sexta-feira, 31 de maio de 2019

Conservação ambiental norteia programação da primeira edição da SeMeiA

         Evento integra comemorações ao cinquentenário da universidade

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Zona do crepúsculo no oceano e a vida marinha, conheça

A zona do crepúsculo no oceano pode ser a chave para alimentar e proteger a vida na Terra
Você pode pensar na zona do crepúsculo no oceano como uma série de ficção científica de TV. Mas a expressão também se refere àquela camada profunda, escura e mediana do oceano, entre 200 e 1000 metros. Parte do oceano que foi largamente ignorada até agora. Uma equipe de cientistas do Instituto Oceanográfico Woods Holede Massachusetts, voou para as Bahamas para estudar esse lugar misterioso e as diversas criaturas que vivem lá.  Como eles sobrevivem nesta zona onde não crescem plantas? O que eles comem? Quais são as adaptações que os zooplânctons e os peixes que vivem profundamente têm que os permite sobreviver, reproduzir e florescer na zona do crepúsculo?
Descobertas da Zona do crepúsculo no oceano. Ilustração, Woods Hole.

Censo de vida marinha na zona do crepúsculo no oceano

O site www.dn.pt diz que “investigadores do Censo de Vida Marinha, projecto internacional que apresentará em 2010 a primeira lista da vida marinha, registraram 17.650 espécies a mais de 200 metros de profundidade e 5.722 a mais de um quilômetro. Este é o local que os estudiosos definem como “zona de crepúsculo“, onde a ausência de luz impede o processo de fotossíntese. Por isso, a existência de uma flora ativa.
As profundidades oceânicas e suas definições. Ilustração, www.dailymail.co.uk.

A viagem dos cientistas de Woods Hole

De acordo com o site qz.com, “a viagem faz parte de um projeto de seis anos usando novas tecnologias para entender melhor a zona do crepúsculo antes que seja tarde demais. Pesquisas recentes sugerem que há mais peixes do que qualquer outra parte dos oceanos do mundo. Esta pode ser a próxima fronteira para a indústria pesqueira. Países como a Noruega desenvolveram  tecnologia que permite extrair centenas de peixes de cada vez das profundezas. À medida que a pesca de águas superficiais decai, os cientistas do Woods Hole querem coletar informações para informar as políticas que permitem que a zona do crepúsculo seja explorada de forma sustentável.”

Algumas criaturas marinhas descobertas

O  www.dn.pt diz que, “Entre as criaturas mais estranhas encontradas, descobriu-se um octópode  com dois metros de comprimento, que vive a 1,5 quilómetros de profundidade nas águas do centro do oceano Atlântico. Foi baptizado como “Dumbo” devido às grandes barbatanas em forma de orelha que utiliza para se propulsionar.  Também no Golfo do México, mas a 2,7 quilómetros de profundidade, os cientistas registraram em vídeo o momento em que uma larva transparente caminhava apoiando-se nos seus numerosos tentáculos. Ainda na seção curiosidades, uma minhoca que come petróleo.”

Assista ao vídeo do polvo Dumbo

Biodiversidade marinha nas altas profundidades

Os cientistas expressaram a sua surpresa pela diversidade da vida nas profundidades abissais, onde se podem encontrar numerosos organismos vivos, já que muitas destas espécies chegam a viver a profundidades de até cinco quilômetros. Robert Carney, um dos responsáveis pelo projeto destacou que é “difícil de entender que haja tanta diversidade” no fundo dos mares e oceanos. “Apesar do solo dos fundos profundos parecer monótono e pobre em alimentos, existe lá a maior diversidade de espécies possível”, assinalou Carney, que relacionou o fenômeno com os numerosos recursos dos organismos para sobreviver num ambiente tão hostil.

Zona do crepúsculo, definição

É um elo crítico entre a superfície e o oceano profundo. Cientistas estão interessados ​​no que acontece lá. É um componente importante da cadeia alimentar oceânica. Há uma pele fina no topo do oceano, onde a luz penetra, a fotossíntese acontece e o fitoplâncton cresce. Alguns  zooplânctons e peixes na zona crepuscular migram diariamente para águas superficiais para se alimentar de fitoplâncton, ou comem uns aos outros. Mas muitos bichos no fundo do mar ou no fundo comem detritos – fitoplâncton morto ou as fezes do zooplâncton, por exemplo que afunda da superfície como o maná do céu. É chamado de “neve marinha”. É o suprimento de comida para o mar profundo.

Projeto Ocean Twilight Zone

O projeto Ocean Twilight Zone envolverá uma série de expedições a diferentes partes do oceano, onde os cientistas estão usando veículos operados remotamente e redes de reboque para coletar DNA da água e até mergulhar em um submersível para ver a zona do crepúsculo com seus próprios olhos. A expedição às Bahamas foi financiada pela OceanX e ocorreu em seu navio de pesquisa Alucia.
Imagem de abertura – Woods Hole
Fonte: João Lara Mesquita em Mar Sem Fim

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Pesquisa mostra presença de plásticos na superfície oceânica da Antártica

Estudo comprova que uma das regiões mais remotas do planeta também é atingida pela poluição


 Avaliar a abundância, os tipos e as principais fontes de plásticos na superfície oceânica da Antártica. Este é o objetivo da pesquisa de Ana Luzia Lacerda, estudante de Doutorado em Oceanografia Biológica da FURG. Um artigo com resultados foi publicado recentemente na revista científica Scientific Reports, da Nature Research.
O estudo comprova que nem as regiões mais remotas do planeta estão a salvo da poluição por plásticos. O material foi coletado em doze pontos no entorno da Península Antártica, em uma expedição realizada durante o mês de fevereiro de 2017.
Ana Luzia graduou-se na segunda turma de Oceanografia na Universidade Federal do Ceará (UFC) e posteriormente concluiu o Mestrado na FURG, onde atualmente se dedica ao Doutorado. Ela conta que trabalha com Biologia Molecular desde os tempos da graduação, e deu início ao Doutorado para analisar com mais afinco os organismos que vivem aderidos aos plásticos. "Quis analisar a diversidade e o potencial desses organismos na biodegradação dos plásticos, através do seu DNA, porém, me faltava informação de base - a quantidade, os tipos e a distribuição dos plásticos nas duas regiões de estudo, que são a Antártica e a costa brasileira", relata. Assim, a pesquisadora teve que, primeiramente, fazer a caracterização dos resíduos plásticos (o que resultou nesse primeiro artigo) para, então, conseguir analisar os organismos que vivem aderidos aos plásticos nos oceanos, um sistema atualmente chamado de "Plastisfera".
O artigo teve a coautoria de Lucas Rodrigues, Erik van Sebille, Fábio Rodrigues, Lourenço Ribeiro, Eduardo Secchi, Felipe Kessler e Maíra Proietti. De acordo com o levantamento, a concentração média dos plásticos foi estimada em 1.794 itens/Km² e os plásticos foram descritos de acordo com o formato (fragmentos, linhas e esferas), tamanho (meso e microplásticos) e composição química (náilon, poliuretano e polietileno, entre eles). O modelo oceanográfico de dispersão revelou que, por no mínimo sete anos, os plásticos amostrados na Antártica não foram oriundos de regiões menores de 58° de latitude sul, o que significa que o material coletado veio, predominantemente, de fontes locais. Contudo, os autores não descartam a possibilidade do transporte desses polímeros vindo de outras regiões, por meio das correntes marinhas.
Além da caracterização dos plásticos, também foram identificados os organismos que formam o biofilme na superfície desses materiais, já que os plásticos atuam como um substrato artificial para o desenvolvimento de comunidades aderidas a eles. Na plastisfera antártica foram identificadas, por exemplo, diferentes espécies de microalgas, colônias de bactérias e invertebrados. Os autores também destacaram a contaminação por fragmentos de tinta na região, possivelmente oriundos de embarcações e aparatos náuticos, que podem ter impactos similares aos dos plásticos nos oceanos.

Financiamento
Ana Luzia recebe bolsa de doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O estudo foi financiado pelo projeto Interbiota, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O trabalho é uma contribuição do Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes (Goal), vinculado ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Em novembro passado, a doutoranda apresentou dois trabalhos na Conferência Internacional de Microplásticos, nas Ilhas Canárias. Em um dos trabalhos, a pesquisadora mostrou os dados de poluição plástica marinha no Brasil e na Antártica. O outro trabalho foi baseado em uma atividade de extensão para popularização da ciência, que envolveu equipes do Instituto de Oceanografia (IO) e do Instituto de Letras e Artes (ILA) da FURG.

Mulheres na FURG
O Selo Mulheres na FURG busca dar visibilidade para os fazeres e vivências das mulheres que constituem a universidade. Por meio de texto, áudio e vídeo o projeto mostra diversas facetas da atuação da universidade através da trajetória das mulheres na pesquisa, na extensão, no ensino, na atuação técnica, cultural e social.


Fotos:

Pesquisa mostra presença de plásticos na superfície oceânica da Antártica

Fernando Halal/Secom







quinta-feira, 16 de maio de 2019

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Microplástico – lúgubre descoberta: partículas caem do céu

Microplástico e descoberta macabra, partículas caem do céu como chuva!

Por João Lara Mesquita 

A descoberta que precedeu esta sinistra notícia antecipava o problema. O ‘x’ da questão: Desde que foi inventado o plástico, nos anos 50 do século passado, só 9% de toda a produção mundial foi reciclado. Neste sentido, o da transformação, o plástico pode ser descrito como material desgraçado. A reciclagem é cara e complexa de tal modo que, seja aqui ou na Noruega,  invariavelmente ele acaba no meio ambiente, incluindo os oceanos. Plástico não se desfaz. No máximo quebra- se em minipartículas invisíveis a olho nu, o chamado microplástico. Estas partículas, que já fazem parte de nossa dieta diária, também ‘chovem’ da atmosfera! Esta, a trágica novidade que pescamos da National Geographic.

Microplásticos chovem dos céus

“Cientistas acabam de registar uma taxa diária de 365 partículas microplásticas por metro quadrado, a cair do céu, nas montanhas dos Pirenéus, no sul da França.”  Abalada, Deonie Allen, investigadora na Escola de Agricultura e Ciências da Vida, em Toulouse, França reconhece,
"O microplástico é o novo poluente atmosférico. Foi incrível ver a quantidade de microplásticos ali depositados. Não existiam fontes óbvias para os microplásticos num raio de 100 km"
Foi o que disse Allen, principal autora do estudo, publicado na Nature Geoscience. E completou perplexa…
"Se usarmos uma luz ultravioleta na rua, definida para um comprimento de onda de 400 nanômetros, e a colocarmos de lado, conseguimos ver todo o tipo de partículas de plástico no ar”, disse. “Dentro de casa é ligeiramente pior. É um bocado assustador."

Como foi feito o estudo

NT explica “Se usarmos uma luz ultravioleta na rua, definida para um comprimento de onda de 400 nanômetros, e a colocarmos de lado, conseguimos ver todo o tipo de partículas de plástico no ar. Dentro de casa é ligeiramente pior. É um bocado assustador. Os investigadores estudaram os padrões do vento para tentar descobrir a fonte dos microplásticos recolhidos, mas num raio de 100 quilômetros não conseguiram encontrar nada – numa região com povoações dispersas e sem grandes atividades industriais, comerciais ou agrícolas.”

A discussão do momento no mundo desenvolvido (que não chega ao Brasil)

“Cientistas alertam para o fato de estarmos criando um “planeta de plástico”. Cerca de 420 milhões de toneladas de plástico foram produzidas em 2015, em comparação com pouco mais de 2 milhões de toneladas em 1950. Durante estes 65 anos, cerca de seis milhões de toneladas acabaram em aterros ou em ambientes naturais. Estimativas feitas por estudo de 2017. Resíduos plásticos que começam como garrafas, embalagens e assim por diante, degradam-se ao longo do tempo. Transformam-se em partículas de microplástico, ou nanopartículas, muito menores. Um dos estudos estima que existem entre 15 a 51 biliões de partículas microplásticas  flutuando nos oceanos. Um bilião é um milhão de milhões. Um bilião de segundos são quase 32 mil anos.”

As emissões da indústria do plástico

“As alterações climáticas são mais uma razão para reduzir o consumo de plástico. Este o alerta de novo estudo, publicado na Nature Climate Change. Quase todos os plásticos são feitos a partir de combustíveis fósseis. Essa indústria produziu emissões equivalentes a 1.7 mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono em 2015. Com o volume de produção de plástico duplicando a cada década, até 2050 as emissões podem atingir os 6.5 mil milhões de toneladas, cerca de 15% do orçamento global de carbono. Se a indústria do plástico fosse um país, seria o quarto maior emissor de dióxido de carbono do mundo, seguida da China, EUA e Índia. No entanto, a aplicação agressiva de energias renováveis, a reciclagem e a biomassa como matéria-prima poderiam manter as emissões, em 2050, aos níveis de 2015, observou o estudo.”

Microplástico: entenda o que é

A definição está no próprio nome: partículas ‘micro’, ou muito pequenas, de plástico. Para alguns pesquisadores o tamanho máximo seria de 1 milímetro. Mas a maioria adota a medida máxima de 5 milímetros, o mínimo seria um ‘tamanho microscópico’.

Microfibras

Alguns pesquisadores, como Judith S. Weis (“Cooperative Work is Needed Between Textile Scientists and Environmental Scientists to Tackle the Problems of Pollution by Microfibers” ), dizem que   “de longe, o tipo mais abundante de microplástico nos oceanos são as microfibras (aproximadamente 85%), oriundas de tecidos sintéticos usados em roupas.” Segundo ela, “microfibras foram encontradas até em biópsias pulmonares humanas.”

Regata descobre partículas até no Ponto Nemo, Oceanos infestados de plástico!

Se você gosta dos oceanos e quer mantê-los íntegros para que seus filhos e netos desfrutem de sua beleza, e riqueza em biodiversidade, é preciso mudança de hábitos. As futuras gerações dependem de nossa decisão agora! A regata Volvo Ocean Race descobriu partículas de microplástico até no ponto mais ermo do planeta azul: o Ponto Nemo.
O microplástico é ingerido por peixes e outros seres marinhos. Depois, nós, os seres humanos, comemos estes alimentos impróprios para a saúde. (Foto:http://blog.nationalgeographic.org/)

Inglaterra confirma pneus e roupas sintéticas como maiores contribuintes

Este post já mencionava tecidos sintéticos como ‘provável’ campeão na contribuição ao microplástico dos oceanos. Abordamos a questão, abaixo, no tópico ‘microfibras’. Agora, o jornal inglês The Guardian, que apesar da crise não deixa de abrir espaço para pautas importantes e interessantes como a causa dos oceanos, publica matéria mostrando que através de pesquisas ficou provado que no Reino Unido os dois maiores responsáveis são os tecidos sintéticos, e os pneus de automóveis. Recentemente descobriram partículas no sal de cozinha que usamos. Vivemos uma ‘pandemia’ de plástico. Todos devem se esforçar para usar o menos possível.

Pneus e roupas sintéticas ‘grande causa de poluição por microplástico’

Pneus de veículos e roupas sintéticas são os dois principais contribuintes para a poluição de microplásticos de residências do Reino Unido, de acordo com relatório da Amigos da Terra. O relatório estima que entre 9.000 e 32.000 toneladas de poluição por microplástico entram nos cursos de água britânicos a cada ano a partir de apenas quatro fontes. As duas principais são a abrasão de pneus, com entre 7.000 e 19.000 toneladas  a cada ano, e roupas.

A lavagem de roupa

Até 2.900 toneladas de microplásticos a partir da lavagem de roupas sintéticas, como lã de algodão, podem passar pelo tratamento de águas residuais em nossos rios e estuários.

A relevância da descoberta inglesa

Microplástico é um fenômeno só recentemente estudado. Ainda há muito o que se descobrir. Tanto é verdade que, apesar de haver concordância  com o fato dele já estar em nossa cadeia alimentar, ainda não se sabe quais riscos à saúde essa nova ‘dieta’ trará.
Ilustração:You tube

Acharam a prova que faltava: microplástico em fezes humanas

A notícia chega à terrinha pela Deutsche Welle: “Pela primeira vez, estudo confirma suspeita de que partículas microscópicas de plástico estão no intestino humano. Mas cientistas ainda divergem sobre o que isso significa para a saúde das pessoas.”

Universidade Médica de Viena e da Agência Ambiental da Áustria

“Pesquisadores da Universidade e da Agência Ambiental da Áustria examinaram a dieta e amostras de fezes de oito voluntários em países diferentes. Encontraram quantidades variadas de microplásticos nas fezes de todos.   Os pesquisadores encontraram, em média, 20 partículas de microplástico em cada 10 gramas de fezes. Os tamanhos variam entre 50 e 500 micrômetros.”

Os tipos de plástico encontrados

“No total, nove tipos de plástico foram identificados. Os mais comuns foram os utilizados em embalagens, tecidos sintéticos  e garrafas de água (polipropileno e PET).

Microplástico em amostra de água do Ponto Nemo

Na edição 2018 da regata Volvo Ocean Race um veleiro não disputou apenas a prova. Enquanto veleja contra o relógio, o  ‘Clean Seas – Turn The Tide On Plastic‘ (em tradução livre, ‘Limpeza dos Mares – Vire A Maré Contra O Plástico’) recolheu água do mar,  analisada para saber, entre outras, a quantidade de partículas de microplástico ou microfibras por metro cúbico de água.
O ‘Clean Seas – Turn The Tide On Plastic’ que recolhe amostras de água do mar enquanto compete.
Agora os cientistas já sabem que até no Ponto Nemo há partículas de microplástico!

O Ponto Nemo e o microplástico

De acordo com matéria do www.volvooceanrace.com,  “as descobertas mostram que, perto do Ponto Nemo, havia entre nove e 26 partículas de microplástico por metro cúbico de água.”
O Ponto Nemo, local mais ermo do Planeta. (Ilustração:www.redbull.com)

“Quando os barcos passaram perto do Cabo Horn (mais próximo de terra), na ponta da América do Sul, as medições aumentaram para 57 partículas por metro cúbico.”

A responsabilidade da indústria do plástico

A indústria do plástico precisa ser obrigada, através de nova legislação, a se responsabilizar por parte do problema. É ela quem escolhe os variados tipos de plástico a serem usados em seus produtos. Por outra parte, todas as grandes cidades do país devem ser preparadas para a reciclagem e, mais uma vez, isso depende da ação de políticos. O mesmo deveria acontecer com a indústria de tecidos sintéticos.

Dotar os estados de legislação

Estados como São Paulo (se contentou com a ridícula proibição dos canudinhos, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e outros, que se inspirem em legislações mais avançadas, como as recentes tentativas da Califórnia e São Francisco, nos Estados Unidos, ou a Comissão Europeia.

Nossa ação outra vez

A propósito, nós também podemos copiar o exemplo dos europeus, norte- americanos, e mais de duas dezenas de países, incluindo africanos como Ruanda, que enquadraram o setor criando severas restrições ao material. Como? Sugerindo em nosso local de trabalho, nas escolas dos filhos, consultórios  médicos, etc, que copos, xícaras para café, pratos e talheres de uso único, sejam substituídos. Seria uma belíssima iniciativa. Colaborar é preciso, temos parte na responsabilidade. Economize e evite tanto quanto possível o material.
Que custa pensar adiante de nossas vidas? Temos obrigações éticas com as futuras gerações. Faça sua parte.

Assista ao vídeo, e descubra os brutais problemas dos oceanos recheados por microplástico

Agora, uma animação demonstra os perigos da chuva de partículas ao ser humano, do ponto de vista da saúde pública e  economia. E preste atenção às ações pessoais que cada um pode tomar



 

Fonte: Mar Sem Fim 





 



 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Camarões contaminados com cocaína intrigam cientistas no Reino Unido


Pesquisadores analisavam a exposição dos animais a diferentes micropoluentes em rios do condado de Suffolk, na Inglaterra, quando encontraram vestígios dessa droga e de outras substâncias ilícitas.


Por BBC
Descoberta de cocaína e outras substâncias em camarões foi vista com surpresa por pesquisadores
Foto: King's College London
Como cocaína, remédios e pesticidas foram parar nos corpos de camarões de água doce? Cientistas tentam entender o fenômeno após encontrarem as substâncias nos crustáceos em Suffolk, no Reino Unido.

A descoberta foi feita quando os pesquisadores analisavam a exposição de animais selvagens, como o camarão Gammarus pulex de água doce, a diferentes micropoluentes - produtos químicos encontrados em níveis extremamente baixos - e as quantidades desses compostos nos animais.

A probabilidade de as substâncias nos níveis encontrados afetarem os animais é "baixa", segundo os pesquisadores, mas eles fazem um alerta. 

"Embora as concentrações fossem baixas, conseguimos identificar compostos que podem ser motivo de preocupação ambiental e, fundamentalmente, podem representar um risco para a vida selvagem", disse o autor principal do estudo, Thomas Miller, pesquisador do King's College de Londres.

O estudo foi publicado hoje na revista científica Environment International e foi realizado em colaboração com a Universidade de Suffolk.

O que a análise mostrou

Os testes avaliaram amostras colhidas em 15 locais diferentes dos rios Alde, Box, Deben, Gipping e Waveney, em Suffolk.
Os pesquisadores disseram que "pela primeira vez, encontraram um conjunto diversificado de produtos químicos, incluindo drogas ilícitas e pesticidas na vida selvagem do Reino Unido". E que a cocaína estava presente em todas as amostras.
De acordo com o principal autor do estudo, os compostos mais frequentemente detectados nas amostras foram drogas ilícitas - incluindo cocaína -, cetamina e um pesticida proibido, o fenuron.
Foi uma descoberta "surpreendente", disse o pesquisador Leon Barron, também do King's College. 

"Poderíamos esperar encontrar isso em áreas urbanas como Londres, mas não em bacias menores e mais rurais", disse ele.

Outro pesquisador, Nic Bury, acrescentou que "é preciso investigar se a presença de cocaína em animais aquáticos é um problema apenas para Suffolk, ou uma ocorrência mais generalizada no Reino Unido".

"A saúde do meio ambiente tem atraído muita atenção do público devido aos desafios associados às mudanças climáticas e à poluição por microplástico. No entanto, o impacto da poluição química 'invisível' (como as drogas) na saúde dos animais selvagens precisa de mais foco no Reino Unido", disse ainda.

Os pesquisadores afirmaram que a presença de pesticidas que há muito tempo foram proibidos no Reino Unido também representa um desafio especial, já que as origens desse material ainda não estão claras. 

Fonte: G1 Ciência e Saúde