quinta-feira, 26 de abril de 2018

Novo curso do GEMARS: Biologia e conservação de Pinípedes

GEMARS - Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul - irá ministrar novo curso sobre Pinípedes em Torres. Dias 29, 30 de junho, e 01 de julho . Maiores informações  gemars.cursos@gmail.com

 Fonte: GEMARS
 
 

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Mergulhadores, Povo de Bajau, grupo semi- anfíbio

Mergulhadores, Povo de Bajau, de um grupo que, literalmente, nasceu para isso

O povo de Bajau, mergulhadores do arquipélago malaio, passa quase toda a sua vida no mar. Eles vivem em barcos ou em cabanas empoleiradas em palafitas em recifes rasos. E migram de um lugar para outro em flotilhas que carregam clãs inteiros. Eles sobrevivem com uma dieta composta quase inteiramente de frutos do mar. E para coletar, gastam 60% do seu dia de trabalho embaixo d’água. Fonte básica,  The Economist.
Povo de Bajau. Eles nasceram para mergulhar.
 

Povo de Bajau, mergulhadores: habilidades prodigiosas

O wikipedia informa que “os Sama-Bajau são tradicionalmente das muitas ilhas do Arquipélago de Sulu nas Filipinas, áreas costeiras de Mindanao, norte e leste de Bornéu, no mar de Celebes, e ao longo das ilhas indonésias orientais.”
 Não é novidade que suas habilidades de mergulho são prodigiosas. Eles às vezes descem mais de 70 metros e podem permanecer submersos por até cinco minutos. Usam nada mais do que um conjunto de pesos para reduzir a flutuabilidade. E um par de óculos de madeira com lentes feitas de sucata resistentes à distorção pela pressão.
Os ‘ciganos do mar’. (Foto:Picture Media)

Características genéticas que os adaptam ao seu estilo de vida

Como os Bajau têm vivido assim por muito tempo (evidências históricas sugerem pelo menos 1.000 anos), pesquisadores especularam que eles carregam características genéticas que os adaptam ao seu estilo de vida. Agora Melissa Ilardo e Rasmus Nielsen, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, mostraram que isso é verdade.
 Site news.com.au/:  “crianças de até quatro anos pescam peixes, polvos e lagostas de barcos artesanais na costa leste de Sabah, na Malásia. Junto com suas famílias, moram em cabanas de madeira sobre palafitas e trocam seus frutos do mar por necessidades com ilhéus na cidade  de Semporna.
Foto: jamesmorgan.co.uk/
 O povo Bajau é refugiado das Filipinas. E  escolheu viver no mar por toda a vida. Todos os dias as crianças pegam suas pirogas artesanais e, equipadas com uma rede e lança, partem em busca de comida. As crianças não têm oportunidade de ir à escola, portanto sem perspectivas futuras.”

A resposta do mergulho

Imergir o rosto em água fria e exigir que  prenda a respiração, diz a Economist, aciona o que é conhecido como a resposta do mergulho. Isso envolve redução da frequência cardíaca para economizar oxigênio.
Foto: pinterest

O redirecionamento do sangue dos tecidos superficiais para os órgãos mais sensíveis ao oxigênio, como o cérebro, coração e os pulmões; e contração do baço, um órgão que atua como uma reserva de emergência de glóbulos vermelhos oxigenados, de modo que um suprimento aumentado dessas células é liberado na corrente sanguínea.

A prova das mudanças genéticas

Melissa Ilardo, pesquisadora, viajou para a Indonésia. Recrutou 59 bajaus dispostos a dar amostras de saliva para análise de DNA. E também para medir os baços. Para agir como controle, ela também recrutou 34 membros do Saluan, um grupo de moradores de terra, mas vizinhos próximos dos bajaus. As varreduras do baço mostraram que os Bajau são 50% maiores que os do Saluan. Esta diferença, entretanto,  não está relacionada ao indivíduo mergulhador, ou um outro que passasse a maior parte do tempo trabalhando acima das ondas em um barco. Isso sugere que é a linhagem de Bajau, e não a atividade real do mergulho, que é responsável por um baço maior.
Foto: www.thetalkingdemocrat.com
Juntando esses resultados, Ms Ilardo e Dr Nielsen argumentam que a necessidade de coletar alimentos por meio do mergulho realmente levou à evolução, no caso do Bajau, de um grupo que literalmente nasceu para mergulhar.

Fonte: Mar Sem Fim em 24/04/2018

segunda-feira, 23 de abril de 2018

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Baleias e funções no ecossistema marinho, você conhece?

Baleias e funções no ecossistema marinho. São muitas. Venha conhecê-las

Em recentes artigos e estudos acadêmicos, elas estão sendo chamadas de ‘engenheiras do ecossistema‘, tal a importância das baleias para o ecossistema marinho. O pesquisador Joe Roman, da Universidade de Vermont, disse que “durante muito tempo, as baleias foram consideradas muito raras para fazer uma grande diferença nos oceanos. Isso foi um erro.” Nesta matéria você vai conhecer o outro lado dos cetáceos, os maiores animais da Terra. Vamos mostrar as baleias e funções no ecossistema marinho.
O cocô das baleias, estas manchas que vc vê, são alimento para certos tipos de algas do fitoplâncton, base da cadeia alimentar dos oceanos. (Foto: www.uvm.edu)
 

Baleias e funções no ecossistema marinho

Em novo artigo, Roman e uma equipe de biólogos registraram várias décadas de pesquisas sobre baleias. Isso mostra que elas fazem uma grande diferença. Baleias têm uma influência poderosa e positiva no armazenamento global de carbono, e na saúde da pesca comercial.

Armazenamento global de carbono

Quando elas morrem, seus enormes corpos vão para o fundo. Suas carcaças  armazenam uma quantidade notável de carbono no mar profundo, além de fornecerem habitat e alimento para uma incrível variedade de criaturas que vivem apenas nessas carcaças. “Dezenas, possivelmente centenas, de espécies dependem de suas mortes”, observa Roman.
Assista ao vídeo que mostra o habitat formado pela morte de uma baleia:

Proteção aos ecossistemas

A recuperação contínua das grandes baleias pode ajudar a proteger os ecossistemas marinhos de tensões desestabilizadoras”, escrevem  os cientistas. Este papel  pode ser especialmente importante porque as alterações climáticas ameaçam os ecossistemas oceânicos com o aumento das temperaturas e a acidificação. “Como espécies de vida longa, as baleias aumentam a previsibilidade e estabilidade dos ecossistemas marinhos.”

Baleias ajudam as algas do fitoplâncton, o primeiro elo da cadeia de vida marinha

Alguns tipos de algas, base da cadeia alimentar, usam uma espécie de proteção, um tipo de ‘casca’, feito de cálcio. Mas o aumento da acidificação dissolve, ou dificulta a criação desta casca protetora. Estudos demonstram que as algas do fitoplâncton estão em franca diminuição. Saiba que o cocô das baleias ajuda muito a proliferação do fitoplâncton. Como? O Biólogo Joe Roman explica:
“Entre seus muitos papéis ecológicos, as baleias reciclam nutrientes e aumentam a produtividade primária em áreas onde se alimentam.” Eles fazem isso alimentando-se em profundidade e liberando plumas fecais perto da superfície – o que suporta o crescimento de plâncton – um processo notável.
A bomba biológica transporta os nutrientes para longe da superfície enquanto a bomba de baleia os traz de volta. (Ilustração: www.zmescience.com)

Essas nuvens maciças de cocô fornecem um grande impulso de ferro e nitrogênio ao ecossistema, e como o excremento de baleia é principalmente líquido, esses nutrientes são mais propensos a permanecer em suspensão do que afundar.

Ajuda na pesca comercial, transportando nutrientes

Às vezes, pescadores comerciais vêm as baleias como concorrentes. Mas este novo artigo resum forte conjunto de evidências que indicam que o oposto pode ser verdade: a recuperação das baleias “poderia levar a taxas mais altas de produtividade em locais onde as elas se agregam para alimentar e dar à luz”, apoiando pescarias mais robustas.
Baleias comem muitos peixes e invertebrados, são vítimas de outros predadores como orcas, e distribuem nutrientes pela água. Durante seu ciclo de vida, as baleias se alimentam no polo sul (verão) cujas águas frias são ricas em nutrientes. No inverno, sobem para latitudes mais baixas, se aproximando dos trópicos, locais de águas quentes,  pobres em nutrientes. Durante estas migrações as baleias também movimentam nutrientes a milhares de quilômetros de áreas de alimentação produtivas em altas latitudes, para áreas de parto em latitudes mais baixas.

Entendendo o ecossistema

Entendendo com funcionam os ecossistemas você pode ajudar. A maioria das pessoas faz coisas erradas por ignorância, não  ma fé. Neste sentido, é importante saber que todos os organismos vivos desempenham papel fundamental, independente de tamanho, ou quantidade. Tudo está interligado. A falta de qualquer um dos elos desta imensa e ainda pouco conhecida cadeia de vida marinha, pode ser extremamente prejudicial.  
Assista ao vídeo que resume baleias e funções no ecossistema marinho:


Fonte : Mar Sem Fim em 19 de abril de 2018

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Foto submarina, as premiadas em concurso internacional

Foto submarina: conheça as premiadas, antes que seja tarde demais

Para uma excursão sob o mar, mergulhe no Underwater Photography Awards, uma premiação anual baseada no Reino Unido que anunciou seus vencedores da edição 2017. Os jurados escolheram 100 finalistas de 4.500 inscritos em oito categorias. O painel estava à procura de composição e clareza, diz o juiz Peter Rowlands. Os planos de fundo não poderiam estar vazios demais,  e os olhos das criaturas tinham que estar em foco – bem como aquele elusivo “fator surpresa”. Você nunca viu foto submarina? Pois agora é a hora. A matéria é do Wall Street Journal.
O polvo, de GABRIEL BARATHIEU/UPY 2017

Vida, e cenários marinhos, por um fio

Os problemas são inúmeros. Vão da poluição à sobrepesca, passando pela extração mineral e  aquecimento global. Este caldo mortal pode mudar para sempre o cenário submarino. Por isso é bom prestar atenção às lindas fotos, e lutar para que o exuberante cenário não seja destruído pela nossa geração.
Sardinha: alimentação de golfinhos, de GREG LECOEUR/UPY 2017

Mudando o foco

Parece incrível mas até os naufrágios estão em perigo. Muitos mergulhadores, sem noção, saqueiam estes túmulos que o mar abriga. Por isso, chamamos a atenção para a beleza do cenário. Mergulhe, conheça, mas não tire mais que fotos ou filmes.
O submarino alemão U- 352, relíquia da Segunda Grande Guerra, naufragado no litoral  da Carolina do Norte em 1942. Foto de TANYA HOUPPERMANS/UPY 2017

Yucatan, península do México

Cavernas são outro tesouro submarino. Esta, fica no mar mexicano, na península de Yucatan.
Foto de NICK BLAKE/UPY 2017

De volta à vida marinha

Desta vez vamos mergulhar na Ilha de Tenerife…
Foto de GREG LECOEUR/UPY 2017

 De Yucatan, para os mares das Filipinas…
A larva de um camarão, do fotógrafo de Hong Kong, SO YAT WAI/UPY 2017

Peixe morcego

Esta é bizarra, e deu muito trabalho ao fotógrafo húngaro. Parece um rosto humano…
Peixe morcego, de LORINCZ FERENC/UPY2017

Predadores e suas presas

É a leia da vida. Alguns nasceram para serem predadores, outros, para serem predados…
Leão marinho e estrela do mar, de FRANCIS PÉREZ/UPY 2017

Animais marinhos estranhos

Iguana fotografada por DAMIEN MAURIC/UPY 2017

 

Peixe palhaço se alimentando

E com mais esta bela imagem vamos encerrando esta pequena amostra da vida, e cenários, submarinos.
Peixes palhaços com parasitas em suas bocas, de QING LIN/UPY 2017

 Fonte: Mar Sem Fim 17 de abril de 2018

 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Gale Virtual Reference Library disponibiliza diversos livros eletrônicos em português

O acesso a livros eletrônicos é tão importante quanto a outros conteúdos digitais, como as revistas científicas. A cultura de ler e-books está crescendo no país: segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope sob encomenda do Instituto Pró-Livro, quase 30% dos entrevistados já leram livros online. O Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) atende esses usuários com diversas obras online, incluindo as disponíveis na plataforma Gale Virtual Reference Library (GVRL).

A coleção contém centenas de títulos em diversas áreas do conhecimento, contemplando desde a educação básica a cursos técnicos, pós-graduação e profissionais inseridos no mercado de trabalho. Para ver todas as obras, basta clicar, já dentro da base, na opção “mais” e selecionar “lista de títulos” (como mostram as figuras abaixo).


Os usuários da biblioteca virtual da CAPES têm à disposição, inclusive, e-books de autores brasileiros. É possível encontrar também obras em português sobre educação, negócios e temas voltados às Ciências Sociais. Os livros estão divididos nas seguintes categorias:

- Artes
- Biografia
- Negócios
- Educação
- Meio ambiente
- Referência geral
- História
- Informações e Publicações
- Lei
- Literatura
- Medicina
- Estudos multiculturais
- Nação e mundo
- Religião
- Ciência
- Ciências Sociais
- Tecnologia

Entre os títulos em português, estão obras como: Administração de Recursos Humanos em Hospitalidade (2005); Confiança e Liderança nas Organizações (2007); Empreendedorismo: Uma Visão do Processo (2007); Cultura Organizacional: Evolução e Crítica (2009); Estratégia Competitiva (2010); Pesquisa Qualitativa em Psicologia: Caminhos e Desafios (2002); As Novas Tecnologias da Informação e a Educação a Distância (2007); e Psicologia e Trabalho: Apropriações e Significados (2010).

Para ver todos os livros eletrônicos disponíveis na coleção GVLR, o acesso à plataforma pode ser feito por meio do link buscar base, com o termo de pesquisa “Gale Virtual Reference Library”. 

*Verifique o conteúdo do Portal de Periódicos disponível para sua instituição

Fonte: Portal de Periódicos da Capes






terça-feira, 17 de abril de 2018

Cientistas desenvolvem por acaso enzima devoradora de plástico

Mais de oito milhões de toneladas do material são descartadas nos oceanos por ano.
Mais de 8 milhões de plásitcos são descartados todos os anos nos oceanos (Foto: H. Hach/Pixabay)  
Cientistas britânicos e americanos produziram acidentalmente uma enzima devoradora de plástico que poderia, eventualmente, ajudar a resolver o problema crescente da poluição gerada por este material, revelou um estudo publicado na segunda-feira (16), do qual participaram pesquisadores da Unicamp.
Mais de oito milhões de toneladas de plásticos são descartadas nos oceanos do mundo todos os anos e há uma preocupação crescente com as consequências contaminantes deste produto derivado do petróleo para a saúde humana e o meio ambiente.
Apesar dos esforços de reciclagem, a maior parte dos plásticos permanece por centenas de anos no meio ambiente, e por isso cientistas buscam melhores formas de eliminá-lo.
Pesquisadores da Universidade de Portsmouth e do Laboratório de Energias Renováveis do Departamento de Energia dos Estados Unidos decidiram se concentrar em uma bactéria encontrada na natureza, descoberta no Japão há alguns anos.
Cientistas japoneses acreditam que a bactéria tenha evoluído recentemente em um centro de reciclagem de rejeitos, uma vez que o plástico não existia até os anos 1940.
Conhecida como Ideonella sakaiensis, ela parece se alimentar exclusivamente de um tipo de plástico conhecido como polietileno tereftalato (PET), usado amplamente em garrafas plásticas. 

Uma mutação útil

O objetivo dos cientistas era compreender o funcionamento de uma destas enzimas - denominada PETase ao compreender sua estrutura.
"Mas eles acabaram dando um passo à frente e desenvolveram acidentalmente uma enzima ainda mais eficiente em decompor plásticos PET", destacou o estudo, publicado no periódico científico americano Proceedings of the National Academy of Sciences."
Usando um raio-X superpotente, eles conseguiram produzir um modelo tridimensional em altíssima resolução da enzima.
Empregando a modelagem de computador, cientistas da Unicamp e da Universidade da Flórida descobriram que a PETase era similar a outra enzima, a cutinase, encontrada em fungos e bactérias.
Uma parte da PETase, no entanto, era um pouco diferente e cientistas supuseram que esta era a parte que permitia a degradação do plástico. 
Eles, então, submeteram à mutação o local ativo da PETase para fazê-la se parecer mais com a cutinase e descobriram de forma inesperada que a enzima mutante era mais eficiente do que a PETase natural em decompor o PET.  
Plásticos ficam por centenas de anos no ambiente sem desintegrar (Foto: Andrew Martin/Pixabay)  
Os pesquisadores afirmam estar trabalhando agora em melhorias desta enzima, na esperança de eventualmente permitir seu uso industrial na decomposição de plásticos.
"A sorte frequentemente desempenha um papel significativo na pesquisa científica de base, e nossa descoberta não é uma exceção", afirmou um dos autores do estudo, John McGeehan, professor da escola de Ciências Biológicas de Portsmouth.
"Embora o aperfeiçoamento seja modesto, esta descoberta inesperada sugere que há espaço para mais melhorias destas enzimas, aproximando-nos de uma solução de reciclagem para a crescente montanha de plásticos descartados", acrescentou. 
 
Fonte: G1 Natureza em 16/04/2018



segunda-feira, 16 de abril de 2018

Grupo de Trabalho de Empreendedorismo em Ciências do Mar (GTE) estará do dia 16/04 ao dia 19/04 na FURG!

Atividade aberta ao público geral, dia 19/04/2018 de 17h30 às 20h30.

Será uma conversa sobre criatividade e inovação, com objetivo de ampliarmos nossa visão sobre as possibilidades e caminhos profissionais dentro das Ciências do Mar.
Para aproveitarmos ainda mais a passagem de nossa equipe por aqui, estaremos disponíveis para auxiliar pessoas e/ou projetos que buscam um apoio e necessitam conversar sobre, inovação, criatividade e carreira.
Então, se quer conversar com o GTE, se está precisando compartilhar e buscando apoio para alguma ideia, sonho e projeto é só entrar em contato que agendaremos um horário. 
Contatos: (41)998692665 - Amanda Albano Alves ou (48)996248804 - Maíra Fernandes Neves. "
 
Fonte: Secretaria do IO/FURG, mensagem de 16/04/2018

Estudo identifica genes de peixes que se adaptam à mudança climática

Cientistas descobriram 53 genes envolvidos na aclimatação a longo prazo.
Moléculas que produzem energia são chaves para adaptação no ambiente.
Algumas espécies de peixes conseguem se adaptar ao aquecimento dos oceanos, provocado pela mudança climática (Foto: Reprodução/TV Gazeta)  

Cientistas identificaram pela primeira vez os genes que permitem a certas espécies de peixe se adaptarem ao aquecimento dos oceanos provocado pela mudança climática, indicou a Universidade James Cook, em Queensland, no nordeste da Austrália.
Em comunicado, a instituição australiana afirmou que, em um projeto conjunto com a Universidade King Abdullah, da Arábia Saudita, os pesquisadores analisaram várias gerações de peixe em uma experiência com corais em laboratório.
"Alguns peixes têm uma capacidade excepcional para se ajustar a maiores temperaturas da água em poucas gerações", disse Heather Veilleux, do centro de pesquisa de corais (Coral Coe) da Universidade James Cook.
Com avançada tecnologia molecular, a equipe de pesquisadores identificou 53 genes envolvidos na aclimatação a longo prazo e através de várias gerações submetidas a altas temperaturas.
Veilleux revelou que a descoberta ajudará a entender melhor o processo de adaptação dos peixes, assim como identificar as espécies mais vulneráveis e mais tolerantes às mudanças no meio ambiente.
Segundo os estudos, os genes e as moléculas encarregadas da produção de energia e das respostas do sistema imunológico são chaves para uma adaptação em um ambiente com temperaturas em elevação.
No nordeste da Austrália está a Grande Barreira de Corais, o maior recife do mundo, com infinitas espécies ameaçadas devido à poluição e ao aquecimento global.

Fonte: G1 Natureza 

Tartaruga 'punk' que respira pelos órgãos reprodutores corre risco de extinção

Tartaruga Mary River entrou para lista de répteis ameaçados. Compilação é organizada pela Sociedade Zoológica de Londres.
Uma foto divulgada pela Sociedade Zoológica de Londres, mostra a tartaruga australiana Mary River (Elusor macrurus), nativa de Queensland, na Austrália. C (Foto: Chris Van Wyk/ZSL/AFP)

A tartaruga Mary River, da Austrália, entrou para a lista de répteis ameaçados de extinção organizada pela Sociedade Zoológica de Londres. O animal tem um visual que remete a um corte moicano de cabelo e consegue ficar embaixo d'água por até 3 dias respirando através de seus órgãos reprodutores.
"Estes animais têm órgãos especializados em sua cloaca que processam oxigênio da água em volta", explicou o cientista Rikki Gumbs da Universidade Imperial de Londres, que ajudou a compilar a lista de répteis ameaçados.
Nativa da região de Queensland, onde vive apenas no rio Mary- de onde vem seu nome- a tartaruga não tem pelos. Seu "cabelo" arrepiado é na verdade alga: "Ela passa tanto tempo submersa que alguns indivíduos acabam cobertos de algas e podem acabar com uns 'penteados' verdes impressionantes", disse Gumbs. 
Animal de estimação
Segundo o departamento de Meio Ambiente da Austrália, a queda no número de animais se deu por causa da popularidade da tartaruga como animal de estimação nos anos 70 e 80. O animal só foi reconhecido como uma espécie distinta em 1994.
"A tartaruga Mary River leva um tempo excepcional para atingir a maturidade sexual, com indíviduos que não acasalam antes dos 25 anos", diz nota da Sociedade Zoológica de Londres.
A destruição do seu habitat natural, com a construção de barragens, e a venda dos ovos para o mercado de animais de estimação tiveram impacto na preservação da espécie.
Lista de répteis
"Os répteis costumam ser preteridos quando o assunto é conservação de espécies se comparados com aves e mamíferos. Assim como tigres, rinocerontes e elefantes, é vital que façamos o máximo para salvar estes animais únicos. Muitos dos animais nesta lista são os únicos sobreviventes de linhagens mais antigas", disse Gumbs.
A lista EDGE of Existence tem 100 répteis e mostra suas respectivas condições de conservação. Criada em 2007, a lista já publicou anfíbios, aves, corais e mamíferos. Agora, foca em répteis. Cada espécie ganha uma classificação que analisa seu risco de extinção baseado em o quão isolada está e quão única é a espécie. Atualmente, a tartaruga Mary River ocupa o número 30 do ranking. 

Fonte: G1 Natureza, em 12/04/2018
 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Oceanos, serviços e importância, o mais importante ecossistema da Terra, hora de conhecê-los

A cada vez que você respira, deveria agradecer aos Oceanos.  O processo acontece através da fotossíntese produzida pelo estoque de fitoplâncton, algas minúsculas que raramente enxergamos. Sua massa  é muito menor do que a das plantas continentais. Ainda assim,  todos os anos as algas levam para o fundo dos oceanos 50 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (em parte produzidos por nossos carros…), gás causador do efeito estufa. O dióxido de carbono é  transformado em matéria orgânica. Oceanos, serviços e importância, hora de conhecê-los melhor.
Oceanos, serviços e importância. (Foto: wikipedia)

Geração de vida no planeta Terra

Ela surgiu primeiramente no mar. Aos poucos as criaturas marinhas foram se modificando, se adaptando à vida nos continentes. Mas foi o ‘imenso e possível oceano’ que, pela primeira vez, gerou vida no planeta.

Serviços: fornecimento de oxigênio para que respiremos

Ao produzir a fotossíntese, as algas retiram da atmosfera o dióxido de carbono e o depositam no fundo do mar, evitando que se acumulem na atmosfera acirrando o aquecimento globalRelatório, com o sugestivo nome, “O planeta está em uma encruzilhada”, apresentado durante o Congresso Mundial da Conservação- 2016, Havaí, diz que…
"desde 1970 os oceanos absorveram 93% do calor causado pelos gases do efeito estufa"
O mesmo relatório informa que…
 "…não fosse por este serviço,a Terra teria aquecido em mais 36ºC…"
Sylvia Earle, em seu A Terra é Azul, explica: ” A maior parte da ação se inicia com a luz solar. Ela é convertida em açucares simples e oxigênio nas células de trilhões de organismos microscópicos mundiais de clorofila, dióxido de carbono e água. Dessa forma, uma quantidade expressiva de dióxido de carbono fica retida nos oceanos. Enquanto isso, grandes proporções de oxigênio são devolvidos à atmosfera.”…E prossegue: “Um tipo de cianobactéria conhecido como Prochlorococcus é tão abundante (cerca de 100 octilhões vivas neste momento) que, sozinho, é responsável por cerca de 20% do oxigênio atmosférico. Outros fotossintetizantes marinhos contribuem com mais de 50% do nosso oxigênio. Teríamos dificuldade para respirar se dependêssemos apenas de árvores, grama e outras plantas de terra firme.”

Oceanos regulam o clima na Terra

Os oceanos regulam o clima na Terra através da interação entre as correntes marinhas e a atmosfera. O site nationalgeographic.org diz que “fluxos de massa de água, ou correntes, são essenciais para entender como a energia de calor se move entre os corpos de água da Terra, massas terrestres e atmosfera. O oceano cobre 71 por cento do planeta e contém 97 por cento de sua água, tornando o oceano um fator chave no armazenamento e transferência de energia térmica em todo o mundo. O movimento desse calor através das correntes oceânicas locais e globais afeta a regulação das condições climáticas locais e extremos de temperatura.”

As correntes marinhas têm papel fundamental

As correntes oceânicas estão localizadas na superfície. E também em águas profundas abaixo de 300 metros. Elas podem mover a água horizontalmente e verticalmente e ocorrem em escalas locais e globais. O oceano tem um sistema interligado de corrente ou circulação, alimentado pelo vento, marés,  rotação da Terra (efeito Coriolis), pelo Sol (energia solar) e as diferenças de densidade da água. A topografia e a forma das bacias oceânicas e das massas de terra próximas também influenciam as correntes.
O livro Amazônia Azul resume: “O oceano é uma enorme máquina térmica. O Sol aquece nas zonas tropicais e o calor armazenado na água é restituído à atmosfera nas latitudes mais elevadas (polos) estabelecido um equilíbrio térmico.”

Onde fica a água no planeta Terra?

Você já reparou que a NASA, ao estudar um planeta para o qual pretende enviar alguma nave, a primeira coisa que faz é identificar se o astro tem água? Por que? Porque sem água não há vida. O único planeta até agora descoberto, que tem água em abundância em estado líquido, é a Terra. Talvez isso explique por que a vida só foi descoberta neste mesmo planeta.

‘Oceanos retém 97% da água da Terra, sem o ‘Azul não teria o Verde’

Mais uma vez recorremos à Sylvia Earle: ” Os oceanos retém 97% da água da Terra e abriga 97% de sua biosfera. O mar controla a química do planeta, lançando na atmosfera a mesma água que voltará para a terra e para o mar através da chuva, da neve, e do granizo, reabastecendo continuamente rios, lagos e aquíferos subterrâneos.” Ela conclui: “sem o azul não haveria o verde.”

A ‘economia’ dos oceanos: US$ 3 trilhões até 2030

consultor chefe do Reino Unido, Mark Walport, aponta  oportunidades na exploração da  “economia do oceano”, mercado que deve dobrar de tamanho, para US$ 3 trilhões (R$ 9,9 trilhões), até 2030. O relatório mostra a necessidade do mundo  ter o mesmo ânimo que demonstrou na exploração de Marte ou da Lua, só que, neste caso, para explorar os oceanos.

Oceanos do mundo e valor estimado US$ 24 trilhões!

O site do telegraph.co.uk/ diz que “os oceanos do mundo têm um valor monetário estimado de US $ 24 trilhões, de acordo com um novo relatório. Se os oceanos fossem uma nação, eles constituiriam a sétima maior economia do mundo, ficando atrás apenas da Grã-Bretanha, mas à frente de países como Brasil, Rússia e Índia, disse a WWF.

Empregos gerados diretamente pelos oceanos

No Índice de Saúde do Oceano, os Empregos Marinhos abrangem meios de subsistência dependentes da costa. Embora o objetivo  inclua nove setores marinhos diferentes, o componente de empregos marítimos examina apenas 5 deles: 1) Turismo 2) Energia das Ondas e das Marés 3) Maricultura 4) Observação de Mamíferos Marinhos e 5) Pesca.

O turismo é o número 1

O turismo marítimo e costeiro compõe o maior segmento da indústria mundial de turismo e viagens,  é responsável por mais de 200 milhões de empregos em todo o mundo
O turismo cresceu de 6% a 8% ao ano desde 1985, e mais rápido nos países menos desenvolvidos (PMDs).  É a principal fonte de ganhos em moeda estrangeira em 46 dos 49 países menos desenvolvidos. (Mel e Krantz, 2007; CREST, 2009).
Oceanos, serviços e importância


O oceanwealth.org/ diz que os recifes de corais são o exemplo do turismo baseado na natureza. Mais de 350 milhões de pessoas viajam anualmente para as costas dos recifes de corais do mundo

Turismo de observação

O interesse pela megafauna marinha, como tubarões, baleias, golfinhos e tartarugas, cresceu. Enquanto alguns destes animais ainda são caçados, o seu valor para os pescadores é ofuscado pelo seu valor potencial na indústria do turismo quando estão vivos. Estima-se que cerca de 600.000 pessoas gastem mais de US$ 300 milhões anualmente para ver tubarões, garantindo cerca de 10.000 empregos em todo o mundo.  Em Palau, por exemplo, uma população estimada de 100 tubarões está apoiando US $ 18 milhões em tubarões por ano.
Alguns dados de turismo marinho:
Oceanos, serviços e importância: algumas atividades turística e empregos gerados

A dependência humana do mangue; da industria da pesca; a produtividade dos corais; e das gramas marinhas:

Oceanos, serviços e importância: produtividade de alguns habitats

 

A estocagem de dióxido de carbono por ecossistema marinho, mais um serviço prestado:

Oceanos, serviços e importância: a estocagem de dióxido de carbono  

 

Mais um serviço: a defesa da costa por ecossistema marinho:

Oceanos, serviços e importância 

 

Oceanos: nova fronteira da economia mundial

De acordo com a OCDEpara muitos o oceanos é a nova fronteira da economia. Ela abrange os setores de transportes marítimos, energia eólica, pesca, biotecnologia marinha, recursos naturais e sistêmicos. Cálculos preliminares com base na Base de dados sobre a Enocomia dos Oceanos, da OCDE, estimam a produção em 2010 em US$ 1,5 trilhões, ou seja, aproximadamente 2,5% do valor  bruto mundial. O petróleo e o gás offshore representam um terço do valor total dos setores de atividades relacionados ao oceano, seguidos do turismo marítimo e costeiro, equipamento marítimo e portos. O emprego direto acrescentou cerca de 31 milhões de postos de trabalho em 2010. Os maiores empregadores foram a pesca industrial com mais de um terço do total.

Dados da FAO: a subsistência humana e os oceanos

A FAO estima que a pesca e a aquicultura asseguram a subsistência de 10 a 12% da população mundial, com mais de 90% das pessoas empregadas pela pesca de captura trabalhando em operações de pequena escala nos países em desenvolvimento. Em 2014, a pesca produziu cerca de 167 milhões de toneladas de peixe e gerou mais de US $ 148 bilhões em exportações, garantindo acesso à nutrição para bilhões de pessoas e representando 17% do total de proteína animal global – ainda mais em países pobres.

Extração mineral nos Oceanos

Embora seja uma atividade híper impactante, destruindo o subsolo marinho, ela vem crescendo. A tendência no futuro breve é que aumente exponencialmente. Basta lembrar que, em  2010, havia mais de 620 plataformas móveis de perfuração  de petróleo offshore no mundo (fonte: wikipedia.org). Mas ainda há gás. Só na “Zona Clarion-Clipperton, acredita-se haver mais de 27 bilhões de toneladas de nódulos, contendo sete bilhões de toneladas de manganês, 340 milhões de toneladas de níquel, 290 milhões de toneladas de cobre e 78 milhões de toneladas de cobalto.” Muitos destes minerais já vêm sendo explorados embora a tecnologia seja rude, e potencialmente perigosa.

A indústria e os sulfetos maciços

Mas agora a indústria está focando na extração de sulfetos maciços (SMS) do fundo do mar contidos no que são chamados ‘black smokers’, um tipo de fonte hidrotermal. São estruturas  semelhantes a chaminés que emitem uma nuvem de material preto e partículas com altos níveis de sulfetos, como cobre, zinco, chumbo, prata e ouro ( mining-technology.com). Felizmente ainda não há tecnologia para explorar as chaminés profundas, situadas em média a 4 mil metros de profundidade. Mas que virão, é questão de tempo. Chegará o dia que serão explorados como os diamantes, cascalho e areia são extraídos das águas costeiras durante décadas (worldoceanreview.com).

Outro serviço: produção de energia

Há várias formas para se produzir energia no mar. Entre elas as usinas de marés, os campos eólicos no mar e, infelizmente, na zona costeira. E ainda há usinas aproveitando as  correntes marinhas. Geradas a partir de uma combinação de temperatura, vento, salinidade, batimetria e rotação da Terra. O Sol age como a principal força motriz, causando ventos e diferenças de temperatura. Podem ser locais adequados para a implantação de dispositivos de extração de energia, como turbinas. e outras. A última coqueluche é a energia provida pelas ondas.

Oceanos, serviços e importância: veja como funciona a geração de energia pelas ondas

 

Pesca

Ela é citada em vários tópicos da matéria. Não avançamos mais porque está claro que, apesar dos empregos gerados, e da proteína que alimenta milhões de pessoas, a pesca do modo que é praticada hoje é  a maior ameaça à vida nos oceanos. Mas não deixa de ser mais um importante serviço prestado desde tempos imemoriais. Hoje, até mesmo o alto- mar não é poupado. De atividade sustentável no passado, passou a ser totalmente insustentável a ponto dos subsídios mundiais à atividade atingirem  a estratosférica soma de US$ 35 bilhões de dólares.

A cura de doenças

Este é um campo de estudos  ainda recente. Mesmo assim muitas espécies são estudadas para a cura de doenças. Ela pode vir de um simples tubarão (osteoporose), ou de outros organismos, como escamas de peixes. Muitas doenças como a AIDS, leucemia, e herpes já usam organismos marinhos sintetizados em suas fórmulas. A Organização Mundial da Saúde revela que os já conhecidos antibióticos não tem mais efeitos. A substituição pode vir do mar.