sexta-feira, 17 de maio de 2013

Austrália quer proibir fertilização do oceano com sulfato de ferro




A Austrália quer proibir a fertilização do oceano com sulfato de ferro, um método controverso para combater as mudanças climáticas, anunciou nesta quinta-feira (16) o governo do país.

A técnica tem como objetivo combater a acidificação do oceano derramando sulfato de ferro para "fertilizar" o fitoplâncton, uma microalga marinha que absorve o dióxido de carbono (CO2) na água e na atmosfera.

Após uma vida muito curta, os restos de fitoplâncton são depositados sobre o fundo do mar, em forma de sedimentos. Mas a eficácia do método e seus efeitos no ambiente são desconhecidos, de modo que a Austrália quer proibir a sua utilização no Protocolo de Londres, que em 1996 alterou e substituiu a Convenção de Londres de 1972.

Austrália, Nigéria e Coreia do Sul querem apresentar uma emenda para proibir a fertilização comercial sem justificativa científica em uma reunião dos signatários do protocolo, prevista para outubro. "A emenda pretende estabelecer regras vinculativas para a fertilização do oceano", explicou o ministro do Meio Ambiente australiano, Tony Burke.

"Proibir as atividades comerciais da fertilização oceânica e autorizar as investigações científicas legítimas visando identificar os possíveis benefícios desta prática", acrescentou.


Riscos

Em 2012, os signatários do protocolo lamentaram o uso desta técnica na costa do Pacífico do Canadá, por uma empresa que queria reconstruir a população de salmão -- que se alimenta com fitoplâncton.

A revista "Nature" revelou em 2007 as conclusões de um grande programa nas Ilhas Kerguelen, no sul do Oceano Índico, segundo o qual derramar ferro no oceano seria entre dez e cem vezes menos eficaz do que o processo natural, já que 90% do ferro se perderia e seu efeito seria de curta duração.

Alguns cientistas temem ainda uma possível reação química resultando em óxido nitroso (N2O), mais devastador do que o CO2. O ministro do Meio Ambiente também citou a proliferação de algas tóxicas e a eutrofização do leito como riscos potenciais.

Fonte: G1 Natureza

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