sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Mais tecnologia = Mais pessoas nas bibliotecas? Estudo aponta que sim. Ou, pelo menos, talvez.


Boom de visitantes à Biblioteca Nacional do Reino Unido sugere que a ascensão da era digital fez as pessoas almejarem “encontros humanos reais e artefatos físicos”
O crescimento da era digital aumentou a quantidade de visitantes da Biblioteca Nacional do Reino Unido em 10%, conforme apontado por um recente estudo, assim como sugere que, quanto mais “conectadas” as pessoas são, mais elas valorizam artefatos físicos.
O diretor executivo da Biblioteca disse que o mundo dos computadores, smartphones e redes sociais não ameaçava as bibliotecas tradicionais, pelo contrário: encoraja as pessoas a cruzarem as suas portas.
Um estudo divulgando os planos da entidade para até 2023 identificou um aumento de 10% no número de visitantes nos últimos 12 meses. De 1.465.318 em 2012 para mais e 1,6 milhão no último ano.
Percebe-se que o mundo de “ascensão digital e baseado na tecnologia” não diminuiu o interesse pelas bibliotecas, mas renovou o interesse em seu estoque.
“Parece que, quanto mais conectados estamos, maior a percepção de que encontros reais e artefatos físicos são valiosos: procuramos então atividades que nos proporcionem contato com essas coisas.” Roly Keating, diretor executivo da Biblioteca, disse numa palestra que não é “contraditório” haver um aumento em iPhones, tablets, redes sociais e livros físicos, além de acrescentar que, com o passar do tempo, as bibliotecas adquirirão “novos valores”.
Ele recentemente revelou um plano de ações para a biblioteca nos próximos anos, definindo metas até o aniversário dela em 2023, os quais incluem a digitalização de arquivos de som, o compartilhamento de suas coleções com “mais pessoas do que nunca” e construir o Instituto Alan Turing, um novo centro de pesquisas científicas com 42 milhões de libras esterlinas, providas pelo governo.
Falando na biblioteca sobre “Conhecimento vivo”, Keating disse: “Pessoas me perguntam talvez mais até do que eu esperaria, na era do Google, buscadores virtuais e tudo o mais: bibliotecas ainda fazem sentido? É uma questão séria num momento em que gastos públicos estão tão restritos. Acreditamos que o propósito das bibliotecas, bem como o que elas são, é que determinarão sua sobrevivência no futuro.”.
Ao dizer que nos próximos anos os escritórios do Google poderiam abrir na recém-divulgada “Knowledge quarter*”, próxima à Estação St Pancras, perto da Biblioteca Nacional, Keating afirma que muitos membros do público acreditam que terão de fazer uma difícil escolha entre livros e internet.
“As pessoas farão escolhas e isso é inevitável: elas podem ficar em frente à estação St. Pancras, virar para a esquerda ou direita, procurando diferentes caminhos para se adquirir conhecimento e cultura na era digital.”, ele afirma. “Elas se sentem num dilema, dilema esse com o qual todos nós que trabalhamos no ramo teremos que nos preocupar.”
“Uma série de valores que foram incutidos nas bibliotecas por décadas ou séculos talvez estejam entrando em conflito com os novos valores que temos hoje enquanto vivemos nossa vida nos computadores, celulares e redes sociais.
“Obviamente, estou aqui essa noite para dizer que eu não acredito que haja contradição alguma nisso. O papel da biblioteca é orgulhosamente fazer parte de tudo isso, é nosso papel unir essas coisas, ainda que seja algo difícil, mas é o que mostra a durabilidade das bibliotecas.”
O relatório da biblioteca também diz: Num tempo em que a provisão de conhecimento e cultura está aumentando em meio à internet, o valor e a importância de espaços físicos de alta qualidade está aumentando, não diminuindo.
Knowledge quater: parceria recentemente lançada de 35 organizações acadêmicas, culturais, de pesquisa, científicas e/ou midiáticas instaladas em King Cross, Euston e Bloomsbury com o intuito de partilhar seu conhecimento e pesquisas. (N do T)
Traduzido de: telegraph

PS: O presente texto é a tradução de uma notícia publicada no site “Telegraph”, não correspondendo necessariamente com a opinião da equipe do Literatortura.

Fonte: Blog da UCS via Literatortura acesso em
http://literatortura.com/2015/02/mais-tecnologia-mais-pessoas-nas-bibliotecas-estudo-aponta-que-sim-ou-pelo-menos-talvez/

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