quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Aspectos relacionados à acidificação dos oceanos começam a ser verificados por pesquisadores da Furg

Professor Kerr informou que um dos tópicos levantados pelo IPCC (ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), em 2004, é a acidificação dos oceanos, que é algo que deve ser visto com cautela.








"Muito se fala sobre o aquecimento global, mas na costa brasileira, pouco se sabe sobre o fluxo de CO2", disse o professor Rodrigo Kerr, do Instituto de Oceanografia da Furg.

Kerr é o coordenador do projeto Estarte-Sul, que tem o objetivo de investigar, de forma multidisciplinar, os processos físicos e biogeoquímicos controladores das trocas de carbono na interface ar-mar da região de plataforma e talude continental, da costa sul e sudeste brasileiro. "Nosso objetivo é saber se nessa região as águas estão captando ou emitindo CO2", explicou o professor.

Segundo Kerr, quando as águas absorvem o gás carbônico (CO2) há uma reação e os oceanos ficam mais ácidos. "Isso pode influenciar em questões sociais e econômicas. Não irá influenciar apenas nas espécies que habitam os oceanos, não sabemos ainda se são efeitos benéficos ou maléficos", destacou Kerr.

O professor informou que um dos tópicos levantados pelo IPCC (ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), em 2014,  é a acidificação dos oceanos, que é algo que deve ser visto com cautela.

O projeto, coordenado pelo professor Rodrigo Kerr, está inserido nas iniciativas do Grupo Brasileiro de Pesquisa em Acidificação dos Oceanos (BrOA - http://www.broa.furg.br) e conta com apoio financeiro e logístico da Fapergs, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTi) e da Marinha do Brasil.

No último dia 20 de outubro, pesquisadores do Instituto de Oceanografia da Furg e estudantes dos programas de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica e Oceanografia Física, Química e Geológica, e do curso de Graduação em Oceanologia da Furg participaram de um cruzeiro oceanográfico em águas territoriais brasileiras. O cruzeiro, a bordo do NHo Cruzeiro do Sul - H38 da Marinha do Brasil, partiu do Rio de Janeiro (RJ)  e chegou em Rio Grande (RS). "Foi a primeira vez que fizemos esse cruzeiro monitorando os fluxos de CO2", revelou Kerr.

De acordo com Kerr, é importante ter uma linha de repetição de dados coletados para poder saber de que forma isso vai estar compromentendo o oceano. "É necessário no mínimo 10 anos para ter uma conclusão", enfatizou o professor.

"A única coisa que temos certeza hoje é que é necessário fazer o monitoramento dessas águas", concluiu Kerr, revelando que o monitoramento será anual, mas que o ideal é que fosse realizado de forma sazonal.
Fonte: Jornal AGORA de 17 de novembro de 2014. acesso em
http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=3&n=65908

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