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| Lili e a Dermô | 
Uma pesquisa que durante duas temporadas reprodutivas monitoradas 
pelo Projeto TAMAR, de 2015 a 2017, marcou 21 fêmeas de 
tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e acompanhou os ovos 
até o nascimento dos filhotes inicia a etapa de análise de dados. 
Termômetros instalados nos ninhos serviram para saber a temperatura 
durante a incubação, amostras de tecido e ovo coletadas terão análises 
de isótopos estáveis. As informações reunidas na tese de doutorado da 
bióloga Liliana Colman, com previsão de defesa no fim de 2018, vão 
contribuir para elucidar questões sobre ecologia alimentar e migrações 
das tartarugas de couro, a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada de
 extinção.
O Projeto TAMAR no Espírito Santo protege as praias de desova de 
tartarugas marinhas, desde 1982. As análises em andamento e resultados 
preliminares da pesquisa indicam que o monitoramento sistemático 
realizado no estado a partir de 1988 mostra resultados positivos para a 
recuperação dessa espécie. Nos últimos 30 anos, mais de 130 fêmeas foram
 marcadas e 57.000 filhotes de tartaruga-de-couro foram protegidos pelo 
TAMAR. “Mesmo com tanto esforço, devido ao pequeno tamanho populacional e
 distribuição geográfica restrita das desovas da espécie, juntamente com
 a emergência de novas ameaças – desenvolvimento costeiro, interação com
 pescarias, mudanças climáticas e poluição marinha – a população de 
tartarugas de couro que desova no Brasil continua em perigo de 
extinção”, diz a Liliana.
O estudo conta com a parceria do TAMAR no Espírito Santo e pesquisadores do Marine Turtle Research Group (MTRG), na University of Exeter no Reino Unido, com financiamento do Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal.
A próxima etapa da pesquisa, a partir de outubro de 2017, em parceria
 com o Programa GEFMar do Ministerio do Meio Ambiente, vai estudar o 
deslocamento das tartarugas de couro através de monitoramento por 
satélite. Quatro fêmeas serão monitoradas para observação do uso de habitat
 durante o período reprodutivo, e para conhecer as rotas migratórias 
desde quando elas deixam as praias de desova, identificando áreas de 
maior susceptibilidade a ameaças como as interações com pescarias, maior
 perigo da atualidade à sobrevivência das tartarugas, além do 
desenvolvimento costeiro.
O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no 
Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras 
Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação 
Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e 
manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, 
todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
 Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 
localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das
 tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia,
 Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de
 Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. 
FONTE: Projeto TAMAR

 
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