sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Microplástico nos oceanos, e em nosso intestino, perigo!

Microplástico: regata de volta ao mundo, Volvo Ocean Race, descobre partículas até no Ponto Nemo!

Se você gosta dos oceanos e quer mantê-los íntegros para que seus filhos e netos desfrutem de sua beleza, e riqueza em biodiversidade, é preciso mudança de hábitos. As futuras gerações dependem de nossa decisão agora, hoje! A regata Volvo Ocean Race descobriu partículas de microplástico até no ponto mais ermo do planeta azul: o Ponto Nemo. ATUALIZADO.
O microplástico é ingerido por peixes e outros seres marinhos. Depois, nós, os seres humanos, comemos estes alimentos impróprios para a saúde. (Foto:http://blog.nationalgeographic.org/) 

Acharam a prova que faltava: microplástico em fezes humanas

A notícia chega à terrinha pela Deutsche Welle: “Pela primeira vez, estudo confirma suspeita de que partículas microscópicas de plástico estão no intestino humano. Mas cientistas ainda divergem sobre o que isso significa para a saúde das pessoas.”

Universidade Médica de Viena e da Agência Ambiental da Áustria

“Pesquisadores da Universidade e da Agência Ambiental da Áustria examinaram a dieta e amostras de fezes de oito voluntários em países diferentes. Encontraram quantidades variadas de microplásticos nas fezes de todos.  Os microplásticos estão dentro do corpo humano. Os pesquisadores encontraram, em média, 20 partículas de microplástico em cada 10 gramas de fezes, de tamanhos que variam entre 50 e 500 micrômetros.”

E a saúde humana, como fica?

“Mas, apesar da evidência de que o microplástico está dentro do organismo humano, a ciência ainda não sabe quais as implicações para a saúde da população.  A equipe afirma que o microplástico pode causar impactos à saúde humana ao afetar a tolerância e a resposta imunológica do intestino, uma vez que produtos químicos tóxicos e patógenos que aderem ao plástico são acumulados pelo corpo. Mesmo assim, mais estudos precisam ser feitos.”

Os tipos de plástico encontrados

“No total, nove tipos de plástico foram identificados. Os mais comuns foram os utilizados em embalagens, tecidos e garrafas de água (polipropileno e PET). “É altamente provável que durante as várias etapas do processamento de alimentos, ou durante a embalagem dos produtos, a comida esteja sendo contaminada por plástico”, disse Schwabl.
A seguir a matéria original.

Microplástico em amostra de água do Ponto Nemo

Na edição 2018 da regata Volvo Ocean Race há um veleiro cuja missão não é apenas disputar a prova. Enquanto veleja contra o relógio, o  ‘Clean Seas – Turn The Tide On Plastic‘ (em tradução livre, ‘Limpeza dos Mares – Vire A Maré Contra O Plástico’) recolhe água do mar que é analisada para saber entre outras, a quantidade de partículas de microplástico ou microfibras por metro cúbico de água.
O ‘Clean Seas – Turn The Tide On Plastic’ que recolhe amostras de água do mar enquanto compete.

Agora os cientistas já sabem que até no Ponto Nemo há partículas de microplástico!

Microplástico: entenda o que é

A definição está no próprio nome: partículas ‘micro’, ou muito pequenas, de plástico. Para alguns pesquisadores o tamanho máximo seria de 1 milímetro. Mas a maioria adota a medida máxima de 5 milímetros, o mínimo seria um ‘tamanho microscópico’. Esse é o caso da NOAA, a agência norte-americana que cuida de tudo em relação aos oceanos. Estas partículas vêm da deterioração de pedaços maiores do material (plástico) que não se decompõem. Elas são provenientes de lixo descartado em local errado que acaba indo pro grande ‘lixão’ que estão se tornando os oceanos.

Microfibras

Alguns pesquisadores, como Judith S. Weis (“Cooperative Work is Needed Between Textile Scientists and Environmental Scientists to Tackle the Problems of Pollution by Microfibers” ), dizem que   “de longe, o tipo mais abundante de microplástico nos oceanos são as microfibras (aproximadamente 85%), oriundas de tecidos sintéticos usados em roupas.” Segundo esta pesquisadora, “microfibras foram encontradas até em biópsias pulmonares humanas.”

Por que o microplástico é danoso para os seres marinhos e o ser humano

Porque os animais marinhos confundem as partículas com seu alimento e as ingerem. Elas, por sua vez, entram em nossa dieta ao comermos peixes, camarões, ostras, e outros organismos marinhos. Pior que isso, o grande público ainda não sabe o que seriam estes microplásticos e seus malefícios simplesmente porque não os veem. Mas, eles estão lá. Até no ponto mais ermo da Terra, agora ficou provado que sim, as partículas já contaminam todos os oceanos do planeta. Culpa de quem, senão nossa?
Veja o que disse a icônica National Geographic sobre o problema:
"Existe um certo tipo de plástico cujos efeitos prejudiciais ainda não são amplamente reconhecidos pelo público, são os microplásticos, partículas que se deterioram a partir de peças (de plástico) maiores. A questão veio à tona devido ao uso de microesferas de plástico em produtos de cuidados pessoais, como esfoliantes de gel para banho, pasta de dente e maquiagem, que são drenados  pelo ralo. De acordo com uma pesquisa de 2012, foram utilizadas 4.360 toneladas de microesferas em todos os países da União Europeia."

Regata Volvo Ocean Race prova existência do microplástico em todos os oceanos

Os pesquisadores já sabiam do problema. Tanto é que a própria ONU entrou na guerra ao plástico ao lançar sua campanha. Mas até agora não havia amostras que provassem a tese. Até que veio a edição da regata de volta ao mundo. A ONU decidiu patrocinar um dos veleiros que aproveitaria rotas ainda não mensuradas, para coletas. E o Clean Seas – Turn The Tide On Plastic’ deu conta do recado.

O Ponto Nemo e o microplástico

De acordo com matéria do www.volvooceanrace.com,  “as descobertas mostram que, perto do Ponto Nemo, havia entre nove e 26 partículas de microplástico por metro cúbico de água.”
O Ponto Nemo, local mais ermo do Planeta. (Ilustração:www.redbull.com)

“Quando os barcos passaram perto do Cabo Horn (mais próximo de terra), na ponta da América do Sul, as medições aumentaram para 57 partículas por metro cúbico.”

Outros pontos avaliados durante a regata

“Níveis de 45 partículas por metro cúbico foram registrados a 452 km de Auckland, Nova Zelândia. Esta perna (etapa) começou lá. Apenas 12 partículas por metro cúbico foram encontradas a 1000 km da chegada em Itajaí. A diferença nas medições pode ser explicada pelas correntes oceânicas que transportam os microplásticos a grandes distâncias. Os mais altos níveis encontrados até agora, 357 partículas por metro cúbico, estavam em uma amostra feita no Mar da China Meridional, uma área que alimenta o Grande Giro do Pacífico.”

As consequências da triste descoberta

De acordo com o site volvooceanrace.com,  “o Dr. Sören Gutekunst do Instituto GEOMAR de Pesquisa Oceânica Kiel, analisou os dados preliminares de microplásticos no laboratório em Kiel, na Alemanha. E declarou:
"Este é o primeiro dado que a comunidade científica tem sido capaz de analisar de uma parte relativamente inacessível do nosso planeta azul.   Infelizmente, isso mostra até que ponto os microplásticos penetraram em nossos vastos oceanos e agora estão presentes naquilo que, até agora, muitos consideram águas intocadas."

Soluções para o problema

No Brasil, atrasado como sempre, a única solução é a conscientização da população. Evite material plástico tanto quanto puder. Mas, se utilizar, sua obrigação é a separação do material na hora de jogar no lixo. E separá-lo para reciclagem. Ela é bem mais complicada que outros materiais, como alumínio e papelão. E nem todas as cidades brasileiras conseguem reciclar plástico. Mas nos grande centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, sim, a reciclagem é realidade. É nossa obrigação ética e moral separar o lixo e reciclar. Dá mais trabalho? Sim, dá. Assim como dá mais trabalho, e custa mais caro, proteger seu filho e dar-lhe a educação mais adequada possível. E sabemos que os leitores deste site podem, e fazem isso. Então, porque a preguiça em mudar hábitos, consumindo menos plástico e, quando o fizer, reciclar? Mude. E mude já.

Outras possíveis soluções: eleições vêm aí…

Como explicamos  em outra matéria, são três os atores envolvidos: a população, a indústria do plástico, e políticas públicas, leia-se políticos. Vêm aí eleições. Verifique a plataforma dos presidenciáveis e  não dê seu voto a quem não demonstrar preocupação com os oceanos, a última fronteira do globo. E o plástico, o grande vilão dos mares.

A responsabilidade da indústria do plástico

A indústria do plástico precisa ser obrigada, através de nova legislação, a se responsabilizar por parte do problema. Afinal, é ela quem escolhe os variados tipos de plástico a serem usados em seus produtos. Por outra parte, todas as grandes cidades do país devem estar preparadas para a reciclagem e, mais uma vez, isso depende da ação de políticos. O mesmo deveria acontecer com a indústria da fabricação de tecidos sintéticos.

Dotar os estados de legislação

Estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e outros, precisam se inspirar em legislações mais avançadas, como as recentes tentativas da Califórnia e São Francisco, nos Estados Unidos, ou a Comissão Europeia.

Nossa ação outra vez

A propósito, nós também podemos copiar o exemplo dos europeus em nosso local de trabalho, nas escolas de nossos filhos, em consultórios  médicos, etc, para que copos e xícaras para café (de plástico), sejam banidos imediatamente. O que custa pensar adiante de nossas vidas? Faça sua parte.

Fonte: Mar Sem Fim

 

 


 

 

'Galinha monstro sem cabeça' é filmada pela 1ª vez no mar da Antártida

Pepino-do-mar de águas profundas só tinha sido encontrado até agora no Golfo do México.
Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido como "galinha monstro sem cabeça",
foi visto pela primeira na costa leste da Antártida. — Foto: BBC
Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido
como "galinha monstro sem cabeça", foi visto pela primeira na

costa leste da Antártida.

A espécie Enypniastes eximia só tinha sido encontrada até agora no
Golfo do  México. 
A criatura marinha foi filmada por pesquisadores australianos, que

usaram uma câmera subaquática para captar as imagens.
Este pepino-do-mar raramente vive em profundidades acima de
mil metros no mar.
As imagens serão enviadas agora à Comissão para a Conservação
dos Recursos Vivos Marinhos do Antártico, órgão internacional que
administra o Oceano Antártico.
A espécie Enypniastes eximia só tinha sido encontrada até agora

no Golfo do México.
Um pepino-do-mar de águas profundas, também conhecido como
"galinha monstro sem cabeça". — Foto: BBC

Fonte: G1  Natureza

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Navio Ciências do Mar I faz novas viagens com acadêmicos de Oceanologia

O navio Laboratório de Ensino Flutuante Ciências do Mar I, da frota da FURG, partiu nas duas últimas semanas para novas viagens com acadêmicos do curso de Oceanologia da universidade. De segunda a sexta-feira, dois grupos de 14 alunos embarcaram acompanhados por três professores de diferentes áreas da Oceanologia.
A experiência embarcada integra o currículo dos acadêmicos, que devem passar 120 horas em alto-mar. De acordo com o coordenador do curso de Oceanologia, Stefan Weigert, as jornadas embarcadas propiciam aos alunos vivenciar preocupações, medos e as dificuldades de se preparar um cruzeiro. “Eles passam a entender a vivência a bordo, em um ambiente confinado, longe da família. Realizam a coleta de sedimentos e de peixes, fazem amostragem de dados ambientais e operam equipamentos como as sondas científica e geofísica”, explica. Essas amostras vão para os laboratórios, onde são analisadas junto com os professores.

O navio Ciências do Mar I

Construído em Fortaleza (CE), o Ciências do Mar I foi inaugurado em agosto de 2017. Possui 32m de comprimento total e 7,85m de boca e dois motores de 450 BHP de potência, podendo manter uma velocidade de cruzeiro de 10 nós, com grande economia de combustível.
A embarcação dispõe de dois laboratórios e uma gama de instrumentos científicos, com receptores instalados em carenagens no fundo do casco, para investigar as camadas submersas do oceano e o leito marinho. É equipada com cinco guinchos e um guindaste, destinados a lançar e recolher coletores de amostras e efetuar operações de pesca. Possui camarotes com capacidade total para o pernoite de 18 alunos e professores, além de acomodações para oito tripulantes.
O Ciências do Mar I serve como laboratório para atividades acadêmicas de universidades do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná e faz parte de um projeto financiado pelo Ministério da Educação (MEC), liderado pela FURG.



quinta-feira, 11 de outubro de 2018

SISTEMA DE MONITORAMENTO DA COSTA BRASILEIRA – SiMCosta




SELEÇÃO PARA DESENVOLVEDOR DE SISTEMAS WEB
Descrição da Vaga:
Uma (1) vaga para Desenvolvedor de Sistemas Web front-end e back-end com graduação em Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Computação ou áreas afins.
Atividades:
Atuar na programação e na manutenção dos sistemas e banco de dados do projeto SiMCosta. Seguir manuais e orientações sobre recepção, processamento e disponibilização de dados meteorológicos e oceanográficos. Ser pró-ativo e manter-se estudando e propondo novas soluções para os atuais sistemas ou desenvolvendo novos sistemas. Manter atualizado os documentos envolvendo os processos de desenvolvimento de sistemas. Auxiliar os membros da equipe SiMCosta conforme necessário.
Detalhes para o cumprimento das tarefas atuais:
Requisitos básicos:
- Linux;
- Redes: conhecimentos básicos sobre FTP, SMTP, SSH, HTTP.
Conhecimento de tecnologias front-end: HTML, CSS, Javascript, Typescript.
Desejável conhecimento em Angular, Ionic e Python.
Conhecimento de tecnologias back-end: NodeJS, PHP.
Experiência em Modelagem e Manutenção de Bancos de Dados: MySQL, Diagramas ER/UML.
*Tecnologia dos sistemas atuais. Futuros sistemas podem ser desenvolvidos em outras tecnologias.
Carga Horária: 40 horas
Valor: R$3.000,00 mensais
Interessados devem enviar currículo e duas cartas de recomendação para o e-mail simcosta@furg.br até 20/10/2018.

Fonte: Secretaria do IO/FURG

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Semana Nacional do Livro e da Biblioteca 2018



Entre os dias 23 a 29 de outubro de 2018, o Sistema de Bibliotecas (SiB) da FURG, em parceria com o curso de Biblioteconomia, Diretoria de Arte e Cultura (DAC) Núcleo de Ações Inclusivas (NEAI) da FURG e Secretaria Municipal de Cultura de Rio Grande-RS, com apoio da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), JATEVE – Jornada Acadêmica de Tecnologia em Eventos (FURG Campus Santa Vitória do Palmar), Secretaria de Educação (SMED) da Prefeitura Municipal do Rio Grande e SESI/FIERGS, estará promovendo a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca 2018. Nessa edição, o tema será "Na contramão das Fake News: A biblioteca enquanto fonte confiável de informações" e contará com diversas atividades voltadas para a comunidade acadêmica, nos campi Rio Grande, São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Santo Antônio da Patrulha.
As inscrições poderão ser realizadas pelos SINSC FURG, no seguinte endereço: https://sinsc.furg.br/detalheseventos/873.
Quaisquer dúvidas, entrar em contato com a direção do Sistema de Bibliotecas/FURG, pelo e-mail: sib.direcao@furg.br.


 Fonte: Direção do SiB/FURG

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Estuário, ecossistema marinho importante, venha conhecer

Estuário, ecossistema marinho importante,  comprometido por poluição, saiba mais a respeito

Estuário, ecossistema marinho. O termo “estuário” descreve tipicamente a área rasa e abrigada da foz de um rio. Aquela parte onde a água doce se mistura com a salgada, ao penetrar no mar. O termo também pode se referir a outras áreas com águas salobras, como lagoas ou clareiras. O grau de salinidade varia com as marés e o volume de vazão do rio. Os organismos que habitam os estuários são especialmente adaptados a essas condições distintas; mas, a diversidade de espécies tende a ser menor do que no oceano aberto. Os estuários também desempenham uma função importante como viveiros para muitos tipos de peixesmariscosanfíbiosrépteisaves. Além disso, as áreas úmidas servem como uma barreira protetora para os ecossistemas do interior, já que fornecem um amortecedor contra tempestades. Quando se pesquisa o tsunami na Indonésia, em 2004, o primeiro, é comum encontrar consensos como, “nos locais fartos em florestas de mangues (elas mesmas um importante ecossistema) o efeito devastador das ondas gigantes foi menor.” Assim, um de seus muitos serviços é ‘proteger a linha da costa contra a natura erosão.’
O estuário do rio Camocim, Ceará. Estuário, ecossistema marinho.

Estuário, definição da NOAA

“Estuários e suas áreas úmidas circundantes são corpos de água normalmente encontrados onde os rios encontram o mar. Os estuários abrigam comunidades únicas de plantas e animais que se adaptaram à água salobra – uma mistura de água doce que sai da terra e da água salgada do mar. Os estuários estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. Muitos animais dependem de estuários para alimentação, locais para se reproduzir e escalas de migração. Os estuários são ecossistemas delicados. Essas reservas estuarinas são habitat essencial para a vida silvestre, e servem como laboratórios vivos para cientistas.
O vídeo da NOAA ajudará a quem nunca esteve num estuário.

E ao redor de estuários?

“Muitos tipos diferentes de habitat são encontrados em e ao redor de estuários, incluindo águas rasas, pântanos de água doce e salgada, praias arenosas, costão rochoso, manguezais, deltas de rios,  e tapetes de gramas marinhas, todos ecossistemas importantes, este último, tremendamente ameaçado.
A foz, quando o do Ararangua (SC) invade o mar.Estuário, ecossistema marinho.
Mas, outro problema anda mais sério persegue os rios brasileiros.

O segredo de sucesso dos estuários

“Os estuários são habitats vitais para milhares de espécies marinhas. Os estuários têm sido chamados de “berçários do mar” porque o ambiente protegido e alimentos abundantes fornecem um local ideal para a reprodução de peixes e crustáceos. A maioria das espécies de peixes comercialmente importantes passam uma parte do seu ciclo de vida nos estuários. Além do peixe, muitas espécies de aves dependem de estuários para alimentação e áreas de nidificação. Eles ainda mantêm a qualidade da água através da filtração natural enquanto os micróbios decompõem a matéria orgânica e os sedimentos ligam os poluentes.
Guarás em manguezal.Estuário, ecossistema marinho. 

As aves migratórias usam os estuários como pontos de parada para descanso e alimentação antes de continuar sua jornada. Os mamíferos marinhos (por exemplo os peixes- boi) também usam estuários como áreas de alimentação e viveiros. Todos esses organismos marinhos se alimentam facilmente porque um estuário saudável produz entre 4 e 10 vezes mais matéria orgânica do que um milharal do mesmo tamanho. Os estuários fornecem uma ampla gama de habitats que levam a uma grande diversidade de vida marinha.”

Poluição em quase todos os rios braseiros

Fizemos uma matéria mostrando a situação de quase todos os grandes rios que deságuam na costa brasileira. O seu estado de saúde é pra lá de debilitado. Em geral, a brutal poluição é regra, não excessão. Poluição tanto industrial,  num dos muitos polos petroquímicos espalhados pela costa brasileira, sendo o maior deles o de Camaçari; ou a poluição causada por cada cidadão que joga, desde butucada cigarro, até sofá velho no meio da rua. Tudo isso vai parar no mar…

‘Comprometido por poluição’

No Brasil os mangues, ou estuários, ficam ao lado das grandes cidades. Veja-se o polo de Cubatão, em São Paulo, o polo de Camaçari, na Bahia, ou ainda as duas refinarias que coabitam a baía de Guanabara.
Polo de Cubatão, erguido em cima de mangues…Estuário, ecossistema marinho.
Lembrando que nenhuma destas baías, portanto estuários, existe praticamente saneamento básico, mais uma mancha que nos envergonha. Os estuários são o local preferido para assentamento humano.  Eles recebem o impacto final das atividades humanas em toda a bacia. Lixeira, poluição, desenvolvimento urbano e industrial e pressões recreacionais são alguns dos impactos imediatos.

Fonte:  Mar Sem fim

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Orcas, envenenadas por PCBs, em risco de morticínio

Orcas, envenenadas por PCBs há 40 anos, correm risco de morticínio de até 50% das espécies; disse a revista Science

Mais de 40 anos depois que as primeiras iniciativas foram tomadas para proibir o uso de PCBs, os poluentes químicos continuam sendo ameaça mortal aos animais do topo da cadeia. Um novo estudo, publicado na revista Science, mostra que as atuais concentrações de PCBs podem levar ao desaparecimento de metade das populações de orcas. E tudo, em um período de apenas 30 a 50 anos! Resultado: Orcas, envenenadas por PCBs, em risco de morticínio.
Orcas, envenenadas com PCBs. Foto: phys.org/news/.
 

PCBs, saiba o que são

Bifenilas Policloradas (PCBs) são compostos aromáticos clorados. A família é constituída por cerca de 709 compostos diferentes. Os produtos comerciais fabricados à base de PCBs, utilizavam misturas de compostos nas quais predominam desde as tricloro-bifenilas até as heptacloro-bifenilas. “
PCBs: Poluentes Orgânicos Persistentes. Ilustração:slideplayer.com.br.

Histórico do PCB, ‘poluente preferencial’

“Na década de 60, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um programa de monitoramento global de alguns poluentes considerados perigosos, entre eles o DDT, até então utilizado como defensivo agrícola. Nas análises de DDT realizadas por diferentes laboratórios em vários países, foi detectado um outro composto, presente em vários dos substratos pesquisados, identificado como sendo Bifenilas Policloradas.”
“O prosseguimento desta monitoração demonstrou que as PCBs estavam globalmente dispersas no meio ambiente terrestre. As PCBs foram então, incluídas na relação das Nações Unidas como um dos poluentes preferenciais.”

Legislação no Brasil

“No Brasil, é promulgada em 1981 a Portaria Interministerial 019 (MIC, MI, MME) que proíbe a comercialização e uso das PCBs em todo o território nacional.”

Principais usos dispersivos dos PCBs

Os principais usos dispersivos das PCBs estavam baseados nas suas propriedades bacteriostáticas. Foram empregados com intensidade em produtos de limpeza e desinfecção hospitalar como sabonetes cirúrgicos, produtos de limpeza de salas de cirurgia e outras instalações hospitalares.

Na área agrícola

“Apesar de não ter propriedades herbicidas ou pesticidas, foi utilizado como diluente para pulverização destes produtos.
Foto: http://ciclovivo.com.br
Foi também largamente utilizado na preservação de madeiras como proteção contra cupins.”

Na área industrial

“Foi utilizado como estabilizante de diversas formulações de plásticos e borrachas especiais, principalmente PVC e Borracha Clorada.
As utilizações agrícolas e industriais foram facilitadas pela disponibilidade do produto no mercado de sucata, pois mesmo após estar inutilizado para o uso elétrico, suas propriedades são ainda satisfatórias para aquelas aplicações.”

PCB do ponto de vista da biologia

“Do ponto de vista Biológico, as PCBs apresentam como principais características, a não biodegradabilidade, a bacteriostaticidade, e a bioacumulação em tecidos animais e vegetais. Foram feitos vários estudos no sentido de determinar suas características de carcinogenicidade e mutagenicidade sem, no entanto, obter-se comprovação de acordo com os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).”
Este é o problema das Orcas, a bioacumulação. O que já ficou, não tem remédio, ficou pra sempre. O que se pode fazer, é tentar evitar que o processo continue, algo bastante difícil.

Do ponto de vista toxicológico

“As PCBs são classificadas como não tóxicas a levemente tóxicas, segundo a classificação da ACGIH (American Conference of Government Industrial Hygienists).”
Ilustração: http://skleinconsultoria.com.br
Obs: as informações até agora entre aspas, tem como fonte o relatório: “ESTUDO SOBRE AS BIFENILAS POLICLORADAS, PROPOSTA PARA ATENDIMENTO Á “CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO”, ANEXO A – PARTE II, do MMA.”

Orcas, envenenadas por PCBs, em risco de morticínio

Agora que já sabemos tudo que importa sobre os PCBs, vamos saber como foi que as Orcas entraram nesta enrascada. “Orcas (Orcinus orca) formam o último elo em uma longa cadeia alimentar. Estão entre os mamíferos com o mais alto nível de PCBs (bifenilas policloradas) em seus tecidos. Pesquisadores mediram valores tão altos quanto 1300 miligramas por quilo no tecido adiposo (gordura) de orcas. Para comparação, um grande número de estudos mostra que animais com níveis de PCB tão baixos quanto 50 miligramas por quilo de tecido, podem apresentar sinais de infertilidade e impactos severos no sistema imunológico. Imagine, então, 1300 miligramas por quilo, caso das baleias. É uma situação desesperadora!
Foto: National Geographic

Universidades em favor das Orcas

Juntamente com colegas de várias universidades internacionais e instituições de pesquisa, pesquisadores da Universidade de Aarhus documentaram que o número de orcas está diminuindo rapidamente em 10 das 19 populações investigadas. E que as espécies podem desaparecer completamente de várias áreas dentro algumas décadas.

Entre os piores lugares para as orcas, “águas perto do Brasil”

Orcas são particularmente ameaçadas em áreas altamente contaminadas, como as águas perto do Brasil, o Estreito de Gibraltar e ao redor do Reino Unido. Em torno das Ilhas Britânicas, os pesquisadores estimam que a população restante conta com menos de 10 baleias. Também ao longo da costa leste da Groenlândia, as baleias são afetadas devido ao alto consumo de mamíferos marinhos como focas.”

Os erros do cara- pálida

Mas como minimizar a bioacumulação, se ela se dá pelo consumo de comida? Impossível parar. Sem o saber, os animais seguem seu rito macabro até apodrecerem…
Foto:www.megacurioso.com.br
Nós fomos açodados no passado. Assim como o plástico, usamos o produto em demasia encantados por seus resultados. Até percebermos os problemas para a saúde, e o meio ambiente. Então começou-se a rediscutir o uso do plástico. E descobre-se o tamanho do poder maligno dos muitos novos materiais que inventamos sem saber questões fundamentais sobre ele. O PCB já foi detetado até mesmo na…

Poluição por PCBs na Fossa das Marianas!

Recentemente foram encontrados em pequenos anfípodas, espécie de crustáceos existentes na Fossa das Marianas, um dos locais mais ermos do planeta com cerca de 11 Km de profundidade, e só visitado por três seres humanos. Descobriu-se que nestes anfípodas havia ‘concentrações extremamente altas’ de PCB (bifenilos policlorados), e PBDE (éteres difenílicos polibromados).
Fossa das Marianas em números. Ilustração:www.fatosdesconhecidos.com.br

O cientista, autor da descoberta, Dr Alan Jamieson, da Newcastle University, estarrecido declarou:
O fato de termos encontrado níveis tão extraordinários desses poluentes … realmente traz para casa o impacto devastador, a longo prazo, que a humanidade está produzindo no planeta

Pois é camarada, na Fossa das Marianas!

Os PCBs têm sido usados ​​em todo o mundo desde a década de 1930. Mais de 1 milhão de toneladas de PCBs foram produzidas e usadas, entre outras coisas, em componentes elétricos e plásticos. Juntamente com o DDT e outros pesticidas orgânicos, os PCBs se espalharam pelos oceanos globais.

PCBs podem ter efeito dramático na reprodução e sistema imunológico das orcas

A orca é um dos mamíferos mais difundidos na Terra. É encontrada em todos os oceanos do mundo, de pólo a pólo. Mas hoje, apenas as populações que vivem nas áreas menos poluídas incluem um grande número de indivíduos. A sobrepesca e o ruído produzido pelo homem também podem afetar a saúde dos animais, mas os PCBs podem ter um efeito dramático na reprodução e no sistema imunológico das orcas.

Dieta das orcas  

A dieta das baleias inclui focas e peixes grandes, como atum e tubarões, acumulam PCBs e outros poluentes armazenados em níveis sucessivos da cadeia alimentar. São essas populações de orcas que têm as maiores concentrações de PCBs. São elas que estão em maior risco de colapso.
Foto:National Geographic

O banimento internacional do PCB

Durante os anos 1970 e 1980, os PCBs foram proibidos em vários países. Em 2004, por meio da Convenção de Estocolmo, mais de 90 países se comprometeram a eliminar progressivamente e eliminar os grandes estoques de PCBs. Eles são apenas lentamente decompostos no meio ambiente.
Ilustração:worcester.ma 

Além disso, PCBs são passados ​​para a prole através do leite rico em gordura da mãe. Isso significa que as substâncias perigosas permanecem nos corpos dos animais, em vez de serem liberadas no meio ambiente onde eventualmente se depositam ou se degradam.

PCB deforma órgão reprodutivo dos animais

Rune Dietz, do Departamento de Biociências e do Ártico. Centro de Pesquisa, Universidade de Aarhus, que iniciou os estudos de baleias assassinas e co-autor do artigo, declarou:
Sabemos que os PCBs deformam os órgãos reprodutivos de animais como os ursos polares. Por isso, é natural examinar o impacto dos PCBs sobre as escassas populações de orcas em todo o mundo

Orcas, envenenadas por PCBs: Grupo de estudo e metodologia

 O grupo de pesquisa, que inclui participantes dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Groenlândia, Islândia e Dinamarca, revisou toda a literatura existente e comparou todos os dados com seus resultados mais recentes. Isso forneceu informações sobre os níveis de PCB em mais de 350 orcas em todo o mundo – o maior número já estudado Aplicando modelos, os pesquisadores previram os efeitos dos PCBs no número de descendentes, bem como no sistema imunológico e na mortalidade da baleia assassina durante um período de 100 anos.

Fonte: Mar sem Fim