O Google venceu, na semana passada, um longo processo aberto por 
escritores e editoras que o acusavam de copiar, sem permissão, milhões 
de livros para sua biblioteca online. O juiz Denny Chin, de Manhattan, 
aceitou o argumento da empresa de que a digitalização de mais de 20 
milhões de livros para a ferramenta Google Books e a disponibilização de trechos dos textos online constituía “fair use”
 [algo como uso justo, ou aceitável] sob a lei de direitos autorais dos 
EUA. Se sobreviver a uma esperada apelação, a decisão permitirá que o 
Google continue a expandir sua biblioteca – que, de acordo com a 
companhia, ajuda os leitores a ter acesso a livros que não encontrariam 
em outro lugar.
O juiz afirmou que a digitalização dos livros facilita a vida de 
estudantes, professores, pesquisadores e do público em geral, enquanto 
mantém uma “consideração respeitosa” pelos direitos dos autores. Ele 
acredita que a iniciativa do Google é “transformadora”, dando aos livros
 um novo sentido, e deve impulsionar as vendas, e não prejudicá-las. 
Chin ressaltou ainda que a empresa tomou as medidas necessárias para 
evitar que as pessoas tenham acesso às cópias completas dos livros. “Na 
minha opinião, o Google Books tem benefícios públicos significativos. De
 fato, toda a sociedade se beneficia”, completou.
 Vida nova a livros esquecidos
 Paul Aiken, diretor executivo do sindicato dos autores dos EUA – 
instituição que abriu o processo, em 2005 – afirmou que o grupo ficou 
desapontado com a decisão e que planeja apelar. “O Google fez edições 
digitais sem autorização de quase toda a valiosa literatura mundial 
protegida por direitos autorais, e lucra com a exposição destes 
trabalhos. Tal digitalização de massa e exploração excede os limites da 
defesa do fair use”, declarou.
O Google deu início à biblioteca online em 2004 depois de chegar a 
acordos com grandes bibliotecas de pesquisa para digitalizar obras 
atuais e esgotadas. Entre as parceiras do projeto estão as bibliotecas 
das universidades de Harvard, Oxford, Stanford, Universidade da 
California, Universidade do Michigan e a Biblioteca Pública de Nova 
York. Segundo o juiz, a digitalização deu “vida nova” a livros esgotados
 e antigos que “estavam esquecidos” nos cantos das bibliotecas.
Fonte: Observatório da Imprensa n. 773 Data : 19/11/2013 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário