sexta-feira, 10 de maio de 2013

e-Science é tema de seminário organizado pela FAPESP e pela Microsoft Research




Agência FAPESP – A FAPESP e a Microsoft Research promovem de 13 a 15 de maio em São Paulo o Latin American eScience Workshop 2013. O seminário reunirá estudantes e pesquisadores da Europa, da América do Sul e do Norte e da Oceania para discutir o avanço do conhecimento em todas as áreas a partir da melhoria da capacidade de análise de grandes volumes de informações produzidas por projetos de pesquisa.

Também conhecida como ciência orientada por dados, a área de e-Science integra pesquisas em computação a estudos em todos os campos, da Física, Química e Engenharias às Humanidades e Saúde, por meio do desenvolvimento conjunto de softwares específicos para visualização e análise de informações coletadas e armazenadas nesses projetos. A integração permite a interpretação dos dados, formulação de teorias, testes por simulação e o levantamento de novas hipóteses de pesquisa com base em correlações difíceis de serem observadas sem o apoio da tecnologia da informação.

O seminário terá a participação de pesquisadores destacados em e-Science de todo o mundo e de potenciais usuários das ferramentas computacionais em pesquisas nas áreas de energias renováveis, mudanças climáticas globais, estudos sobre transformações sociais, econômicas e políticas nas metrópoles contemporâneas e pesquisas para caracterização, conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade. Além disso, serão apresentados 11 projetos conduzidos pelo Microsoft Research e colaboradores, por meio dos quais será possível conferir o uso da tecnologia aplicada à pesquisa.

Segundo a professora Claudia Bauzer Medeiros, do Instituto de Computação da Unicamp, a e-Science tem sido definida como a pesquisa conjunta de pesquisadores em computação e de outras áreas do conhecimento, permitindo que cientistas dessas áreas desenvolvam pesquisas mais rapidamente, melhor ou de forma diferente. “A e-Science contribui igualmente para a evolução da computação e das demais áreas”, disse a pesquisadora, que também é membro da comissão coordenadora do evento.

Exploração de dados

Na abertura do workshop, Tony Hey, vice-presidente da Microsoft Research e reconhecido internacionalmente por suas contribuições globais nos avanços da e-Science, abordará o uso da computação em pesquisas sobre ameaças ao ambiente e mudanças climáticas globais e formas de prever e lidar com seus possíveis impactos. Na mesma sessão, Drew Purves, chefe do Grupo de Ecologia Computacional e Ciência Ambiental da Microsoft Research, em Cambridge, fará a palestra “Prevendo o futuro da vida na Terra”, com foco no desenvolvimento de modelos para compreensão do funcionamento de sistemas ecológicos.

Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Bioetanol, vai tratar da interação de grupos de pesquisa em biologia de plantas e em computação para testar e refinar ferramentas de integração de dados obtidos em experimentos que permitam extrapolar análises sobre como as plantas-modelo respondem às mudanças ambientais para outras espécies vegetais.

Em sessões paralelas do workshop, serão discutidos temas e contribuições da e-Science. Harold Javid, diretor de programas regionais, Rob DeLine, pesquisador especializado nas relações computador-usuários, e Dan Fay, diretor de pesquisa externa da divisão Terra, Energia e Ambiente, todos da Microsoft Research, participam de discussão sobre Visualização de Dados, com a participação da professora Maria Cristina Ferreira de Oliveira, do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação, da USP, em São Carlos, pesquisadora com interesse em computação gráfica, visualização de informação científica e engenharia de software.

Humanidades Digitais, e-Science na Nuvem, Visão Computacional e Bioacústica, Saúde e Bem-estar são temas de sessões nos dois dias de seminário, com a participação de pesquisadores da Microsoft Research; da USP; das Universidades de Queensland, na Austrália, e de Viena, Áustria, da PUC do Chile, do Centro de Bioinformática e Biologia Computacional da Colômbia e do Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanidades, do Canadá.

Eduardo Marques, pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, apresentará no workshop ilustrações sobre como um sistema de informações geográficas para análise de dados poderá ajudar na formulação de políticas urbanas.

A sessão sobre Ecologia Computacional, Gestão e Mineração de Dados terá a participação do pesquisador Carlos Joly, coordenador do Programa BIOTA-FAPESP e professor do Instituto de Biologia da Unicamp. Mais de uma centena de projetos desenvolvidos no âmbito do programa, com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre a biodiversidade e criar mecanismos para sua conservação, recuperação e uso sustentável produziram e armazenaram, desde 1999, um conjunto de dados sobre 12 mil espécies, com múltiplas possibilidades de exploração.

O evento terá ainda a participação de 54 estudantes dos Estados Unidos, Índia, Alemanha, Argentina, Venezuela, Nova Zelândia, China, Paquistão, França, Colômbia, Suíça e Reino Unido. Escolhidos entre 240 candidatos, eles terão a chance de apresentar suas pesquisas para os participantes da reunião.

A programação completa do workshop pode ser conferida aqui.

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