Embarcação de pesquisa vai coletar dados para ajudar a melhorar modelos climáticos que preveem aquecimento da região.
 Navio Polarstern vai embarcar na maior expedição de pequisa ao Polo Norte (Foto: Mario Hoppmann/ Instituto Alfred Wegener ) 
 Uma empreitada alemã está sendo considerada a maior expedição de pesquisa já planejada ao Ártico. 
 Pesquisadores esperam reunir informações sobre a região onde o clima vem mudando rapidamente. Mês passado, a extensão do gelo do Ártico foi a menor já registrada (durante a era dos satélites) para o mês de janeiro, com temperaturas vários graus acima da média de longo prazo. 
 "A redução do gelo do Ártico vem ocorrendo muito mais rapidamente do 
que os modelos climáticos podem prever, então precisamos de modelos 
melhores para ter previsões mais precisas para o futuro", disse o 
professor Markus Rex, que coordenará o chamado projeto MOSAiC. 
 "Há uma previsão de que em poucas décadas o Ártico não tenha gelo no 
verão. Esse seria um mundo diferente e precisamos saber disso 
antecipadamente; precisamos saber se isto vai ou não ocorrer". 
 Rex detalhou o plano durante o encontro anual da Associação Americana para Avanços da Ciência (AAAS, na sigla em inglês). 
 O pesquisador alemão do Instituto Alfred Wegener, em Bremerhaven, disse
 que a expedição custará 63 milhões de euros (R$ 207 mihões), dos quais a
 maior parte já está financiada, com contribuições de parceiros 
internacionais estratégicos. Reino Unido, Rússia, China e Estados Unidos
 estão entre eles. 
 A missão lembra a expedição do explorador norueguês Fridtjof Nansen 
que, por volta de 1890, foi o primeiro a chegar ao Polo Norte e flutuar 
pelo mar congelado. 
 Uma escuna chamada Tara também atravessou o oceano de gelo - das águas 
da Sibéria até o Estreito de Fram - da mesma maneira, há uma década. 
 Mas o Polarstern é uma enorme plataforma científica e sua lista de 
tarefas e objetivos faz os esforços anteriores na região parecerem 
pequenos. 
 "Estamos embarcando vários equipamentos: muitos contêineres com 
instrumentos de medição, sensores de uso remoto para serem instalados no
 local, disse Rex. 
 "Vamos coletar amostras de água, gelo e ar, além de instalar 
acampamentos no mar gelado próximo ao Polarstern e a até 20-30 
quilômetros de distância. E toda a instalação vai ficar à deriva pelo 
Ártico. Isto vai nos dar novas e fascinantes informações sobre o sistema
 climático". 
 A equipe do MOSAiC planeja até instalar uma pista de decolagem para que um avião de pesquisa auxilie o Polarstern. 
 Rota possível. O 
Polastern seria levado ao topo do mundo e liberado no Estreito de Fram, 
entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard. (Foto: 
MOSAIC) 
 Será uma expedição complicada para os cientistas envolvidos, 
especialmente durante meados do inverno, quando o Sol não surgirá no 
horizonte. Os pesquisadores também terão que estar alertas à aproximação
 de ursos polares predadores. 
 Mas o professor Rex disse que a empreitada é vital para a compreensão 
da região remota, destacando sua importância até para quem vive longe do
 Polo Norte. 
 "Um polo mais quente afetaria os padrões climáticos em latitudes médias
 (entre os trópicos e os polos Sul e Norte)", ele disse à BBC News. 
 "O aquecimento do Ártico signfica que o contraste existente entre o 
Polo Norte e nossas latitudes será reduzida no futuro. Isto significa 
que o ar gelado do Ártico poderá chegar às nossas latitudes, e o ar mais
 quente de latitudes baixas, ao Polo Norte. Isto certamente provocará um
 grande impacto no clima". 
 O Polarstern deverá ser posicionado no gelo marinho em meados de 2019, com a previsão de ser liberado um ano depois. 
Fonte: G1 via BBC Brasil 


 
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