Com 8500 quilômetros de costa e centenas de cientistas marinhos, o 
Brasil tem tudo o que um país precisa para marcar o hall de pesquisas 
oceânicas. O que faltava, entretanto, era um navio com porte adequado 
para investir a fundo no poder marítimo. Não falta mais. Em julho, a 
Marinha brasileira apresentou o novo navio de pesquisa oceânica do país,
 batizado como “Vital de Oliveira”.
O texto “Brazil looks to 
project scientific power on the Atlantic”, de Herton Escobar, publicado 
 no periódico Science, fala sobre as grandes expectativas acerca da 
embarcação. "Estamos ansiosos para colocar este navio para trabalhar e 
começar a preencher algumas das grandes lacunas de dados que ainda 
existem no Oceano Atlântico Sul", comemorou Andrei Polejack, Coordenador
 para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 
“É a aplicação da tecnologia e do conhecimento do mar na defesa 
nacional. O navio impulsiona nosso poder de dissuasão porque trabalha 
com oceanografia física, que mede a temperatura da superfície do mar, a 
qualidade e suas propriedades, facilitando, por exemplo, missões com 
submarinos”, complementa o Ministro da Defesa, Jaques Wagner*.
Todavia, o investimento 
preocupa alguns pesquisadores, no sentido de que pode ocorrer a 
prospecção indiscriminada de recursos naturais. Isso porque a 
embarcação, de R$ 162 milhões, foi comprada por meio de um acordo de 
cooperação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o
 Ministério da Defesa (MD), a Petrobrás e a Vale – sendo as duas últimas
 as maiores empresas de petróleo e mineração do Brasil. "Temo que o 
nosso acesso ao navio seja limitado", lamenta Michel Mahiques, 
oceanógrafo da Universidade do Instituto Oceanográfico de São Paulo. 
Com
 poucos navios de investigação ativos na área, o Oceano Atlântico Sul é 
uma caixa preta, com dados escassos disponíveis em seus padrões de 
circulação, temperatura, salinidade, biomassa, fluxo de carbono e outros
 parâmetros básicos. As pesquisas tendem a contribuir para que essas 
informações sejam conhecidas, além de “ajudar a melhorar nossos modelos 
de previsão meteorológica para a região, especialmente em relação a 
eventos extremos, como ciclones tropicais", de acordo com Ronald Souza, 
oceanógrafo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 
Marcelo
 Santini, oceanógrafo e meteorologista do INPE e da Universidade Federal
 de Santa Maria, se declarou "extremamente impressionado" com as 
capacidades do navio. "É realmente um grande passo acima de qualquer 
coisa que temos disponível hoje”.
Segundo Escobar, o Vital de 
Oliveira é um navio de 78 metros de extensão, com 30 dias de autonomia e
 carregado de proa a popa com instrumentos científicos de última 
geração, incluindo um robô submarino com capacidade para mergulhar até 4
 mil metros de profundidade – algo inédito na frota de pesquisa 
nacional.
Science
O texto de Herton 
Escobar, bem como a imagem do Vital de Oliveira, podem ser acessados 
pelos usuários do Portal de Periódicos na edição de 7 de agosto do 
periódico Science. A publicação trata de assuntos relacionados a 
pesquisas científicas, notícias globais e comentários gerais.
Science
 está incluso na plataforma HighWire: Free Online Full Text Articles – 
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Alice Oliveira dos Santos  
Fonte: Página de notícias do Portal Periódicos CAPES , artigo de 28 de agosto de 2015.  

 
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