quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Lixo plástico nos oceanos: agora é pra valer, ONU propõe maior campanha no gênero na história da organização

Já não era sem tempo. Os mares do planeta estão agonizando em razão de nossas ações: poluição, acidificação, sobrepesca, desaparecimento de habitas, excesso de pessoas morando no litoral (pouco mais da metade da população mundial de 7,4 bilhões de pessoas), ocupação desordenada, etc. Mas um dos piores, o lixo plástico nos Oceanos, agora tem mais um inimigo: a Organização das Nações Unidas promete a maior campanha mundial a respeito.
                               (Foto: Greenpeace)

Campanha da ONU é lançada em Bali

Na Assembléia do Meio Ambiente das Nações Unidas em Nairobi, mais de 200 nações aprovaram uma resolução para eliminar a poluição plástica em nossos mares. Embora não seja um tratado jurídico, pode abrir caminho para um. A campanha  pede que governos criem políticas para redução do plástico. E solicita às indústrias que diminuam sua produção de embalagens. A campanha convoca os consumidores a mudar seus hábitos de descarte. No lançamento, o norueguês Erik Solheim, diretor-executivo da ONU Meio Ambiente disse:
"A poluição plástica está surfando em direção às praias indonésias, assentando no fundo do mar no Pólo Norte e subindo na cadeia alimentar até nossas mesas de jantar. Isso tem de acabar"

Mil mortes anuais de mamíferos marinhos

E além dos mamíferos marinhos, calcula-se que pedaços de plástico matarão mais de um milhão de aves marinhas. Sam Barratt, um dos líderes da campanha na ONU Meio Ambiente, declarou:
"A menos que mude a atitude dos cidadãos, não vamos conseguir eliminar a poluição no mar. É preciso ter claro que o que jogamos na praia, na rua, nos rios irá chegar ao mar. Entender que o oceano é um só e o estamos tratando com um lixão"

Países e organizações aderem à campanha da ONU

Até a Volvo Ocean Race aderiu. Na competição um dos barcos, o ‘Turn The Tide On Plastic’ está competindo  com uma forte mensagem de sustentabilidade que visa incentivar as pessoas a mudar seu comportamento no que diz respeito ao plástico nos oceanos. Eles se esforçam para liderar e inspirar mudanças duradouras no enfrentamento da crise da poluição pela qual estamos passando.
                Lixo plástico nos oceanos e tripulação do veleiro (Foto: http://cleanseas.org/volvo)

A campanha da ONU no Brasil

A redução do lixo marinho é alvo da campanha Mares Limpos, lançada em julho de 2017 pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Rio de Janeiro. O objetivo é convencer pessoas e empresas a reduzirem o consumo de plásticos e evitar seu descarte. A representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, disse que a campanha terá duração de cinco anos e espera contar com parcerias governamentais e não governamentais  brasileiras.

“Tem que trabalhar na causa”

Um aspecto importante da campanha é conseguir  colaboração de empresas para substituir ou reduzir o uso de plásticos em seus produtos. Denise Hamú disse que
Não adianta a gente trabalhar só na consequência. Tem que trabalhar na causa. É claro que não são as empresas que jogam o lixo (nos mares), são os usuários, mas a gente precisa ter uma parceria em todo o ciclo da produção. Se a gente só limpar as praias, amanhã teremos elas sujas de novo

Lixo plástico nos Oceanos, uma ameaça global

Os cientistas que pediram um acordo internacional vinculativo disseram que o impacto dos plásticos oceânicos na biodiversidade, serviços ecossistêmicos, segurança alimentar e saúde humana o tornam uma ameaça global.

Empresas produtoras de plástico

As conversas da ONU com as empresas para que  substituam o plástico por produtos biodegradáveis já começaram, e está em curso um trabalho para mapear quais setores podem contribuir mais para a campanha.

‘Plástico não se limita às fronteiras de países’

Segundo a ONU, ‘o plástico não é limitado pelas fronteiras nacionais, porque ele migra através de correntes de água e ar e se instala em sedimentos bentônicos’, disseram  em artigo do Procedimento da Academia Nacional de Ciências. “Mais de 50 por cento da área do oceano fica além da jurisdição nacional, incluindo as infames “manchas de lixo” presas por correntes marinhas onde o plástico se acumula”.

Campanha traz petição internacional

A campanha da ONU é acompanhada por uma petição internacional. Assine, faça sua parte!

Fonte: Mar sem Fim por João Lara Mesquita


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