Importância dos corais e suas ameaças mundo afora
Por sua biodiversidade, a importância 
dos corais é fundamental para a vida marinha. Eles são como as florestas
 tropicais para a fauna e flora mundiais. Não há nada que se compare aos
 corais no mar. Cerca de 1/4 de todas as espécies de peixes dependem 
deles para sobreviver.
O que são corais?
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| Uma das 900 ilhas, neste caso um atol, cercadas de corais por todos os lados. (foto:reiselustigunterwegs blogspot com br) | 
Corais são animais cnidários, formam colônias
 exclusivamente marinhas. O corpo deles é chamado de pólipo, uma 
estrutura cilíndrica em forma de saco, com uma cavidade interna que se 
abre apenas em uma extremidade: a boca.  Cada indivíduo em uma colônia 
de coral é chamado de pólipo. Um recife de corais é coberto por milhares
 de pólipos. Quando morrem, novos pólipos crescem por cima dos 
esqueletos e assim por diante.
A formação dos corais
Eles existem há cerca
 de 250 milhões de anos. Para que haja a formação de corais, acontece 
uma simbiose ou seja, uma associação entre espécies de corais e 
microalgas. Um depende do ouro. As algas vivem no interior dos corais. 
Como plantas, elas passam pela fotossíntese que libera compostos 
orgânicos para os corais. Estes, liberam produtos que fazem com as as 
algas sobrevivam e cresçam ao seu redor. 
Onde ficam os corais
Eles ocorrem principalmente em regiões 
de águas quentes, claras e rasas mas, nas últimas décadas, também foram 
registrados em águas profundas em vários países do mundo.
Os corais são encontrados em mais de cem
 países e territórios. Os recifes de coral distribuem-se formando um 
anel na região equatorial/tropical do globo terrestre. Ocorrem 
principalmente do lado ocidental dos oceanos Atlântico e Pacífico.
Os recifes de coral cobrem cerca de 
 284.300 km². A região do Indo-Pacífico (Mar Vermelho, Oceano Índico, 
Sudeste Asiático e Oceano Pacífico) contribui com a maior parte (91,9%).
 Os recifes do Oceano Atlântico e do Mar do Caribe têm 7,6% do total.
Quais são os tipos de corais
São três: os de franja, de barreira e o 
dos atóis. Os dois primeiros, são continentais; o terceiro,  oceânico. 
Os continentais  crescem nas margens continentais. Os oceânicos, em 
pleno oceano e quase sempre relacionados a montanhas submarinas.
Importância dos corais: 65% dos peixes dependem deles, remédios e proteção da costa
Como habitat marinho, é o mais rico de 
todos. Uma, em cada quatro espécies marinhas vive nos recifes. Incluindo
 65% dos peixes. Mais de 5.000 espécies de peixes, 10.000 de moluscos e 
uma quantidade incontável de algas e crustáceos vivem e se reproduzem em
 torno das estruturas coralíneas. Protegem a costa da ação inesperada 
das ondas. São fontes de matéria-prima para pesquisas farmacológicas. 
Alguns tipos foram transformados em medicamentos para abaixar a pressão 
arterial, antibióticos, antitumorais, entre outros. Estima-se que 500 
milhões de pessoas residentes em países em desenvolvimento tenham algum 
tipo de dependência dos serviços oferecidos por este ecossistema 
(Wilkinson, 2002).
Os maiores corais do mundo
 A Grande Barreira de Coral, da Austrália (que
 sofre imensas ameaças), é a maior formação recifal do planeta, com uma 
área contínua de 350.000 Km2. Ela tem 2.600 quilômetros de extensão, com
 a largura variando entre 30, até 740 quilômetros! Pode ser vista do 
espaço. Esta formação tem mais de 400 espécies  diferentes.
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| A importância dos corais. A Grande Barreira pode ser vista do espaço! | 
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| A importância dos corais mesoamericos. | 
Ameaças aos corais no mundo: acidificação da água do mar
Uma das maiores é acidificação das águas marinhas em razão do aquecimento global. Os gases de Co2 são absorvidos pelas algas do fitoplâncton, a forma mais abundante de vida vegetal do planeta.
 Durante o processo de fotossíntese as algas ‘sequestram’ o dióxido de 
carbono, ao mesmo tempo em que o depositam no fundo do mar. No processo,
 produzem mais de 50% do oxigênio que respiramos. Mas, com o excesso 
 que está provocando  o aquecimento, a água dos oceanos, antes alcalina,
 está ficando mais ácida. E isso mata os corais. Esta é a grande charada
 da nossa geração. Turismo desordenado, poluição marinha, turbidez da 
água, pesca predatória , e até aterramento de corais (China) são outras ameaças.
Aquecimento provoca diminuição das algas do fitoplâncton: outra ameaça ao coral
As algas são fundamentais para o coral. Lembre-se da ‘simbiose’ explicada acima. A revista Nature  publicou os resultados de uma  pesquisa arrasadora.
 Ela aponta evidências que o aquecimento  está atacando a base da cadeia
 alimentar de vida marinha diminuindo a quantidade de algas do 
fitoplâncton.
Conclusão da pesquisa da Nature:
" nos últimos 60 anos houve queda de 40% das algas do fitoplâncton. De acordo com os cientistas, a diminuição estaria ligada ao aquecimento do planeta, e ao aumento da temperatura dos oceanos."
Importância dos corais na costa brasileira
O Brasil tem pequena variedade de corais
  de águas rasas. Na costa brasileira há registros de 16 espécies de 
corais-pétreos ou verdadeiros e corais-de-fogo (escleractínios recifais,
 ou seja, formadores de recifes), distribuídas em 10 gêneros e oito 
famílias. Considerando todos os tipos , metade das espécies registradas 
no Brasil só ocorrem em nossas águas: de 46 espécies, 21 (46%) são 
exclusivas do Brasil.
Eles se estendem desde a foz do Amazonas (recentemente descobertos),
 até Nova Viçosa, no sul da Bahia, uma faixa de mais de 3.000 
quilômetros, sem falar nas ilhas oceânicas como Atol das Rocas, Fernando
 de Noronha, e Abrolhos.
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| Abrolhos: maior concentração de corais do Atlântico Sul | 
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| Os corais do Atol das Rocas | 
Maus tratos aos corais brasileiros
O aquecimento global  está provocando o branqueamento dos corais. Os corais de Abrolhos, o maior banco do Atlântico Sul, já apresentam sintomas da praga.
Os corais do Nordeste sofreram abusos 
inacreditáveis. Até a década de 70 eram arrancados do mar com tratores 
ou ferramentas pesadas, e levados para a praia. Picados e colocados  em 
fogueiras, com madeira das matas adjacentes. O resultado do processo era
 a transformação do carbonato de cálcio dos corais em  cal.
Outra ameaça é a monocultura da 
cana-de-açúcar que ocupou o lugar da Mata Atlântica no Nordeste e, hoje,
 está praticamente ‘grudada’ à costa. Quando chove a água lava o chão da
 lavoura, a enxurrada vai pro mar provocando turbidez da água. Corais 
precisam receber luz, ou seja, precisam água limpa. Sem falar em 
agrotóxicos e outros produtos químicos que prejudicam as formações 
coralíneas.
Importância dos corais e o mito da infinitude
A falta de atenção com a saúde dos 
oceanos pode ser considerada uma ‘bobeira mundial’, alimentada pelo mito
 da infinitude. Hoje, o mundo civilizado corre atrás do prejuízo 
enquanto países irresponsáveis como o nosso, continuam ‘dormindo em berço esplêndido‘. Apesar de todas as novas reservas marinhas, criadas em 2015, 2016 e 2017 especialistas alertam que
"apenas pouco mais 2% da área total dos oceanos estão protegidos. Isso representa muito pouco. Há um longo caminho até chegarmos nos 30%, que é a área necessária a ser protegida se quisermos garantir a sustentabilidade dos organismos marinhos para as futuras gerações".
Fonte: Mar Sem Fim

 
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