quinta-feira, 27 de setembro de 2018

I Simpósio Brasileiro de Geologia e Geofísica Marinha




  
"Panorama Atual e Perspectivas da Geologia e Geofísica Marinha no Brasil"
 
Quando: de 05 a 09 de novembro de 2018
Onde: Centro de Convenções do Mirador Rio Hotel
Copacabana – Rio de Janeiro, RJ
Data Final para submissão de resumos: 30/09/2018
Maiores informações acessar: http://pggmbrasil.org/eventos 

Fonte: Secretaria do IO/FURG 

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Fóssil marinho raríssimo é encontrado

Fóssil marinho, provavelmente o plesiossauros, com 90 milhões de anos é encontrado na Europa

Fóssil marinho : o pessoal do Muséum de sciences naturelles d’Angers, responsável pela análise  assim descreveu a descoberta feita em 2013: “pertencendo a um animal de cinco metros de comprimento, com 90 milhões de anos, foi encontrado numa caverna em Saumurois”. Paleontologistas do museu disseram que “se trata de uma descoberta única do fim da era secundária”.
Benoît Mellier, responsável pelas coleções do museu afirmou que “seu tamanho e o bom estado de conservação nos permite afirmar que se trata de um grande réptil marinho da família dos plesiossauros”.
Imagem: ceticismo.org

Fóssil marinho é da época dos dinossauros

Os pesquisadores dizem que fósseis como este já foram encontrados na África e nos Estados Unidos, mas jamais na Europa. Isso abre novos campos de pesquisa. Peggy Vincent, do Museu de História Natural de Paris, disse que…
"Saber que existiam na Europa muda muitas coisas. Não é certo, mas é provável que seja uma nova espécie. Se for uma espécie que já existe, significa que houve imigrações"

A evolução da natureza

O Muséum de sciences naturelles d’Angers tem como principal objetivo “traçar a aventura humana desde tempos pré-históricos, o Museu de Ciências Naturais é um lugar aberto para o ambiente de vida e ecologia. O Museu desenvolve e apresenta valiosas colecções, testemunhas da diversidade do mundo vivo e a evolução da natureza”. No momento o Museu está prestes a apresentar uma conferencia sobre o tema répteis marinhos.

 

Fósseis foram extraídos e levados para o museu

O site G1 diz que “os fósseis foram extraídos e levados para o museu em fevereiro, e serão submetidos a um estudo paleontológico aprofundado antes de serem expostos ao público”. E prossegue o G1: “Foram encontrados um fêmur de 51 cm de extensão, “peças de um punho ou de um pé”, uma série de “pequenos ossos da mão”, e uma mandíbula completa de um metro de comprimento”.
Ilustração de abertura: rede sul.com.br


Fonte: Mar Sem Fim

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Maior parque eólico marítimo do mundo, conheça

Maior parque eólico marítimo do mundo é inaugurado no Mar da Irlanda

Walney Extension, ao largo da costa da Cúmbria, no Reino Unido, tem área do tamanho de 20.000 campos de futebol. Capacidade de 659 megawatts, suficiente para abastecer o equivalente a 590.000 lares. O projeto mostra como a tecnologia eólica progrediu dramaticamente nos últimos cinco anos desde o término do maior parque anterior, o London Array. O novo parque usa menos da metade do número de turbinas, mas é mais potente, isso o tornou o maior parque eólico marítimo do mundo.

Em vermelho, a Cúmbria, nordeste da Inglaterra

 

Reino Unido, número um do mundo em instalações eólicas offshore

Parques eólicos offshore fornecem quase um décimo da eletricidade do Reino Unido. E dos dez maiores parques eólicos do mundo, sete são ingleses. Confira quem é quem no gráfico abaixo.
Ilustração:Guardian Graphic

Ao contrário dos brasileiros, estes parques não destroem a paisagem

A grande vantagem dos parques eólicos ‘OFF SHORE‘ é que ninguém os vê. Se ninguém os vê, é porque não destroem a paisagem. Estão longe o suficiente para cumprirem seu papel, gerando energia limpa, sem banalizar um bem que pertence a todos, a paisagem, mesmo sendo o maior parque eólico marítimo do mundo.

Está na hora do poder público brasileiro levar em conta a paisagem

Nosso litoral é dos mais belos do mundo. Não há quem não se apaixone pela beleza do litoral brasileiro. Acontece que o mundo mudou. Somos hoje 7,6 bilhões de pessoas no planeta, mais de 50% morando no litoral. No Brasil, ultrapassamos os 200 milhões de habitantes, e porcentagem ainda maior mora no litoral. Esse ‘mundo de gente’ precisa espaço para morar, infraestrutura urbana, etc. Se não tivermos políticas públicas que protejam o bem coletivo, no caso a paisagem, as futuras gerações conhecerão um espaço desolado. Já basta a especulação imobiliária ou a ocupação desordenada, fenômenos que ocorrem em quase toda a orla. Agora temos este novo problema. As torres eólicas. Quem viaja com frequência para o Nordeste, ou o Rio Grande do Sul, há de ter visto o que estão se tornando aquelas praias: um imenso e degradante paliteiro, embora a energia eólica seja muito importante.

O CONAMA

Segundo definição do site O Eco, “Órgão criado em 1982 pela Lei n º 6.938/81– que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente -, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.   O CONAMA existe para assessorar, estudar e propor ao Governo, as linhas de direção que devem tomar as políticas governamentais para a exploração e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Também cabe ao órgão, criar normas e determinar padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.”

Resolução 462/2014 permite torres eólicas em dunas, mangues, Mata Atlântica…

Pois apesar de seu papel de extrema importância, fomos checar a posição do órgão quanto à instalação de turbinas eólicas no litoral. Pode parecer incrível, e é, mas o CONAMA, em sua resolução 462/2014, aceita que sejam instaladas em áreas de dunas, mangues, Mata Atlântica, planícies fluviais, ‘e demais áreas úmidas‘…
Mundaú, Ceará, pitoresca vila de pesca, na foz do rio de mesmo nome, cercada de dunas, foi estragada pelas turbinas eólicas. Precisava mesmo?
Mundaú, Ceará, pitoresca vila de pesca, na foz do rio de mesmo nome, cercada de dunas, foi estragada pelas turbinas eólicas. Precisava mesmo?

Apesar da energia eólica representar apenas 1% da nossa matriz, o estrago já feito no litoral é  enorme. O País tem hoje pouco mais de 108 parques eólicos que totalizam 2,5 GW de capacidade instalada. Como ficará nosso litoral quando crescerem os parques eólicos e atingirem, digamos 10% de nossa matriz? Resistirá nosso litoral? Creio que não.

Nos Estados Unidos

Os parques eólicos norte-americanos também se deslocaram para o mar, pelo mesmo problema: a paisagem e o vizinho incômodo. Ninguém quer ter ao seu lado um paliteiro de metal que tira a graça e o charme do litoral, além de produzir zumbido e trepidação no entorno. Os americanos, apesar de favoráveis à transição para a energia limpa, exigiram que eles fossem para o mar, longe de tudo e de todos. Custa mais caro, mas preserva um bem comum.

No Reino Unido

Os parques ainda vão crescer muito. Recentemente o parlamento  se comprometeu com um cronograma de leilões com subsídios para energia limpa a cada dois anos, a partir de 2019.
O Walney Extension, maior parque eólico marítimo do mundo que não estraga a paisagem.

Matthew Wright, diretor administrativo da empresa de energia dinamarquesa Ørsted, que desenvolveu o  projeto, Walney Extension, declarou:
"É outro ponto de referência em termos de escala. Isso – turbinas maiores, com menor quantidade de postes e mais espaçados uns dos outros – é realmente a forma dos projetos daqui para frente."
Assista ao vídeo da Walney Extension:

 
 Fonte: Mar Sem Fim

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Como é a 'serpente gigante' que cientistas querem usar para limpar os oceanos

Patrocinado pelo governo da Holanda e por investidores privados, estrutura consiste em sistema em forma de cobra gigante com tubos e redes para coletar lixo; analistas temem que projeto possa prejudicar a vida marinha.

Objetivo do 'projeto serpente' é coletar lixo da chamada 'ilha de lixo' do Oceano Pacífico |
 Crédito: The Ocean Cleanup — Foto: The Ocean Clean Up/BBC
Quando o adolescente holandês Boyan Slat entrou no mar na Grécia há sete anos, ficou
surpreso ao ver mais plástico do que peixe na água. Ficou tão incomodado com a poluição
que começou a fazer campanha pela limpeza dos oceanos.
Durante muito tempo, poucas pessoas o levaram a sério. Era apenas um universitário
com uma ideia na cabeça. Uma ideia que, à primeira vista, parecia estapafúrdia.
Mas, neste sábado, com o respaldo de grandes investidores e um ambicioso trabalho
de engenharia, Slat conseguiu lançar um enorme sistema de coleta de plástico que se
assemelha a uma serpente. O dispositivo saiu da baía de São Francisco (EUA) com
destino à grande "ilha de lixo" do Pacífico - que fica localizada entre a Califórnia e o Havaí.
Até agora, o foco das campanhas de coleta de plástico tem sido nas praias e consiste,
basicamente, em reunir voluntários ao redor do mundo para recolher sacolas plásticas e
garrafas do litoral.
Mas poucas são as iniciativas de tentar limpar os oceanos por dentro.
Alguns especialistas se mostram céticos com a iniciativa de Slat. E, apesar dos testes e
simulações digitais, ninguém sabe ao certo se a "serpente" vai funcionar.
Por um lado, alguns acham que poderia ser uma distração para o problema mais
eminente: o despejo de plástico no mar. Por outro lado, há o receio de que a operação
possa causar sérios danos à vida marinha.
Mas Boyan Slat e sua equipe da organização sem fins lucrativos The Ocean Cleanup
(A Limpeza do Oceano, em tradução livre) estão convencidos de que a enorme
quantidade de plástico nos oceanos exige ação imediata.

Qual é o objetivo?

O objetivo da equipe de Slat é alcançar o Pacífico oriental, em especial a ilha da sujeira,
onde as correntes circulares marinhas têm concentrado uma grande quantidade de
plástico em uma única área.
A meta é reduzir à metade a contaminação dessa área a cada cinco anos, de modo
que em 2040 todo o lixo tenha desaparecido.
"Temos muita pressa", disse Lonneke Holierhoek, diretora de operações do projeto,
cuja sede fica em Rotterdam, na Holanda.
O governo holandês é um dos principais patrocinadores, junto com algumas empresas
e investidores endinheirados. O projeto, estimado em pelo menos US$ 20 milhões
(R$ 80 milhões), já deixou de ser uma ideia de um jovem para se transformar numa
iniciativa internacional.
No escritório do projeto, é forte o cheiro de algas e lixo. Nas mesas e no chão, há caixas
cheias de fragmentos de plástico, trazidos do mar em expedições anteriores e que
representam um lembrete da tarefa que os envolvidos na empreitada têm pela frente.
"Se não fizermos isso", diz Holierhoek, "todo esse plástico começará a se decompor em
pedaços cada vez menores, e quanto menores as peças, mais prejudiciais serão e mais
difícil será extraí-las do ambiente marinho."
Holierhoek é uma engenheira que tem passado as últimas duas décadas dedicando-se
a projetos distantes das costas. Não é uma ativista, mas alguém com grande experiência
em trabalhar com enormes estruturas no mar.
Para ela, o projeto serpente é um esforço legítimo para tentar reverter a maré de
contaminação. "Mais do que falar do problema ou de protestar, trata-se de tentar
resolvê-lo", afirma a engenheira.

Como funciona?

O principal elemento do "projeto serpente" é o sistema de coleta, que é passivo. Isso
significa que não há mecanismos ou máquinas. Em vez disso, foi projetado para se
mover e pegar gentilmente qualquer plástico em seu caminho.
A máquina tem a forma de uma cobra gigante e é composta por seções de tubos.
Mede 600 metros de comprimento e flutua em forma de "U". Por baixo, carrega uma
tela de três metros.
O objetivo é que o sistema de coleta capture plásticos até formar uma massa densa.
O peixe deve poder nadar debaixo dele e, como o aparelho tem superfícies lisas,
a esperança é que nenhuma espécie sofra danos.
O sistema leva câmeras a bordo, cuja função é monitorar a operação. Aproximadamente
a cada seis semanas, um navio viajará até a "serpente" para coletar todo o plástico
coletado e levá-lo ao continente, onde será reciclado.
Todo material recuperado deve ser transformado em produtos a serem comercializados
com o selo de "feitos a partir de plástico marinho". Eles serão vendidos a um preço
mais alto.
"Temos muita pressa", disse Lonneke Holierhoek, diretora de operações do 'projeto serpente'
Foto: The Ocean Clean Up/ BBC









Quais são os potenciais problemas?

Alguns especialistas ouvidos pela BBC News temem que a vida marinha sofra danos.
Qualquer coisa que seja lançada ao mar se cobre de algas rapidamente, atraindo
plânctons que, por sua vez, atraem peixes pequenos e, em seguida, peixes maiores.
É por isso que, por exemplo, frotas de pesca industrial instalam "dispositivos de
agregação de peixes" para fazer o papel de engodo.
Mas Lonneke Holierhoek tem uma resposta a essas questões. Ela afirma que um
estudo ambiental independente descobriu que esse impacto pode ser minimizado,
por exemplo, gerando um ruído pouco antes de o plástico ser coletado, a fim de
afugentar o peixe.
Mas Sue Kinsey, da Sociedade de Conservação Marinha, é uma das que não está
convencida de que o projeto serpente vai ajudar a resolver o problema da poluição
sem causar danos.
Ela diz admirar a paixão e força de vontade dos envolvidos com o projeto, mas o vê
com ressalvas.
"O principal problema são as criaturas que flutuam passivamente no oceano e não
conseguem sair do caminho: uma vez que estão nesse campo, elas ficarão presas
sem poderem se mover", diz.
Ela também garante que, em termos de custo, é mais eficaz limpar as praias e se
concentrar em evitar que mais plásticos cheguem aos oceanos.
O professor Richard Lampitt, do Centro Nacional de Oceanografia do Reino Unido,
também elogia o projeto, mas reconhece que grande parte do plástico que vai parar
no mar afunda relativamente rápido, de modo que o esforço não faria uma grande
diferença.
Lampitt também destaca os efeitos ao meio ambiente para a construção e execução
do projeto serpente, que prevê a construção de 60 dispositivos de coleta e o transporte
dos barcos em sua ida e volta, tudo para recuperar aproximadamente 8 mil toneladas
de plástico por ano.
"A relação de custo benefício não é nada vantajosa", diz o professor.
No entanto, um dos pesquisadores do projeto, Laurent Lebreton, diz que o esforço
vale a pena. Ele argumenta que os resíduos humanos têm um impacto negativo
no mundo natural.
Lebreton mostra como um pequeno pedaço de coral branco cresceu em torno das
fibras de uma velha rede de pesca e como na borda irregular de uma garrafa de
plástico há marcas inconfundíveis de dentes deixados pela mordida de um peixe.
"Os peixes engolem esse plástico e esses mesmos peixes acabam em nosso prato
mais tarde, o plástico se tornou parte da cadeia alimentar", diz Lebreton.
"Há uma solução: primeiro você precisa ter certeza de que o plástico não entra no
ambiente natural, e então você tem que coletar tudo o que acumulamos desde a
década de 1950", acrescenta.
O sistema de coleta levará três semanas para chegar à ilha de lixo, localizada a
cerca de 2 mil quilômetros da costa da Califórnia.
Ainda neste ano, deverão estar disponíveis os primeiros resultados de como está
funcionando o primeiro projeto serpente, que pretende limpar os oceanos por
dentro.

Fonte: G1 Natureza

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Espécies invasoras agora navegam em plástico

Espécies invasoras, ou exóticas, cruzam oceanos navegando em plástico, esta descoberta é mais uma ‘contribuição’ do plástico à biodiversidade

No meio acadêmico, é sabido, a maior contribuição para a perda de biodiversidade é o desaparecimento de habitats. Menos recifes de corais, mangues, ou praias, significa menor quantidade/variedade de espécies marinhas. O segundo pior problema para a biodiversidade no mundo, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (The World Conservation Union – IUCN), é a introdução de espécies invasoras, ou exóticas (plantas, animais e microrganismos).Elas empobrecem, homogeneízam os ecossistemas. Vamos entender por quê.

Espécies invasoras ou exóticas: definição

De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), “espécie exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição natural. Espécie exótica invasora é definida como aquela que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies.”
Descomplicando um pouco mais, considere espécies invasoras as ‘espécies que estão em ambiente diferente de seu local de origem, por ação do homem (intencional ou acidental).’
Segundo o site do MMA, “espécies invasoras ou exóticas representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente. Geram enormes prejuízos à economia, à biodiversidade e aos ecossistemas naturais, além de riscos à saúde humana.”

Formas de invasão: acidental

Primeiro, o homem domesticou  plantas e animais, milhares de anos atrás. Entre os mais comuns, milho e  trigo; e o gado, além de cães e gatos. Com comida farta, as populações  cresceram. Com o crescimento, veio a necessidade de se achar novos sítios, começavam as migrações humanas. Junto com as migrações, iam as plantas e animais domesticados tomando o lugar das originais. Hoje, com a globalização, as andanças do homem moderno talvez sejam a maior forma de bioinvasão. Intencionais, ou não. Já foram encontrados carrapatos em pinguins na Antártica. Quem levou os carrapatos senão o homem ainda que de forma não intencional? Junto com as caixas do comércio mundial, ganhamos de brinde baratas, ratos, e que tais.  Às vezes eles saem da Ásia e chegam nas Américas; outras vezes o ponto de partida foi o Velho Mundo, e o de chegada, a África. Ou vice- versa. É assim que acontece.

Formas de invasão: intencional

E há os casos piores, os considerados ‘intencionais’. Envolvem pessoas inconsequentes, que ignoram que somos quase oito bilhões de terráqueos, e que por isso mesmo não podemos fazer o que der na telha, sob pena de contribuir com o problema. Este foi o caso do peixe- leão, espécie original da confluência do Pacífico com o Índico. O ‘belo’ peixinho (apenas 50 cm) é hoje o grande terror do Atlântico Norte e Sul. Trata-se da espécie marinha invasora mais numerosa no mundo. Estudando a praga no hemisfério Norte, cientistas descobriram que a invasão se deu do aquarismo, para o mar. Ou seja, um norte-americano havia comprado o peixinho para ornar seu aquário. Depois da novidade, veio o tédio, e o peixinho foi solto no mar. Foi o suficiente para liberar a praga.

Problemas gerados pelas espécies invasoras

Na maioria das vezes o problema começa porque as espécies exóticas não encontram inimigos naturais. Sem predadores naturais, sua população cresce assustadoramente, toma o lugar da fauna nativa empobrecendo a biodiversidade local, e gera problema econômicos anormais. É o que aconteceu com um simples molusco, o mexilhão-dourado originário da Ásia, que entrou no sul do Brasil misturado com a água de lastro de algum navio. Em pouco tempo tomou conta do Lago Guaíba e rio da Prata.
O mexilhão- dourado é um flagelo das bacias hidrográficas brasileiras.

Entope as turbinas de Itaipu, que tem que parar a operação para limpá-las . Já subiu até o Pantanal, contaminando, no trajeto, o São Francisco. Hoje os pesquisadores brasileiros sabem que eles chegarão à bacia Amazônica, é questão de tempo.

O prejuízo causado:1,4 trilhões de dólares a cada ano ou 5% da economia mundial

Secretariado da Convenção sobre a Biodiversidade: os prejuízos econômicos causados pelas espécies invasoras em todo o mundo, na forma de perdas em colheitas, pastagens e florestas, além das despesas nos planos de combate, podem chegar a 1,4 trilhões de dólares a cada ano, equivalendo a 5% da economia mundial. Nestes custos não estão incluídos o declínio da biodiversidade e as extinções de espécies, os danos estéticos e culturais às paisagens e comunidades, e a perda de serviços ambientais, que ainda não foram bem calculados em termos econômicos e às vezes nem podem sê-lo, mas que sem dúvida são altíssimos, afetando o homem e a natureza como um todo, ameaçando a estabilidade social e política das nações, o seu crescimento econômico, e o desenvolvimento de um futuro sustentável e equitativo para todos os seres.”

A novidade: Espécies exóticas agora navegam em plástico

Matéria do www.nationalgeographic.com: ” Pouco depois do terremoto e do tsunami de 2011 que devastaram a costa leste do Japão, uma onda de lixo flutuante – gaiolas de moluscos, porções de piers, embarcações de pesca inteiras – começou a ser levada para a costa oeste da América do Norte e  Havaí. O tsunami havia arrastado a infraestrutura de plástico do Japão para o mar, que agora se dirigia para a América do Norte.”

A saga dos mexilhões, cracas e algas: seis anos em uma jornada pelo Oceano Pacífico

“Os cientistas não sabiam que mexilhões japoneses, cracas e algas marinhas poderiam sobreviver por seis anos em uma jornada pelo Oceano Pacífico e chegar não apenas vivos, mas prontos para se reproduzir.”

Uma saga de seis anos à deriva até arribar no litoral dos USA. Foto: nationalgeographic.com

A nova fronteira

“Esses montes de lixo costeiro são uma nova fronteira para os cientistas que estudam espécies exóticas. No passado, as criaturas costeiras viajaram em troncos que freqüentemente se decompõem no mar. Mas a proliferação de plásticos ao longo de mais costas estrangeiras possibilita viagens mais longas.”

Novas questões a serem respondidas

“Como essas espécies subsistem em plástico e poliestireno? Grandes pedaços de detritos se tornam microcosmos de seus ecossistemas costeiros, como um hotel flutuante com comida?”
“Sabemos que os plásticos são tão abundantes em partes do oceano aberto quanto em nossas vidas cotidianas. Mas, até recentemente, os cientistas não consideravam que esses detritos pudessem levar a nova onda de espécies exóticas para as costas dos Estados Unidos, ou outras partes do mundo. Agora eles estão descobrindo que não apenas isso está acontecendo, mas  suspeitam que algumas das espécies irão prosperar.”

A nova ‘contribuição’ do plástico

A cada dia que passa mais perplexos ficam os cientistas. A descoberta mais alarmante deste século, possivelmente, foi saber que em 65 anos de existência do material foram produzidos 8,3 bilhões de toneladas de plástico. Só 9% foi reciclado. Ao descobrirem o absurdo, ficou fácil entender pesquisas que dizem que em 2050 haverá mais plástico que peixes, em peso, nos oceanos. É bom lembrar que o material não se desfaz. No máximo, depois de séculos na natureza, ele se quebra em micropartículas que já entraram em nossa cadeia alimentar. O fato novo, trazido por NG, é que agora o plástico, que domina as regiões costeiras mundo afora, pode ajudar ainda mais a proliferação das terríveis espécies exóticas. É hora de agirmos. O poder público, com políticas condizentes, e os cidadãos, reciclando. Não tem outro jeito. Ninguém fará isso por nós. Pense sobre isso.

Fonte: Mar Sem Fim

 


 

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Lagarto exótico: mais ameaças ao litoral de SP

Lagarto exótico, oriundo de Cuba, ameaça o litoral de São Paulo

Um estudante de Biologia Ricardo Samelo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Baixada Santista, fotografou um lagarto exótico na região e compartilhou a imagem, em agosto de 2015, em um fórum de especialistas. Um dos membros do grupo viu a foto que, imediatamente, “causou comoção” na comunidade. Segundo este observador, o biólogo Ivan Prates,
"…todos perceberam que não era um animal da fauna brasileira. Ficamos intrigados e logo começou uma discussão sobre que espécie seria"
O indesejável lagarto exótico cubano

Matéria de O Estado de S. Paulo revela mais uma espécie, desta vez um lagarto exótico, oriundo de Cuba, ameaçando a fauna nativa

Dois anos depois da descoberta a revista South American Journal of Herpetology  publicou um estudo liderado pelo pesquisador Ivan Prates, da Universidade da Cidade de Nova York.
Foi uma história parecida com a de detetives que investigam um crime. A primeira  hipótese  foi a de que o lagarto poderia ser um Anolis carolinensis – única espécie do vasto grupo dos Anolis que ocorre nos Estados Unidos. Prates,
"…logo reconheci que o bicho tinha parentesco com o grupo Anolis. Mas trata-se de um gênero muito diverso, com muitas espécies – várias delas bastante similares –, o que dificultava o reconhecimento, especialmente com base em uma foto na internet"
"À medida que conversávamos, as pessoas nos indicavam outras que tinham informações. A população é leiga, mas conhece bem a fauna local. Descobrimos que os bichos são muito abundantes."
Em Guarujá, São Vicente e Santos, acharam grandes quantidades do lagarto, coletaram espécies e amostras para levar ao laboratório e fazer identificação com base no DNA

De volta a Nova Iorque

Em Nova York, foram usadas técnicas genéticas para caracterizar e identificar o lagarto exótico.
"Foi aí que descobrimos algo inesperado: não se tratava do Anolis originário dos Estados Unidos. A composição genética era diferente. Era a espécie Anolis porcatus, proveniente de Cuba"
Segundo o pesquisador os animais descobertos em Santos foram os primeiros  na América do Sul. Mas não os primeiros fora de Cuba: já havia localizações na Flórida e na República Dominicana.

Hipótese mais provável para a vinda do lagarto exótico de Cuba

O Estadão diz que o animal foi encontrado em áreas residenciais do bairro da Alemoa, área contígua ao porto, onde há intensa movimentação de cargueiros. O bairro é repleto de depósitos onde são empilhados milhares de contêineres.
Por isso, levantamos a hipótese de que o animal chegou ao Brasil acidentalmente por via marítima, embarcado em contêineres. Provavelmente os navios também os levaram à República Dominicana e talvez Flórida e Espanha

Problemas da introdução voluntária, ou não, de espécies exóticas

De acordo com cientistas a maior causa de perda de biodiversidade no mundo é o desaparecimento de habitats. A segunda, a introdução de espécies exóticas. Sem predadores naturais, eles se proliferam e tomam o lugar da fauna nativa.

Problemas provocados por espécies exóticas na Ilha Anchieta, litoral Norte de São Paulo

Em 1983 a Fundação Parque Zoológico, de São Paulo, introduziu mais de cem animais exóticos na Ilha Anchieta, hoje um Parque Estadual Marinho. Um desastre provocado por quem não poderia. Entre outras espécies soltaram capivaras, saguis, tatus, quatis e cutias. Algumas não resistiram ao novo habitat, outras, entretanto, se multiplicaram de forma impressionante.
Anos depois recebi do biólogo Fausto Pires de Souza, da Fundação Florestal de São Paulo, diversos estudos sobre os problemas da ilha Anchieta. Um deles, publicado pela revista Ciência Hoje, em março de 2008, não deixa dúvidas.
"a população de cutias cresceu mais de 145 vezes, seguida pela dos tatus- galinha (134 vezes), de sagüis-de-tufo-preto (130 vezes), de capivaras (41 vezes), e de quatis (11 vezes)"
O estudo vai além:
" as espécies afetam o restabelecimento da vegetação e a estrutura das comunidades de suas presas, como aves."
Os problemas são conhecidos. Foram estudados por especialistas. Mesmo assim o  Governo de São Paulo, através da Secretaria de Meio Ambiente, e da própria Fundação Florestal encarregada de tomar conta das unidades de conservação paulistas, não age. Se numa ilha pequena a ação que seria mais simples não acontece, imagine se alguma medida será tomada com relação aos lagartos cubanos. Ganha um doce quem acertar o que vai acontecer…

Fonte: Mar Sem Fim


Portal de Periódicos inicia período de renovação de contratos com editoras

Ao longo de quase 18 anos de existência, o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) se consolidou como uma ferramenta importante de apoio ao avanço da ciência no Brasil. A Diretoria de Programas e Bolsas no País e a Coordenação-Geral do Portal de Periódicos negociam anualmente com as editoras internacionais no intuito de garantir acesso ao acervo científico atualizado e de alto nível para a comunidade acadêmica brasileira.
Os conteúdos indexados na biblioteca virtual da CAPES são assinados por tempo determinado em contrato. Ao final do prazo acordado é preciso fazer a renovação, caso seja interesse da comunidade manter o acesso ao periódico ou à base de dados. A renovação já foi iniciada e a equipe do Portal de Periódicos conta com o apoio dos usuários nesse processo.
A manifestação dos pesquisadores é o melhor indicador da necessidade de continuidade ou não dos conteúdos no acervo. A partir da indicação registrada da comunidade acadêmica – seja por meio de e-mail, carta ou ofício – a equipe de desenvolvimento de coleções do Portal de Periódicos reúne as demandas, organiza as informações necessárias e repassa para a equipe de contratos, informando sobre as renovações ou novas contratações – desde que a CAPES disponha de orçamento. Nesse aspecto, os membros da comunidade acadêmica são peças-chave para a seleção de quais materiais são mais relevantes para cada área do conhecimento.
Avaliações e comentários sobre os conteúdos que estão em fase de renovação contratual devem ser encaminhadas com uma análise explicativa. Ao colaborar, os usuários devem justificar as razões pelas quais as coleções devem ser mantidas ou não. A ação é importante para ampliar o entendimento sobre as reais necessidades de quem acessa as informações rotineiramente. Professores, pesquisadores, bibliotecários e estudantes têm à disposição o e-mail periodicos@capes.gov.br como canal de comunicação para acionar e se comunicar com a equipe.
Os editores que estão em fase de avaliação da necessidade de manutenção no acervo do Portal de Periódicos da CAPES são:
  • American Association for the Advancement of Science (AAAS)
  • American Physiological Society (APS)
  • Annual Reviews (AR)
  • American Society for Testing and Materials (ASTM)
  • Begell House
  • BioOne
  • Emerald
  • Mary Ann Liebert
  • Nature
  • The Optical Society of America (OSA)
  • ACSSES Digital Library
Verifique o conteúdo do Portal de Periódicos disponível para sua instituição


Fonte:  Boletim Eletrônico Portal Capes nº 48