos utilizados em várias áreas, relacionados à publicação, redação, Filosofia da Ciência, Ética, Lógica, Administração, Estatística, Metodologia, Biblioteconomia e Cientometria, entre outras.

Entre os conceitos definidos pelos autores estão os de autoria, fator de impacto, método lógico e metanálise.“O livro reúne conceitos úteis a cientistas de qualquer área, que são definidos com clareza para nortear a construção de uma ciência que seja de alto nível e que atenda aos padrões internacionais de publicação”, afirmou Volpato.

Segundo ele, a publicação leva o nome de dicionário crítico porque muitas definições atuais utilizadas de forma corrente precisam ser reavaliadas. “O dicionário apresenta definições mais ousadas e também faz críticas a alguns conceitos mais tradicionais que já não fazem mais sentido no universo atual da ciência e da redação científica”, disse.

De acordo com Volpato, há poucos exemplos desse tipo de publicação, a maioria voltada para áreas específicas, como o Critical Dictionary of Sociology e o Critical Dictionary of Art, Image, Language and Culture.

A ideia é que a publicação brasileira chegue a ter mais de 5 mil palavras nas próximas edições. Para isso, já está sendo formada uma equipe com especialistas em diversas áreas, e os autores estão solicitando sugestões de novos termos para serem inseridos.

“As pessoas podem sugerir termos ou fazer críticas aos conceitos já definidos, para que possamos revê-los”, disse Volpato. Os interessados em dar sugestões devem enviar e-mail para dcrc2013@gmail.com. Os nomes dos autores das sugestões aceitas serão mencionados nas respectivas edições nas quais suas contribuições forem publicadas.

Além do novo dicionário, Volpato também é autor dos livros Método lógico para a redação científica, Bases teóricas da redação científica, Publicação científica, Administração da vida científica, Pérolas da redação científica, Dicas para redação científica, Ciência: da filosofia à publicação e Estatística sem dor!.

O professor também divulga seu trabalho no site www.gilsonvolpato.com.br , que oferece artigos, dicas e reflexões sobre redação científica, educação e ética na ciência. O site dá acesso a aulas on-line do curso “Bases teóricas para redação científica”, apresentado por Volpato na Unesp.

Dicionário crítico para redação científica
Lançamento: 2013
Preço: R$ 60
Páginas: 216
Mais informações: www.bestwriting.com.br