quarta-feira, 11 de abril de 2018

Tubarões ou cações, está na hora de conhecer a importância deste predador do topo da cadeia

Tubarões ou cações: sua importância reside no que diz o título, ‘predadores do topo da cadeia de vida marinha’. Ao acabar com eles, como vem acontecendo por motivos fúteis e mesquinhos, a pesca industrial está contribuindo para um tremendo e definitivo abalo em toda a cadeia de vida dos oceanos. Eliminando os tubarões, a pesca acaba com o que os pescadores mais precisam: abundância de peixes!
Morto em Pernambuco (Foto:www.notibras.com)

A importância dos predadores

Predadores de topo de cadeia são responsáveis pela manutenção do equilíbrio no ecossistema marinho. Eles se alimentam de peixes e invertebrados que estão menos aptos à sobrevivência, garantindo a saúde dos estoques pesqueiros de todo o mundo. Ainda assim,  por ano são massacrados cem milhões de tubarões ou cações. O principal responsável pelo massacre é a pesca industrial, mas a esportiva, ao menos no Brasil, também tem sua parcela de culpa. Quanto à sobrepesca, nem se fala.

Conheça os tubarões ou cações

Eles habitam o planeta há mais de 450 milhões de anos. Os tubarões se distribuem em cerca de 470 espécies por todo o mundo (no Brasil são conhecidas 88), variando na sua forma e tamanho. Há os pequenos, como o tubarão-lanterna, o menor do mundo, com 17 centímetros de comprimento…
O tubarão- lanterna se alimenta de pequenos seres vivos que, por sua vez, se alimentam de microorganismos. (Foto: http://topbiologia.com/)  
 até ao maior peixe do mundo, o tubarão-baleia com mais de 12 metros

Tubarão ou cação?

Tubarões ou cações são o mesmo animal. Nome dado vulgarmente aos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico.   A cartilagem é flexível e durável e tem cerca de metade da densidade do osso. Isto reduz o peso do esqueleto, poupando energia. “Geralmente não vivem em água doce, com algumas exceções, como o tubarão-cabeça-chata e o tubarão de água doce que podem viver em ambas.

Os “temíveis” dentes

Dentes de tubarão são incorporados nas gengivas e não diretamente no maxilar, e são constantemente substituídos ao longo da vida. Diversas linhas de dentes substitutos crescem  na parte interna da mandíbula e progressivamente avançam como em uma “escada rolante”; os tubarões ou cações perdem em média 6.000 dentes por ano e chegam a perder 30.000 durante toda sua vida.” 

Expectativa de vida

A expectativa  varia de acordo com a espécie. A maioria vive entre 20 e 30 anos. Algumas espécies, no entanto, como o cação espinhoso, ou o tubarão- baleia, podem viver mais de 100 anos.

As barbatanas dos tubarões

“A maioria dos tubarões ou cações têm oito barbatanas. Tubarões só podem desviar-se de objetos diretamente à sua frente ficando à deriva, porque suas barbatanas não permitem que nadem para trás.” E elas hoje são seus piores inimigos.
Mais de cem milhões são mortos todos os anos, grande parte deles têm suas barbatanas arrancadas e são devolvidos ao mar para morrerem lentamente. As barbatanas tornaram-se sinal de status em países asiáticos. Com elas são feitas insípidas sopas (já que se trata de cartilagem). O Brasil, infelizmente, participa deste massacre.

Flutuabilidade

“Ao contrário dos peixes ósseos, os tubarões ou cações não têm bexigas cheias de gás para a flutuabilidade. Eles dependem de um fígado grande, cheio de óleo que contém esqualeno,  um composto orgânico produzido por todos os organismos superiores. Seu fígado constitui até 30% da sua massa corporal.”

Visão, olfato e audição

“Cientistas acreditam que, como muitos outros peixes, os tubarões são míopes. Sua visão é adaptada apenas para distâncias entre 2 e 3 metros, embora possa ser utilizada para distâncias de até 30 m com menor grau de definição.”
O olfato é, de longe, sua melhor arma. “Ele é extremamente apurado, permitindo-lhes identificar substâncias bastante diluídas na água, como concentrações de sangue, e outros líquidos também,  abaixo de uma parte por milhão, o que equivale a perceberem uma gota de sangue a 300 m de distância em pleno oceano.”
O seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, situa-se próxima ao olho. Eles têm grande sensibilidade às vibrações. O tubarão ‘percebe’ o som de um peixe se debatendo a uma distância de 250 a 1500 m. Em conjunto com o olfato, esta sensibilidade às vibrações, é o primeiro mecanismo utilizado na detecção de potencial alimentação.

Reprodução

tempo de gestação é longo, podendo atingir os dois anos. E isso é outro sério problema com a matança que ocorre hoje. Não há tempo suficiente para substituí-los. O número de crias, varia bastante podendo ir de 1 (tubarão tigre da areia) a cerca de 300 (tubarão-baleia). O site  sharks-world.com diz que “aspectos gerais de sua reprodução são crescimento lento e maturidade sexual tardia, ciclos reprodutivos muito longos, baixa fertilidade.

Tubarões ou cações são agressivos, mito ou realidade?

O grande tubarão-branco, que chega a medir até 5,5 metros, ‘foi alçado à fama’ mundial como assassino na década dos 70 com o filme “Tubarão”, de Steven Spielberg. Um desserviço prestado pelo cineasta; encheu seus bolsos de dólares, e sua reputação foi às alturas. Mas depois do filme os tubarões passaram a ser vistos como ‘inimigos a serem abatidos’, o que é um absurdo. Sobre ser um animal “agressivo”, leia o que disse o Dr. Erich K. Ritter, Senior Scientist no  Green Marine Institute, e Professor Assistente na Hofstra University, New York:
"Quando seres humanos usam suas emoções para descrever organismos vivos, chamamos de antropomorfismo. Isso pode se estender do lobo “mau” até a raposa “astuta”,  ou a cobra “falsa”. Mas não significa que o comportamento desses animais corresponda a esses atributos, e sim que os humanos percebem ou interpretam os animais sob essa luz. Um dos melhores exemplos disso é o tubarão “agressivo”.  O tubarão “agressivo” é tão irreal quanto o “adorável” tubarão. Ambos imagens de nossas próprias fantasias."
Por falar em fantasia, este é o raríssimo tubarão fantasma (foto:Foto: Azula) 

As funções dos tubarões ou cações no ecossistema marinho

O site  sharksavers.org diz que “os tubarões evoluíram em uma interdependência estreita com seu ecossistema. Eles tendem a comer de forma  eficiente, indo atrás do peixe velho, doente ou mais lento em uma população, mantendo-a mais saudável. Os tubarões preparam populações  para o tamanho certo, de modo  que essas espécies não causem danos ao ecossistema tornando-se muito populosas.” 
Alguns também buscam no fundo do mar para se alimentarem de carcaças mortas. Removendo os doentes e os fracos, eles impedem a propagação de doenças e previnem surtos que poderiam ser devastadores.  Como os peixes maiores, mais fortes e saudáveis geralmente se reproduzem em maior número, o resultado é um número maior de peixes saudáveis.
O ecossistema oceânico é composto de teias alimentares muito intrincadas. Os tubarões estão no topo dessas teias e são considerados pelos cientistas como “pedras-chave”, o que significa que removê-los faz com que toda a estrutura entre em colapso.

Tubarões mantém habitats saudáveis

Tubarões mantêm leitos de gramas marinhas e outros habitats  saudáveisAtravés da intimidação, os tubarões regulam o comportamento das espécies e impedem-nas de destruir habitats.  Cientistas do Havaí descobriram que os tubarões-tigre tiveram impacto positivo na saúde dos leitos de gramas marinhas. As tartarugas, que são suas presas, pastam na grama do mar. Na ausência de tubarões-tigre, as tartarugas passavam todo o tempo procurando a grama marinha de melhor qualidade e mais nutritiva. 
Tubarão tigre (Foto: Daniel Botelho)      

Esses habitats logo foram destruídos. Quando os tubarões-tigre estão na área, no entanto, as tartarugas pastam sobre uma área mais ampla e não sobrepujam toda uma região. Onde os tubarões são eliminados, o ecossistema marinho perde o equilíbrio. A excessiva pesca de tubarões ou cações já está causando sérios problemas ao mais importante ecossistema marinho, os corais.

Tubarões podem desaparecer nas próximas décadas

Quase 40% de todas as espécies de tubarão estão ameaçadas de extinção. Estes animais, que sobreviveram por 450 milhões de anos, podem desaparecer em breve, mesmo que algumas espécies hoje são estudadas para curar doenças como a osteoporose, por exemplo.
O tubarão elefante é um filtrador. Dele pode vir a cura para a osteoporose 
A crescente demanda por sopa de barbatana aumentou tanto o abate  que muitas espécies estão em vias de extinção. É este o futuro que queremos deixar para as próximas gerações?
Já ficou provado que estes animais valem mais vivos que mortos. Por isso ambientalistas lutam pela criação de santuários de tubarões no Brasil, e no mundo. Eles são tão importantes que são monitorados com satélites.
Fontes:  Mar Sem Fim



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