Pesca industrial tira do mar os peixes errados, este é o novo alerta de cientista
Pesca industrial tira do mar os peixes errados, este é o novo alerta de cientistas
A conclusão veio em relatório publicado 
na revista Science (abril, 2018). Biólogos da Monash University, 
Austrália, e do Smithsonian Tropical Research Institute, Panamá, 
reuniram dados de ovas de 342 espécies de peixes nos oceanos. Os 
responsáveis pela  pesquisa dizem que ela tem uma mensagem importante 
para a pesca industrial. Diego Barneche e Dustin Marshall, autores, 
declararam:
"A maioria dos modelos clássicos da pesca não leva em conta a contribuição maciçamente desproporcional que os peixes maiores produzem. Mas esses são os primeiros indivíduos a desaparecerem mesmo sob uma moderada pressão de pesca. Os cientistas da pesca, apesar das melhores intenções, têm usado modelos que inadvertidamente recomendam a coleta excessiva"
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| A pesca industrial. (foto:ec.europa.eu) | 
Pesquisa não é supresa
Esta pesquisa não será uma surpresa para
 os biólogos de campo que trabalham com peixes. Mark Wuenschel, do 
Centro Nordeste de Ciências Pesqueiras da Oceanic and Atmospheric Administration,
 NOAA, que não fez parte do estudo, disse que o efeito do tamanho era 
tão conhecido que existe um acrônimo entre pesquisadores: BOFFFF, para Big Female Fatring Female Fish.
 Este trabalho é valioso porque a importância de um BOFFFF é difícil de 
avaliar, disse Wuenschel. Em 2017, outra equipe de cientistas mostrou 
que a indústria pesqueira captura os peixes mais velhos a taxas mais 
altas que o restante da população. Para Trevor Branch, professor da 
Universidade de Washington e autor do relatório de 2017,
"Você nem precisa pescar demais para derrubar os peixes grandes e velhos"
O exemplo do bacalhau
Barneche, Marshall e seus colegas usaram o exemplo do bacalhau,
 um peixe comercialmente importante. Imagine um grande bacalhau do 
Atlântico: seu corpo de 30 quilos está inchado com ovas. Por perto estão
 suas ‘irmãs e primas’, grávidas também. Mas  são menores, apenas 2 
quilos cada. Quando o peixe grande desovar, suas ovas superarão aquelas 
depositadas por 28 peixes pequenos, calculam os autores do estudo. Dito 
de outra forma: são necessários mais de 56 quilos  de bacalhau pequeno para colocar o mesmo número de ovas geradas por um peixe de 30 quilos.
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| O bacalhau do Atlântico (Foto: www.healthbenefitstimes.com) | 
A qualidade das ovas de peixes
Menos conhecido, ele disse, foi o 
aumento correspondente na qualidade das ovas. As fêmeas mais velhas não 
põem simplesmente mais ovas. As suas  são mais ricas em gordura e 
maiores em tamanho. Com base no “conteúdo energético total” das ovas – o
 número, o volume e os nutrientes – uma mãe de bacalhau com 66 quilos é 
igual a ainda mais peixes. Não 30, mas 37 bacalhaus, de acordo com o 
novo estudo. “Tudo o mais sendo igual, mais e melhores ovas significam 
mais peixe”, disse Marshall.
O estudo é mais uma prova dos danos provocados pela pesca em todo o mundo. Não basta o aquecimento global, que mata os corais, ou a poluição. A cada dia que passa a indústria da pesca inventa novas e mortíferas modalidades de pesca.
Fonte: Mar Sem Fim, em 11 de maio de 2018  
 
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