Fiscalização no litoral brasileiro: um tremendo fiasco
Há muito o Mar Sem Fim denuncia a falta 
de fiscalização no litoral brasileiro. Nossa zona costeira está ao Deus-
 dará. Parece mentira, mas o Ibama tem apenas três barcos
 para fiscalizar os mais de 7.000 Km do litoral. Esta é mais uma prova 
 da incapacidade do Ministério do Meio Ambiente que ignora o litoral. As
 Unidades de Conservação federais marinhas não têm barcos! Como é 
possível fiscalizar sem eles??
 Balneário do Hermenegildo, RS. Casas foram construídas em cima de dunas,
 o que é proibido. As dunas ficaram impedidas de repor a areia da praia.
 As casas serão tragadas, questão de tempo.
Sem fiscalização nas Unidades de Conservação federais marinhas, sobram aberrações
Sem fiscalização acontecem aberrações como esta: arrasto na zona de arrebentação! Litoral norte paulista.
É por este motivo que a especulação imobiliária  aproveita
 a fraqueza e destrói os mais importantes ecossistemas como manguezais, 
que são aterrados para a carcinicultura, no Nordeste; ou para a 
construção de novos bairros das cidades costeiras, ou mesmo hotéis, 
condomínios, e marinas, nas outras regiões.
Carcinicultura no vale do Jaguaribe, Ceará. Onde se vê tanques de criação, havia um pujante manguezal.
Dunas e falésias também são destruídas, ou banalizadas, por construções fora da Lei. E até costões rochosos “estão à venda” por criminosos. E  isso também acontece nas (des)protegidas UCs federais marinhas.
 fiscalização no litoral: o cúmulo do absurdo: costão à venda. Ilhabela, litoral norte paulista.
fiscalização no litoral: é proibido ocupar falésias. Mas no Brasil, os ricos podem…
A falta da fiscalização, nas Unidades de Conservação federais marinhas, e a pesca
Outro problema causado pela ineficiência
 do Ministério do Meio Ambiente, o Ibama, e o ICMBio, diz respeito à 
pesca. Os defesos não são respeitados, barcos passam a rede de arrasto 
na zona de arrebentação; não se respeita o tamanho mínimo das espécies. 
Mas, quem somos nós  pra dizer isso? Ouça o depoimento dos próprios 
gestores.
fiscalização no litoral: os pescadores artesanais também têm sua parcela
 de culpa. Sem fiscalização eles praticam absurdos como este: rede na 
arrebentação. Praia do Cassino, RS.
O Governo Federal não tem condições de suportar as Unidades de Conservação: é preciso mudar o modelo “duela a quem duela”
Os depoimentos que você verá, são mais 
uma  prova  que o nosso modelo de UCs é falido. O Governo Federal não 
tem a menor condição de suportar as Unidades de Conservação. Além do 
Brasil estar quebrado, graças à corja PeTralha e suas duas 
(des)administrações, faltam investimentos na saúde, educação, segurança,
 infra-estrutura, saneamento básico, entre tantos outros. E além disso, 
foi aprovada na Câmera, a PEC do teto de gastos. Isso quer dizer que, se
 este ano o governo investiu pouco no meio ambiente, no próximo 
investirá menos ainda.
Mesmo que queira, o Governo Federal não 
terá dinheiro suficiente. Antes, será preciso uma drástica reforma na 
Previdência, especialmente a dos funcionários públicos, estes 
“brasileiros de primeira classe” com seus privilégios que o resto da 
nação é obrigada a pagar. O único modo é ter coragem, e mudar o modelo. 
Vejo algumas opções: estimular ainda mais as RPPNs (vide o exemplo da RPPN Salto Morato, um exemplo a ser seguido),
 fazer Parcerias Público Privadas, e passar as UCs com potencial 
turístico para a iniciativa privada. Algumas têm grande potencial para 
receber público como, entre outras, os muitos (e abandonados) Parques 
Nacionais Marinhos. Com o dinheiro arrecadado talvez fosse possível 
investir nas outras que não têm este potencial, como as ESECs, Rebios, 
Monas, etc.
Fonte: João Lara Mesquita via Mar Sem Fim 

 
 



 
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