sexta-feira, 24 de maio de 2013

Autoridades defendem cooperação científica entre países na Antártica

Apelo foi feito na abertura da 36ª reunião sobre o Tratado da Antártica.
Falta de colaboração entre países seria empecilho para pesquisas.




A cooperação científica internacional deve ser reforçada na Antártica a fim de preservar o continente, defenderam nesta quarta-feira (22), em Bruxelas, o príncipe Albert II de Mônaco, o ex-primeiro-ministro francês Michel Rocard e seu antigo colega australiano Robert Hawke.

O apelo foi feito durante a abertura da 36ª reunião consultiva sobre o Tratado da Antártica, criado há 50 anos para proteger o continente e que tem o Brasil como signatário.

"A pesquisa na Antártica sofre uma divisão lamentável. Este continente dedicado à ciência (...) não beneficia suficientemente os programas científicos coordenados internacionalmente", disse o príncipe Albert II.

Nas 80 principais estações de pesquisa instaladas na Antártica, "apenas duas podem ser qualificadas de internacionais e ainda assim não abrigam mais que dois países por vez", acrescentou o príncipe, insistindo nas vantagens "econômicas, ecológicas e diplomáticas" de um unificar as pesquisas.

Cinquenta países integram o Tratado sobre a Antártica, que entrou em vigor em 1961 para garantir a utilização deste continente para fins pacíficos. Em vigor desde 1998, um protocolo, relativo à proteção ambiental na Antártica, considera o continente "uma reserva natural dedicada à ciência e à paz".

Internacionalização de infraestruturas

A cooperação científica internacional na Antártica deve permitir a implantação comum de infraestruturas e da logística, declarou Michel Rocard, embaixador francês para os polos Ártico e Antártico ao fazer a leitura do apelo comum. "É ao menos surpreendente constatar que não existe quase iniciativa alguma de internacionalização das infraestruturas e da logística na zona do tratado", constatou.

"Se contemplarmos as vantagens potenciais que representa a mutualização dos meios e dos custos logísticos, sem esquecer a redução do impacto ecológico, esta situação é ainda mais surpreendente", destacou.

Rocard pediu que as partes do tratado "decidam abrir um espaço de discussão e reflexão" sobre o tema, já que é mais necessário em uma época de "crise mundial e de dificuldades orçamentárias dos Estados".
O benefício seria "duplo", segundo os signatários do apelo: "um desenvolvimento melhor da ciência e o reforço da harmonia internacional" na Antártica.

O príncipe Albert insistiu ainda na necessidade de uma mobilização "mais ampla possível" pela Antártica, um "continente essencial para a sobrevivência", onde "os obstáculos e perigos são cada vez mais ameaçadores". "O perigo da pesca predatória começa a se impor de forma muito séria', constatou, fazendo um apelo pela 'criação de áreas marítimas protegidas" e de uma extensão dos princípios do tratado para as zonas marítimas adjacentes à Antártica.




Fonte: G1 Natureza

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