quinta-feira, 27 de junho de 2019

XII Simpósio Internacional Eugen Warming Lectures in Evolutionary Ecology



 Nos dias 24 e 25 de julho deste ano acontecerá o ciclo de palestras "EUGEN WARMING LECTURES IN EVOLUTIONARY ECOLOGY", promovido pelo Laboratório de Ecologia Evolutiva e Biodiversidade, da Universidade Federal de Minas Gerais, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre da mesma instituição. O evento é gratuito e aberto a estudantes de graduação, pós-graduação, profissionais da área e demais interessados.
 
Em sua XII edição, o tema será "Polinización en tiempos de cambio climático". O simpósio internacional oferece ao público a oportunidade de ouvir e discutir temas atuais com cientistas nacionais e internacionais de grande reconhecimento, além de possibilitar o contato entre diversos tipos de profissionais.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas através do site do evento, abaixo.
 
Fonte: Secretaria IO/FURG
 
 
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Churrasco, paixão nacional e mudanças climáticas




Imagem, AlexRaths/Getty Images.

Consultor ambiental: grelha, três vezes mais emissões que o cozimento

Para obter informações, entrei em contato com Eric Johnson, consultor ambiental com sede na Suíça. Ele escreveu um estudo comparando as pegadas de carbono das grelhas de carvão e gás. Johnson disse que as grelhas de carvão normalmente geram três vezes mais emissões de gases do efeito estufa do que o gás para o mesmo trabalho de cozimento. “As pessoas tendem a abusar do carvão. Mas quando você usa gás ou propano, liga e desliga a grelha.”

Uma sessão típica de grelhar carvão emite tanto quanto dirigir um carro por cerca de 80 km

Ele descobriu que uma sessão típica de grelhar carvão emite tanto dióxido de carbono quanto dirigir um carro por cerca de 80 km. Isso pode não parecer muito. Mas, considere o fato de que aproximadamente 90 milhões de americanos possuem uma grelha a carvão (E no Brasil, quantas seriam?). “Essas coisas se somam no final”, disse Johnson.

Nem todo carvão vem de fontes renováveis

Dois outros fatores podem agravar a pegada ambiental das churrasqueiras a carvão. Nem todo carvão vem de fontes renováveis. E os aceleradores que costumam ser usados ​​para iniciar o fogo são geralmente feitos a partir de combustíveis fósseis.
Fumaça do carvão é igual a dióxido de carbono indo pra atmosfera. Imagem, hutterstock / TudoGostoso.

As churrasqueiras elétricas não emitem dióxido de carbono. Mas, como o carvão é queimado para produzir mais de um quarto da energia gerada nos Estados Unidos, Johnson disse que o gás provavelmente seria a opção de churrasco mais sustentável na maioria dos casos.

Churrasco ecologicamente correto

Organizar um churrasco ecologicamente correto é também servir alimentos e bebidas em pratos e xícaras compostáveis ​​ou reutilizáveis, reduzindo o desperdício de alimentos planejando com antecedência e favorecendo os legumes grelhados sobre a carne. Se você não quiser cortar a carne completamente, experimente essas receitas de hambúrguer que misturam carne e cogumelos. “Misturar sua carne com 30 por cento de plantas como cogumelos é uma maneira fácil de satisfazer seus amigos carnívoros. E fazer algo de útil para o planeta”, disse Sujatha Bergen, diretora de campanhas de saúde do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.

E sobre comer carne, o que dizem os entendidos?

Sobre o consumo de carne, diz The Guardian. “Uma série de pesquisas divulgadas no ano passado revelou o grande impacto que o consumo de carne, especialmente  bovina e suína, tem sobre o meio ambiente, alimentando a mudança climática e poluindo paisagens e cursos de água.”

Carne bovina representa apenas um terço das proteínas que necessitamos

Guardian, “apesar de consumir a grande maioria das terras agrícolas, a carne e os laticínios respondem por apenas 18% de todas as calorias alimentares e por cerca de um terço das proteínas.A poderosa pegada de carne de criação não é apenas ineficiente. O desmatamento para dar lugar à pecuária, juntamente com as emissões de metano das vacas e o uso de fertilizantes, gera mais emissões de gases do efeito estufa que todos os carros, caminhões e aviões do mundo. Práticas de criação de carne correm o risco de extinção em massa de outros animais, além de gerar poluição significativa de córregos, rios e, por fim, do oceano.”

O rebanho bovino e as emissões de dióxido de carbono

Quem explica é o site timeforchange.org. “Uma vaca faz na liberação excedente entre 70 e 120 kg de metano por ano. O metano é um gás de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2). Mas o efeito negativo do metano  sobre o clima é 23 vezes maior que o efeito do CO2. Portanto, a liberação de cerca de 100 kg de metano por ano para cada vaca é equivalente a cerca de 2.300 kg de CO2 por ano. Em todo o mundo, existem cerca de 1,5 bilhão de vacas e touros. Todos os ruminantes (animais que regurgitam alimentos e re-mastigam)  emitem cerca de dois bilhões de toneladas equivalentes de CO2 por ano. Além disso, a limpeza de florestas tropicais para obter mais terras de pastagem e terras agrícolas é responsável por mais 2,8 bilhões de toneladas métricas de emissão de CO2 por ano! “

Conclusão

A conclusão mais importante para nós é: coma muito menos carne e laticínios. Esta é uma das formas mais eficazes de reduzir a nossa pegada de carbono pessoal. E também reduzir o nosso impacto negativo pessoal no meio ambiente.

Contribuindo com os Oceanos

“À medida que a atmosfera captura mais calor, os oceanos ficam mais quentes. Gases de efeito estufa tiram oxigênio dos oceanos, é o alerta da ONU.”


Fonte: Mar Sem Fim

 

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Antibióticos em rios e no mar, de onde vêm?



Antibióticos em rios e no mar, de onde vêm? Estudo mostra situação alarmante

Um novo estudo analisou 72 rios importantes do planeta. O que descobriram é inédito, os antibióticos estavam presentes em 65% deles. Você já ouviu falar de ‘cepas de bactérias resistentes a antibióticos’, não? De onde viriam estas criaturas? Do brutal descarte que nós fazemos, depois que tomamos algum antibiótico. Eles agem em nosso corpo, depois são descartados pela urina, muitas vezes em rios e no mar. A poluição provocada ajuda a acelerar a criação de novas cepas resistentes. É preciso lembrar que somos hoje quase oito bilhões de pessoas. Em brevíssimo tempo, seremos dez bilhões. Daí os novos, e estranhos problemas, como antibióticos em rios e no mar. O planeta não está preparado para tanta gente. É preciso mais discussão sobre temas tabus como o controle de natalidade.

Antibióticos em rios e no mar: Ásia e África

A CNN diz que, “Níveis perigosos de contaminação foram encontrados com mais frequência na Ásia e na África, segundo a equipe, com os locais em Bangladesh, Quênia, Gana, Paquistão e Nigéria excedendo em muito os níveis de segurança. O pior caso foi encontrado em um local em Bangladesh, onde as concentrações do medicamento Metronidazole – que é usado para tratar infecções bacterianas, incluindo infecções de pele e boca – excederam os níveis de segurança em até 300 vezes.”

O antibiótico mais presente nos rios analisados

CNN: “Os pesquisadores procuraram 14 antibióticos comumente usados ​​em suas amostras. Eles descobriram que o trimetoprim – uma droga usada principalmente para tratar infecções do trato urinário – em 43% das áreas testadas do rio, o que o torna o antibiótico mais prevalente encontrado no estudo.”

Europa, América do Norte e América do Sul

Ainda a CNN: “Embora os limites de segurança tenham sido mais frequentemente ultrapassados ​​no mundo em desenvolvimento, dados de locais na Europa, América do Norte e América do Sul mostram que a contaminação por antibióticos é um “problema global”, de acordo com os pesquisadores.”

Nem usinas de tratamento conseguem se livrar dos antibióticos

A National Geographic também repercutiu o novo estudo. “Nosso organismo não decompõe os medicamentos e o excesso é excretado na urina ou atinge o esgoto. Em muitos países desenvolvidos, o esgoto – e sua carga de antibióticos – passa por tratamento, mas nem mesmo as usinas de tratamento mais modernas conseguem limpar todos os medicamentos. Em locais onde o esgoto não é tratado, os antibióticos atingem rios e córregos de forma mais direta.”

‘O que jogamos fora influencia o meio ambiente’

Alistair Boxall, um dos cientistas que liderou o estudo e químico ambiental da Universidade de York, no Reino Unido, declarou:
"De certa forma, é como o problema da poluição do plástico. A questão é que não pensamos sobre o destino daquilo que descartamos e tudo o que jogamos fora continua influenciando o meio ambiente."

Risco para a saúde humana ou ambiental?

A CNN destaca que, “John Wilkinson, pesquisador associado de pós-doutorado do Departamento de Meio Ambiente e Geografia da Universidade de York, que coordenou o trabalho de monitoramento, disse que “a parte realmente importante do trabalho está começando a responder à pergunta: ‘e daí?’ Ou mais especificamente: “Essa contaminação representa um risco para a saúde humana ou ambiental? No mês passado, as Nações Unidas classificaram a resistência a antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiprotozoários como uma “crise global”.
As doenças resistentes a medicamentos causam pelo menos 700.000 mortes em todo o mundo por ano, incluindo 230.000 mortes por tuberculose multirresistente, de acordo com um relatório do Grupo de Coordenação Interagências sobre Resistência Antimicrobiana das Nações Unidas.”

Ação global para minimizar antibióticos em rios e no mar

Sem uma ação global concentrada, os autores do relatório da ONU estimam que até 20 milhões de pessoas por ano podem morrer de doenças resistentes aos medicamentos até 2030.

Antibióticos no mar

Antes de minhas viagens à Antártica, costumava entrevistar pesquisadores brasileiros sobre os vários trabalhos que lá desenvolvem. Um dos que mais me impressionou foi o professor Adauto Bianchini, Ciências biológicas, da FURG. Ele estudava os elefantes marinhos da Antártica, atrás de soluções para o obesidade humana. Ao analisar o sangue dos animais, Bianchini descobriu compostos sintéticos, remédios que são usados mundo afora, descartados pelo ser humano, e que chegaram até o Continente Branco interferindo na fauna local. Outra vez, em um bate-papo com Frederico Brandini, oceanógrafo, diretor do Instituto Oceanográfico da USP, ele falou da quantidade absurda de restos de remédios, como o Prozac, e outros, descartados pela urina humana nas praias brasileiras. Grande parte permanece nas colunas de água dos oceanos.

Fonte: Mar Sem Fim




 

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Cidades flutuantes sustentáveis serão o nosso futuro?



“No mês de abril, Nova Iorque sediou a primeira conferência sobre cidades flutuantes sustentáveis, sob patrocínio da ONU, e coordenada por Marc Collins Chen, CEO da OCEANIX; o professor Nicholas Makris, do MIT Center for Ocean Engineering; e Richard Wiese, presidente do Explorers Club. Para os organizadores, “as cidades flutuantes podem fazer parte do nosso novo arsenal de ferramentas. Por exemplo, por causa da mudança climática, as cidades estão cada vez mais em risco de inundações. Em Bangcoc, o terreno de algumas partes da cidade afundam cerca de dois centímetros por ano, segundo estimativas, enquanto o nível do mar no Golfo da Tailândia está subindo.

Populações urbanas hoje

De acordo com os organizadores do evento, “as populações urbanas em crescimento estão empurrando  cada vez mais  as pessoas para perto da água.”
s ‘cidades flutuantes’ de Lagos, Nigéria. Imagem dailypost.ng.
 Mais de 50% da população mundial, estimada em 7.4 bilhões de pessoas, vive no litoral. “Em Lagos, Nigéria (pop. estimada em 7.9 milhões de pessoas) as classes pobres responderam à falta de terra, transferindo a crescente população para aldeias flutuantes nos arredores da cidade.”  Obs: No Brasil ocorre o mesmíssimo problema, como todos sabemos. Seja em Santos, Rio ou Recife, assim moram milhares de pessoas.
Cidades flutuantes brasileiras. As populações excluídas do Recife foram para cima do mar. Assim como as populações paulista, carioca, ou amazonense…

Os desafios das cidades

Segundo o seminário, “os desafios enfrentados por essas e outras cidades são assustadores, mas não intransponíveis. No entanto, precisaremos de novas ferramentas e abordagens para enfrentar os desafios que teremos nas próximas décadas. As Cidades Flutuantes Sustentáveis ​​nos dão a oportunidade de reimaginar como construímos, vivemos, trabalhamos etc.”
Casas fulgurantes de Seatle. Imagem, www.seattleafloat.com.

Alguns exemplos

“Cidades como Seattle, Jacarta e Cidade do México abriram caminho para os mercados de casas flutuantes por algum tempo.” O Mar Sem Fim lembra que há dezenas de resorts cinco estrelas, ou seja, para poucos, que utilizam a tecnologia das casas flutuantes incrementada com muito luxo.
Resort cinco estrelas em palafitas na Indonésia.

O mar, aos poucos, começa a ser ‘colonizado. ‘Hoje, ilhas artificiais são construídas por vários países, seja para fins turísticos, ou geopolíticos. A questão seria conseguir um preço extremamente baixo para um determinado modelo de moradia, que pudesse ser aplicado aos casos das populações excluídas.

O modelo da Oceanix

No evento de Nova Iorque a empresa Oceanix apresentou alguns modelos. “A cidade seria constituída por inúmeras plataformas hexagonais que podem conter cerca de 300 moradores. Os hexágonos são considerados uma das formas arquitetônicas mais eficientes. Ao projetar cada plataforma como um hexágono, os construtores esperam minimizar o uso de materiais. Cada grupo de seis plataformas é considerado pelos designers como uma espécie de “aldeia”, que abarcaria 10 mil habitantes.
Esta ideia de cidades flutuantes, ou até mesmo aldeias submarinas já foram defendidas até mesmo pelo grande Jacques Cousteau. Projetos futurísticos, e caríssimos, portanto inviáveis até o momento, também já foram expostos mostrando como seriam.
Um dos modelos da Oceanix. Imagem,

Oceanix, modelo para cidades ricas

Os modelos que vimos desta empresa foram obviamente pensados para cidades e países ricos. A empresa promete  o “cultivo oceânico”, que pressupõe o cultivo de alimentos sob a superfície da água. Gaiolas acima das plataformas poderiam colher vieiras, algas ou outras formas de frutos do mar. Os sistemas utilizariam resíduos de peixes para ajudar a fertilizar as plantas.
Cultivo da vida marinha. Imagem, Oceanix.

Segundo a Oceanix, “as estruturas seriam projetadas para resistir a todos os tipos de desastres naturais, incluindo enchentes, tsunamis e furacões de categoria 5. Literalmente, uma cidade flutuante e à prova de desastres.
Por estas explicações, vemos que as casas flutuantes seriam construídas em locais de água limpa, caso contrário não seria possível o cultivo da vida marinha. Mais um indicativo que o modelo foi pensado para países desenvolvidos.
Mas ele poderia muito bem ser adaptados às cidades mais pobres, de países em desenvolvimento. Quem sabe conseguimos diminuir a assombrosa quantidade de palafitas paupérrimas brasileiras?

Fonte : Mar Sem Fim